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segunda-feira, 6 de julho de 2015

Esquentando um Sol

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Tem feito muito frio e isso afeta minhas articulações; doem mais.
Levantei cedo e mesmo bem agasalhada, sentia muito frio e dor nas pernas.
Fui lá fora para esquentar um sol, como dizia minha avó Mãevelha, e vi o movimento da rua. Sinto falta da liberdade de poder ir e vir.
Apreciei o belo e gélido fim de tarde na companhia dos gatos.
Liguei para uma amiga querida e falamos sobre os mais variados assuntos; de animais a gastronomia.
Estou vivendo uma temporada light, diet, mas quando ficar boa, matarei minhas vontades: salame, linguiça, bacon, queijos, doces e outras guloseimas..
Falei para minha amiga que sempre sonho andando livremente, em paz e me sentindo tão bem. Isso vai acontecer, tenho fé.
O chato é aguentar a demora, a espera, a burocracia. Tem tanta gente com problemas ortopédicos, principalmente de coluna.
Tempos difíceis.
Pretendia falar/escrever mais, mas vou deixar para depois.
É isso.


                                       Resultado de imagem para caminhar

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Inverno

                          Resultado de imagem para inverno        


O Inverno chegou.
Dias frios, cinzentos e chuvosos. Tristonhos também.
Sentei um pouco para fazer algumas ligações, fiz. Liguei a TV e deixei sem volume; só para fazer companhia mesmo.
Gatos friorentos dormindo em cantinhos mais quentes; tenho muitas coisas para fazer.
Faço o que posso, sou apenas uma humana com muitos defeitos. Ainda não atingi o grau de evolução máxima; sou bicho gente não muito evoluído nos quesitos mais práticos da vida.
Não lamento.
Sinto as coisas, as percebo de um modo mais intenso e até sofrido às vezes.
O som melancólico do mensageiro dos ventos, o dourado bonito dos fins de tarde, o céu tão azul, pedaços do reboco do muro... Tom de voz, expressões faciais, olhares...
Anos atrás, durante um sonho intenso, uma voz horrenda disse: "Você é só".
Acordei agoniada, com a cabeça latejando e muito assustada: Que voz feia!
Já falei sobre isso.
É difícil deixar pra lá, esquecer, seguir em frente como se nada tivesse acontecido; sou humana, demasiado humana. Sou passional, sinto intensamente e talvez essa seja a maior das minhas qualidades ou o maior dos meus defeitos. Não sei.
Pessoas postando "odeio as segunda-feiras"; acho isso tão bobo. A vida e o tempo seguem, segunda-feira ou não. 
Muito frio. Minhas articulações doem tanto.
Vou fazer café.
É isso.


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sexta-feira, 27 de março de 2015

Raiva

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Ando meio triste e revoltada. Uma raiva somada à frustração.
É revoltante e dá uma raiva danada a gente querer fazer as coisas e ter limitações. Frustrante.
Demorou um tempão para arrastar do saco de lixo do quintal dos fundos até a calçada. Conto os quadrados do piso e sinto um alívio à medida que os números vão diminuindo: está cada vez mais perto o fim dessa agonia.
Ontem preparava minha janta e me arretei. Tudo é difícil, custoso, trabalhoso e doloroso. 
Encaixar o andador perto da pia. Afastar o andador quando precisar abrir a geladeira. Puxar uma cadeira e sentar quando precisar olhar o bolo que assa no forno. Ter que sentar para descascar frutas e legumes; ficar muito tempo de pé deixa as pernas fracas e trêmulas.
Estender a roupa no varal é outro sacrifício, pelo amor de Deus!
Isso tudo me causa uma revolta e gera uma raiva dolorosa.
Não, não sou uma pessoa amarga. Não desejo o mal a quase ninguém e, se puder ajudar eu ajudo, mas nunca prejudicaria a quem quer que seja.
A raiva é pela saúde cambaleante, as pernas fracas, a coluna doente, as articulações duras e entrevadas, as dores...
Eu que gosto de trabalhar, de cuidar da casa, das plantas, livros e gatos... Ter que reduzir o que antes fazia com tanta naturalidade; tomar cuidado para não cair, tomar remédios para controlar as dores, depender de táxi ou carona... Não quero essa vida pra mim não.
Quero uma vida simples e com saúde, é o que quero e peço. Amem.
Comprei tapioca, leite condensado e coco ralado; vou fazer um bolo amanhã para comer com café.
É isso.



                                     Resultado de imagem para bolo de tapioca com coco

domingo, 7 de dezembro de 2014

Gelatina, pudim e maxixe

                             



Um pouco melhor hoje, graças a Deus.
Ontem foi um dia péssimo! Dores, desânimo e dificuldade para andar.
Fui me deitar mais cedo e fiquei lendo até o vizinho calar a boca e ir dormir. Oh homem que fala, minha Nossa Senhora!
Se mamãe estive aqui, diria: "Bota um maxixe quente na boca desse homem!".
E fala, fala, fala...
A falação foi até as duas da manhã e só depois é que consegui algum silêncio para poder dormir.
Acordei cedo, como sempre, mas gosto de ficar na cama com a gataiada. Alice adora deitar na minha barriga.
Lá pelas nove horas ouço vozes na rua e logo identifiquei: religiosos. OK.
Tocam a campainha e batem palma... Tá. 
Lamento, mas não vou me levantar toda descabelada, "correr" com o andador para abrir a porta e atender a essa gente; na boa.
Não imponho minha Fé a ninguém e procuro respeitar a todos, então, por favor, não me encham o saco e não atrapalhem os poucos e raros momentos de silêncio que tenho para ficar na cama com meus bichanos.
Levantei, alimentei os gatos sempre famintos, fiz meu café e fiz mais gelatina.
Gelatina ajuda a combater anemia, a reduzir inflamações articulares e a cicatrizar feridas, entre outros benefícios. Ajuda até a eliminar distúrbios do sono!
Vou dar gelatina para o vizinho, mas antes, enfiar-lhe um maxixe quente na boca!
Caramba!
Bom...
Vi uma receita de pudim de padaria e acho que vou fazer. É receita simples, com ingredientes simples e sem frescuras, do jeito que eu gosto.
Daqui a pouco a gelatina fica pronta e da-lhe gelatina!
Gosto de experimentar outras opções para não ficar só nos remédios.
Remédios arrumam uma coisa e prejudicam outras, já disse um dos médicos. É o mesmo que descobrir um santo para cobrir outro.
Dia bonito de ruas vazias, ventos frescos e vizinhos sem noção lavando carros e calçadas.
É isso.


                                      

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Vergonha

                                                            


Fui à casa de ração onde sempre vou e, como todo lugar em São Paulo, é difícil encontrar uma vaga para estacionar. Às vezes estaciono em frente às casas ao lado da loja, pois vou rapidamente, mas dessa vez alguém teve a mesma ideia e tive que estacionar em frente à padaria.
É uma rua muito movimentada, que vai até o acesso para a Via Dutra e é ponto final de algumas linhas de ônibus.
Desço do carro e aguardo o momento certo para atravessar; não é todo motorista que dá preferência ao pedestre e muitos deles aceleram ainda mais só para não ter que parar.
Encostei no possante e esperei, era carro demais nos dois sentidos da rua. 
Ao longe vejo um carro de uma pessoa conhecida e penso que ela seguirá em frente, mas não, ela reduz e faz sinal para eu atravessar; recusei educadamente.
Fiz sinal para que ela seguisse em frente e ainda fiz outro sinal para indicar que tinha muitos carros indo nos dois sentidos. A pessoa me cumprimentou rapidamente e seguiu seu caminho.
Na verdade, não queria atravessar em frente à pessoa conhecida, queria que ela saísse dali para que eu atravessasse a rua sem que ela me visse andando com a ajuda de uma bengala. Tolice, eu sei.
Senti-me envergonhada e triste.
Não é vergonha andar com a ajuda de uma bengala, eu sei, mas me senti assim.
Senti uma tristeza brutal por não andar como antes, sem a ajuda de uma bengala. 
Senti uma fragilidade tremenda, uma fraqueza absurda e ambas somadas à vergonha e tristeza. Haja coração!
Sempre andei pelo bairro, adorava fazer longas caminhadas aos fins de tarde. Gostava de passar pelas ruas onde morei, pela escola onde estudei, pela igreja onde ia com minha avó Mãevelha, pelas ruas onde moravam muitos parentes, pelas ruas da minha infância.
Sempre fui vista como "grandona", saudável, "fortona", e agora preciso de bengala para andar e mesmo assim não é fácil.
Dores articulares, entrevamento, um sentimento de dureza nas pernas e em todos os ossos: uma múmia.
Sim, a pessoa que parou o carro para eu passar sabe da minha condição e é uma pessoa bacana, mas mesmo assim eu preferi deixá-la passar a me ver andando com a bengala. É bobagem, eu sei.
Teremos uma semana de recesso escolar e vou aproveitar esse período para voltar ao tratamento, dessa vez no Hospital do Servidor Público Estadual. 
Fugi dos médicos por temer novas cirurgias, mas com essas articulações duras e doloridas, com esses joelhos inchados e fracos e a coluna que dói como antes da cirurgia, o jeito é encarar "os homi da casaca branca".
Vou ficar bem. Tenho fé.
Acredito.
É isso.



                                    

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Querer

Caminhar em chão de terra no meu Sertão
                             


Começo a melhorar, graças a Deus.
As dores persistem e o entrevamento também, mas estão mais toleráveis.
Amanhã tenho muito o que fazer pela casa; tentarei fazer mais.
Estou com dificuldade para abaixar e preciso me sentar para tomar banho, pegar coisas no chão e até para limpar a caixa de areia dos gatos.
Vou aos poucos.
Faço apenas o básico que é lavar a louça, varrer o chão e coisas assim, mas algo mais pesado está fora de cogitação.
Tenho problemas com o lixo pesado por causa da areia sanitária dos gatos. A areia úmida fica muito pesada e como não consigo levar o saco de lixo até lá fora, eu o arrasto. Depois preciso passar pano com desinfetante e detergente para limpar a trilha deixada.
E mesmo arrastando é um peso e tanto.
O problema é que não sinto na hora em que estou pra lá e pra cá, sinto depois que paro. Basta o corpo esfriar que as dores vêm com tudo.
Estive bem mal essa semana que passou e até chorei, me revoltei, questionei Deus e o Povo lá de Cima.
Como é possível viver com tanta dor?!
Precisa doer tanto mesmo?!
Tem que entrevar tudo o que é junta (articulação)?
Pés, joelhos, ombros, coluna, quadris... Pelo amor de Deus!
Queria tanto me deitar e só levantar no dia seguinte sem dores, sem entrevamento, sem ter que fazer malabarismos para caminhar até o banheiro, sem sofrer.
Apenas andar como qualquer pessoa normal, sem ossos e articulações duras e doloridas.
É querer demais?


                                         

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Artrite

                                     


Voltei ao ortopedista conforme o combinado: tomar o remédio durante três meses e voltar para acompanhamento, para novos exames e para ver se houve alguma mudança.
Minha primeira visita ao médico foi para tratar uma inflamação no tarso, depois artrose no joelho e na coluna e agora artrite nas mãos.
O radiologista sabe meu nome e quando chego à clínica ortopédica sou cumprimentada por ele da seguinte forma: "E aí, Rejane, o comichão continua subindo?".
Perguntei ao médico a diferença entre artrose, artrite e osteoartrite e ele me explicou:
Artrose é uma doença degenerativa; é o desgaste da articulação (junta).
Artrite é a inflamação das articulações.
Osteoartrite é uma doença das articulações caracterizada por degeneração das cartilagens acompanhada de alterações das estruturas ósseas vizinhas.
Bom...
Estou sendo afetada/atacada por cada uma dessas "oses" e "ites" (joelho, coluna, mãos) e sinto-me muitas vezes entrevada, como dizia mamãe. 
No frio piora, dói muito mais e no calor as dores são amenas.
Prefiro o frio, é mais confortável para dormir e minha sudorese noturna diminui, mas piora as dores articulares. Alivia uma coisa e piora outra.
É a vida e é bonita, é bonita...
O médico disse também que minha doença, a Acromegalia, e a minha idade, quarenta e cinco anos, são fatores agravantes para a artrite, artrose e osteoartrite. 
Devo retornar em novembro para mais exames e provavelmente tomarei mais injeções no joelho.
Saí do consultório com o famigerado laudo médico para a perícia e o exame e o próprio doutor disse que só se os médicos peritos do DPME forem loucos em não me concederem o benefício.
Vai saber...
Ele também me aconselhou a usar luvas, me agasalhar bem e evitar mexer com água nos dias mais frios.
Eu não fiquei assustada com o resultado dos exames; eu meio que esperava por isso. Estou preparada para o que der e vier e para o que a Acromegalia me trouxer. Será uma briga até o fim: eu ataco e cerco a doença por todos os lados possíveis e ela encontra uma brecha para contra atacar.
E assim seguirei meu caminho sendo olhada, observada e admirada como uma celebridade às avessas.
Não vou me entregar, não vou bancar a vítima; tem gente em situação pior que a minha.
Vou trabalhar, vou cuidar dos meus gatos, das minhas plantas, vou ler meus livros, vou viver minha vida.
Como dizia mamãe: "Eu já comi toucinho com mais cabelo e Deus dá a cruz que cada um pode carregar".
Não estou alegre nem triste...

Motivo
Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.
Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
— não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.
Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
— mais nada.
CECÍLIA MEIRELES