terça-feira, 4 de novembro de 2014

Calar

                                  



Sempre fui meio calada, muito na minha, meio bicho do mato.
Sempre fui de observar, tentar entender e aprender como funcionam as coisas.
Sempre fui de ler muito, de me dedicar aos livros e aos animais. Me entendo melhor com eles.
Sempre fui criticada por isso, por ser "estranha", mas o que é ser normal?
Gosto de falar sobre livros, cultura, conhecimentos gerais, música e outros assuntos com pessoas que considero inteligentes e por quem tenho grande consideração, mas tenho percebido que falo ao vento.
Tenho percebido que as pessoas fingem ouvir, fingem concordar e, quando outra pessoa fala exatamente sobre o que eu tinha dito ou acabado de dizer, essas pessoas agem como se estivem ouvido aquilo pela primeira vez! Muito chato e até humilhante isso.
Por que o que eu falo é ignorado e quando outros falam são ouvidos? 
É mais um dos meus cansaços.
Cansei e vou ficar na minha.
É chato e humilhante a gente querer falar, comentar, abordar um tema ou assunto e as pessoas fingirem que nos ouvem.
Os típicos "hum hum, hã hã, sim, é, pois é" e afins só mostram que nossos interlocutores fingem nos ouvir.
Chato mesmo.
Bom...
Choveu bastante e está um lindo dia cinzento. 
Vou fazer mingau de aveia, gosto muito, e depois vou fazer as tarefas rotineiras da casa: separar o lixo para amanhã, dobrar a roupa lavada, encher os potes dos gatos, trocar a água deles e fazer mais um café. E ler.
Amo ler, amo meus livros.
Amo meus gatos, que sempre me ouvem e me olham como se eu fosse maluca.
Mas eles me ouvem de verdade.
É isso.


                                      


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