segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Uma estrada até o mar

                              


Fim de semana chatinho, sem ânimo e com dores. Legal.
As dores aumentam gradativamente e minha coluna dói como costumava doer antes da cirurgia de artrodese.
Fiquei um tempo bem, sem dores e sem entrevamento, mas pouco tempo depois as dores e o entrevamento voltaram lentamente e têm se intensificado.
Minhas mãos doeram muito e não consegui dormir direito; grande novidade.
Fiquei com uma vontade grande de ir ao hospital, falar com médicos, reiniciar os tratamentos e tirar uma necessária licença.
Se o povo da minha escola tira licença por motivos fúteis, por que eu não posso?
Não está fácil e decidi me preocupar comigo mesma; não estou concorrendo ao prêmio "Gregor Samsa" do século.
Se o apontamento dos erros e as sugestões dadas foram ignorados e as pessoas que têm algum poder de decisão nada fizeram, o jeito é entregar pra Jesus. Vou fazer o quê?!
As pessoas se habituaram a viver/trabalhar no erro e parecem não gostar quando alguém com outra visão tenta lhes mostrar o que não querem ver.
Não vou me desgastar mais. Se eu tivesse saúde boa insistiria mais, mas não dá.
Uma colega de trabalho disse algo interessante e verdadeiro: "Pessoas da antiga como nós são mais sérias e responsáveis e se incomodam com coisas erradas".
Só podemos nos incomodar, porque fazer algo de concreto é praticamente impossível: tudo é barrado pela falta de boa vontade.
Vou cuidar de mim. Não posso mudar as pessoas, mas eu faço minha parte: trabalho honestamente e trato as pessoas com educação e respeito, sejam elas uma simples faxineira ou um simples gestor.
A gente fica mais doente ainda e nada muda. Não é problema meu se faltam funcionários e os poucos que têm ainda fazem corpo mole; alguns.
Sou professora e deveria trabalhar na sala de leitura com os alunos, minhas paixões.
Lugar de professores não é na secretaria fazendo serviço burocrático, disse outra colega também insatisfeita.
Mas se acomodaram à situação e atitude nenhuma é tomada.
Vou cuidar de minha saúde e só posso lamentar se faltam funcionários. Vou me solidarizar com os pais simples e humildes que são tratados com impaciência e grosseria pelas outras distintas funcionárias.
Depois acham ruim quando 99.99% das pessoas reclamam dos funcionários públicos!
Parece que é um requisito obrigatório: para ser funcionário público tem quer grosseiro, estúpido, impaciente, mal educado e preguiçoso. Há raras exceções e eu sou uma delas, pois trabalho com todas minhas limitações e nem por isso desconto meus problemas nas pessoas que vão à escola para tratar da vida escolar sua ou de seus filhos.
Frustrações e decepções pesam e cansam e meu corpinho acromegálico já está exausto.
Minha vontade é dirigir por uma estrada até o mar.
É isso.


                                       

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