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quinta-feira, 24 de julho de 2014

Ficar comigo

                                
Loretta



Loretta me segue por todos os cantos, parece mais um cachorrinho que uma gatinha.
Está mais saudável, bonita, alegre e muito agradecida. E ainda dizem, os muitos humanos, que animais não têm sentimento.
Loretta está também muito da espertinha e vai direto para o quarto quando não me encontra pela casa.
Reconhece minha voz, escala o cobertor até subir na cama e aconchega-se ao meu lado.
Eu tirei fotos dela e postei nas páginas de grupos e ONGs de proteção animal, mas até agora ninguém se interessou em adotá-la. Vai acabar aqui comigo, como e com os outros.
Acho que os gatos que salvo das ruas pedem a Deus, em suas orações, para ficar comigo. Devem temer não encontrar alguém meio maluquetes como eu.
Esses bichanos gostam de mim como sou e pelo que sou e não se importam com minha aparência acromegálica. Os humanos sim.
É isso.


                                    
Ébano Nêgo Lindo

domingo, 23 de fevereiro de 2014

O Vermelho e o Negro

                                  


Arrumei uma parte dos livros da pequena estante; o resto está empilhado pelo rack, pelo chão, pela casa. São muitos livros e eu adoro; são minha paixão.
Separei um saco plástico de lixo para juntar papelada velha e outras coisas que vamos acumulando no decorrer do caminho e um dia nos apercebemos que não precisamos de tudo aquilo; o melhor a fazer é reciclar.
Os gatos adoraram o saco plástico e ficaram num entra e sai de artes e brincadeiras.
Organizo os livros de Literatura Clássica, meus favoritos, e deparo-me com "O Vermelho e o Negro", de Stendhal. Não sei porque, mas meus pensamentos seguiram um turbilhão de cores, de tempo, espaço, História...
O vermelho e o negro trouxeram memórias brancas, negras, vermelhas...
De repente peguei-me pensando e tentando entender a relação entre cor, mitos e preconceito perpetrada pelas pessoas. Explico.
A grande maioria da pessoas ignorantes e preconceituosas, infelizmente, não gosta de animais pretos, principalmente gatos, porque estes "dariam" má sorte. Que estupidez!
Então, se isso fosse verdade, todas as outras criaturas de cor negra também "dariam" má sorte? Incluindo criaturas humanas? Alguém parou para pensar nisso?! Em quão é tolo atribuir supostos poderes negativos a seres inocentes que não têm culpa de ser como são?!
Lembrei de que quando era criança ouvia muito os adultos proferir absurdos contra negros, judeus, ciganos, índios... Até homens que vestiam camisas estampadas e tocavam violão eram tidos como vagabundos e mal elementos.
Ouvia muitas coisas horríveis como: "Negros não devem vestir vermelho. Negro adora vestir branco. Ver um negro vestido todo de branco é sinal de chuva... Negro do beiço roxo. Preto retinto. Isso é trabalho de preto. Não é bom ver uma pessoa negra no primeiro dia do ano..." 
Mamãe contava que a pequena cidade onde morava parou para ver o casamento da sua irmã, a tia Antonia, com um rapaz negro. A igrejinha ficou lotada mais por curiosos do que por convidados e alguém soltou essa pérola quando os noivos estavam no altar: "A mosca no leite"... Mas o pai dessa moça tão alva permitiu o casamento dela com um negro?!"
E hoje, graças a Deus, a família é bem mista e tem gente de toda cor!
"Todo cigano é ladrão e trapaceiro".
"Judeus são maus, eles judiaram de Jesus".
Bom, Jesus foi um carpinteiro judeu!
"Todo nordestino vem pra São Paulo pra trabalhar na construção civil ou ser porteiro de prédio".
Sou nordestina com muito orgulho!
São frases preconceituosas que foram ditas em épocas remotas e que continuam sendo ditas, usadas e perpetradas por ignorantes, preconceituosos e tolos.
A cor da pele de uma pessoa, sua religião, sua opção sexual ou seja lá o que for não definem caráter! 
Hoje existem leis e a Sociedade está mais evoluída, será? Mas ainda acontecem atrocidades, ataques e violência contra negros, judeus, gays, nordestinos e os chamado de "minoria".
Minoria por quê?!
Estamos em pleno século XXI (21), vivemos a era da comunicação frenética com os inúmeros Gadgets que nos possibilitam conectar com o resto do mundo em tempo real e mesmo assim carregamos o pior de nossa essência humana: a boçalidade. 
Queremos destruir aquilo que não conhecemos porque temos medo e não somos tão fortes quanto pensamos.
Seria tão bom se usássemos o poder da comunicação para comunicar uns aos outros que somos apenas humanos, demasiado humanos, e isso independe da cor da nossa pele, da nossa religião, do nosso sotaque, de qualquer coisa.
Curioso como um livro pode gerar tanto pensamento, tanto questionamento e tanta dúvida.
O poder dos livros. O poder das palavras.
É isso.



                                       

                                      



domingo, 3 de fevereiro de 2013

Procurando Acromegálicos

Alguns sintomas da Acromegalia
                           


Sempre procurei e procuro informações sobre Acromegalia desde que fui diagnosticada com a doença, em julho de 2007.
Em agosto de 2011 minha Amiga Silvia sugeriu que eu criasse um blog e falasse a respeito da doença, quem sabe assim, chamaria a atenção das pessoas sobre o problema.
Acromegalia ainda não é uma doença amplamente divulgada e conhecida e só após tornar-me uma paciente é que comecei a me educar mais sobre o assunto.
Acredito também que têm acromegálicos que não sabem que têm a doença.
Via algumas fotos e imagens do Mundial do Japão e reparei bem nas características físicas do goleiro Cássio, grande Cássio. O goleiro tem rosto comprido e queixo proeminente; traços acromegálicos.
Assistia aos comerciais sobre lutas e reparei que o lutador "Pezão", Antonio Silva, tem traços fortemente acromegálicos e depois pesquisei e descobri que ele passou por cirurgia para retirada de tumor na hipófise.
Não descobri nada relativo a Acromegalia e o goleiro Cássio, ou talvez nem seja essa doença, e possa ser outra. Não sei.
Gostaria que aqui no Brasil houvesse mais interesse em pesquisa, divulgação e esclarecimento sobre a Acromegalia.
Quem sabe, talvez, com mais conhecimento e informação, as pessoas olhariam menos para nós, acromegálicos, como se fôssemos bichos de outro planeta.
Não somos não. Somo apenas Terráqueos demasiadamente humanos.
É isso.

Cássio
Antonio Silva, o Pezão

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Roupinhas e Desenhos Animados

                                         

Fui ao pet shop para comprar ração e areia sanitária para minha gataiada e enquanto aguardo ser atendida fico observando em volta; vejo vários produtos para animais como ossos, bolinhas com guizo, caminhas e roupinhas entre outros.
Procurei saber o preço das roupinhas só por curiosidade e me assustei com o que vi. Para começar, detesto roupinhas para bichos, roupa foi feita para vestir pessoas, mas há exceções, claro. Animais que habitam em lugares muito frios agradecem uma capa quentinha, mas...
O preço das roupinhas para cães é mais caro que o preço de roupas para gente! E, na boa, muitos animais refletem a personalidade de seus donos e os cachorrinhos vestidos com aquelas roupinhas ridículas se parecem mais com pessoas medíocres, fúteis, tolas... Desculpa aí.
Acho que pessoas que têm o hábito e o comportamento de vestir cachorrinhos como se fossem bonecas ou crianças no mínimo não tiveram infância, não sabem o que fazer com o dinheiro que deve estar sobrando ou não têm o que fazer mesmo.
Tenho meus seis gatos e os alimento com ração de boa qualidade, os levo para consultas com a veterinária, dou-lhes remédios quando necessário e o mais importante: dou-lhes amor. Gasto o que posso com o que é necessário, não sobra para futilidades.
Para quem gosta de vestir cachorrinhos e até outro bichinhos, tudo bem, vai, mas será que o animal sente-se confortável enfiado naquelas roupinhas afrescalhadas?
E por falar em animais e roupas, tenho um certo problema com desenhos animados onde os bichos têm comportamento humano. Não sei o porquê, mas me incomoda ver desenhos animados de animais vestindo roupas, indo à escola, jantando à mesa e outros hábitos humanos. Tem um desenho chamado "Arthur" que é assim. Outro desenho que detesto é "Os 7 monstrinhos", acho ridículo uma senhora baixinha mãe de sete criaturas estranhas: uma egocêntrica, outro com nariz fálico, outro que perde a cabeça, outra que não se sabe se é menino ou menina, outro com a língua de fora e por aí vai.
Nunca entendi também porque o Pato Donald usa só a parte de cima da roupa e não usa calças, já com o Mickey é o contrário. 
Assistia aos desenhos He-Man e She-Ra e todos usam maiô. Será que foi daí que veio a moda de cantoras se apresentarem de maiô? Vai saber...
Pode ser algo psicológico, mas não gosto e tenho medo de palhaços e pessoas com cara pintadas como mímicos e estátuas vivas. Não gosto de animais de desenhos animados com comportamento humano.
Não sei, mas deve ter alguma explicação. Tem gente com medo de barata, borboleta, cobra, altura, lugares fechados etc, e eu tenho medo do que citei acima.
Eu hein?
É isso.

                                             

sábado, 24 de dezembro de 2011

Não sei se deveria

falar o que falei; escrever o que escrevi.
Mas foi e está sendo uma boa forma de aliviar o peso de anos e anos em meus ombros.
Sempre me perguntava: "Será que sou só eu ou tem mais gente assim? Com essas dúvidas, angústias, medos...". 
Li  o "Livro do Desassossego" de Fernando Pessoa e já não me senti tão só no meio do turbilhão de sentimentos. Livro a mim presenteado por minha amiga Azenilda de Recife.
Que bom.
Tem gente igual a mim. 
Não estou me comparando a Fernando Pessoa, mas aos sentimentos humanos que ele sentiu e que o atormentaram.
Fernando Pessoa, eu e as pessoas que me leem são humanos, demasiado humanos. Ainda bem.
Bom, é isso aí.
Feliz Natal a todos.