quarta-feira, 22 de maio de 2013

Sobre o nada

                               



Conversava com meus colegas durante o café e cada um de nós tinha um "causo" para contar relativo ao comportamento das pessoas, principalmente dos mais jovens.
Uma professora de sessenta anos, uma senhora muito bonita e elegante, disse que fora ao shopping para sacar dinheiro e fazer algumas compras. Enquanto aguardava, um grupo de meninas de doze a quatorze anos fazia muito barulho por nada. Simplesmente riam alto sem motivo, gritavam e faziam de tudo para chamar a atenção.
Aliás, chamar a atenção é o que mais sabem e se esforçam para fazer. Ridículo.
Nossa colega sentiu-se incomodada com a gritaria besta e levou as mãos aos ouvidos, uma das "aborrecentes" abestadas disse para as outras: "A velha não tá gostando".
A colega chamou o segurança e deu um sermão nas jovens bobas e alienadas, que foram convidadas a sair do local.
Uma outra colega e eu relatamos um caso semelhante: Almoçávamos em um restaurante e dali a pouco ouvimos risadas altíssimas, gargalhadas, palavrões, tolices. Eram grupos de jovens que comemoravam não sei o quê, ou talvez nada, mas gritavam pelo simples prazer de gritar. Talvez estivessem praticando o grito primal.
Mas o mais estranho que me aconteceu foi ontem na saída do Carrefour da Vila Maria. Estacionei na vaga para deficientes físicos e fui às compras; tenho o cartão DEFIS e ajo de acordo com a lei.
Na volta, vejo um carrão estacionar na vaga ao lado, que também era especial. Ao me ver aproximar munida de minha inseparável bengala, a moça desce do carro e diz ao marido: "Amor, tira o carro daí e estaciona em outro lugar mais longe, tem que respeitar as vagas dos idosos e dos deficientes, saco! Eles pegam todas as vagas mais perto e a gente tem que estacionar lá longe, isso não é justo! Vou fazer um abaixo assinado contra isso! Onde já se viu, ter que respeitar vaga de idoso e deficiente!".
Eu até pensei em responder, mas mudei de ideia ao perceber que a moça é do tipo "barraqueira". Se ela apenas fizesse um comentário, talvez eu falasse com ela, mas como fez um escândalo e queria público para seu show bizarro, achei melhor não falar com esse tipo de gente. Como dizia mamãe: "Quem se junta aos porcos farelo come".
Estranho e engraçado ela fazer um escândalo por ter que respeitar as leis! As vagas especiais de estacionamento são direitos garantidos por lei a idosos, deficientes físicos e gestantes.
Absurdo alguém reclamar porque tem que respeitar o direito de alguém!
Será que essa criatura baixa se esquece que um dia ficará idosa também?
Os jovens de hoje estão tão bobos, exibidos, mal educados, barulhentos e querem tanto chamar a atenção para o nada (nihil) que são suas vidas e seu caráter.
Nihil é um termo latino que significa "nada", o niilismo de Nietzsche. 
"É a desvalorização e a morte do sentido, a ausência de finalidade e de resposta ao  'porquê'. Os valores tradicionais depreciam-se e os princípios e critérios absolutos dissolvem-se..."
É isso.






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