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quinta-feira, 24 de maio de 2012

Veterinária

Morena Rosa
                                              
Levei Morena Rosa à clínica veterinária.
Ela está com quase seis meses e já despertou o interesse romântico dos dois machos da casa: Ébano Nêgo Lindo e Léo Caramelo.
Conheço pessoas que não têm animais, que assumidamente não gostam de animais, mas que acham uma maldade castrar animais. Mesmo?!
Maldade é deixar a bicharada criar descontroladamente, deixá-los sofrer por fome, doenças, maus tratos etc...
É melhor um pequeno sofrimento passageiro mas que garantirá uma vida longa, saudável e sem problemas.
Eu fico preocupada, chateada, mas é o melhor para todos nós: eu e minha gataiada. 
Tenho seis gatos, agora imagina se as quatro fêmeas cruzassem e dessem cria de seis gatinhos cada uma?!
Alguém viria limpar o quintal? Trocar a areia sanitária? Comprar ração? Remédios? Ter os gastos que eu tenho? Ajudar com um pacote de ração? Com um real?
Falar é fácil, fazer é que são elas!
Expliquei à Morena Rosa que é para o bem dela e logo logo ela estará de volta e poderá deitar-se em cima de mim para nosso cochilo matinal após assistirmos ao Globo Rural.
Pedi a Deus e ao Povo lá cima que tudo transcorresse bem e que Morena Rosa fique boa. 
Mais um dia e ela voltará para casa, se Deus quiser.
Por enquanto não vou castrar os machos; o dinheiro está curto, graças a Deus.
E também acho meus machos muito mais frágeis que minhas fêmeas e além do mais, não sei se conseguiria dormir sem a pata preta, fofa, peluda, macia e gostosa de Ébano Nêgo Lindo. Ele deita-se ao meu lado e coloca a patinha em minha mão e assim adormecemos.
Amor, confiança, respeito, aconchego, lundu, chamego, 
É isso.


Ébano Nêgo Lindo
                                         

quarta-feira, 14 de março de 2012

Sorriso

Branca, Alice (rindo) e Aurora
                                                             

Algumas pessoas dizem que animais não pensam e não sentem; discordo totalmente.
Animais são inteligentes e manipuladores e sabem muito bem como usar aqueles adoráveis olhos pidões.
Meus gatos associaram minhas saídas de casa à sacolas de compras e ração molhada.
Explico. Quando vou sair digo a eles que fiquem com Deus que eu vou com Deus e que se der, trarei uma coisa gostosa para todos.
Saio e quando volto já posso escutar Aurora miando de dentro de casa. Ela é a líder da gangue felina e sempre vai na frente para verificar como estão as coisas.
Abro a porta e preciso tomar cuidado para não machucar ninguém, pois estão todos a me esperar impacientemente.
Coloco as sacolas de compras em cima da mesa e a euforia começa. Procuro a ração molhada que tanto adoram e distribuo nos potinhos deles.
Comem, se lambuzam, se lambem, ficam felizes.
Depois eles saem à minha procura, deitam-se no chão, viram pra lá e pra cá, fazem charme para mim e me olham com seus brilhantes olhos felinos.  Afago, dou carinho, muita manha, muito dengo, muito lundu. 
Eles me olham e percebo uma expressão de alegria e satisfação que lembra muito um sorriso.
Estão todos felizes e sorridentes com suas barriguinhas cheias.
E como disse Renato Russo em uma canção: "E quem um dia irá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração?"



As três Marias
                                           

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Lundu

                                              


Lundu é uma dança sensual trazida pelos escravos de Angola.
Meu bisavô Francisco era negro, filho de escravos.
Meu bisavô usava a palavra lundu (ou lundum) para descrever um dengo, uma manha, uma birra de criança e até de gente grande também.
Se algum de nós nos recusássemos a comer, a obedecer ou fizéssemos qualquer malcriação, o bisavô nos dava suas broncas da maneira mais doce possível: "Oxe, meu filho. Deixe de lundu, deixe".
Não tínhamos a mesma sorte e moleza com bisavó Gina, Mãevelha e mamãe. O couro comia mesmo!
Lembrei disso hoje ao ver o excesso de lundu de minha gataiada. Não sei se é a mudança de lua, do tempo; não sei. Só sei que estão todos manhosos de mais, com muito lundu mesmo.
E eu os trato com a mesma doçura de meu doce bisavô Francisco.