terça-feira, 12 de novembro de 2013

Cristais e Águas

                                  

Reguei as plantas. Estavam murchinhas devido ao forte calor de ontem e hoje.
Sentei-me na cadeira com Rosinha no colo e depois vieram Ébano Nêgo Lindo, Branca Maria e Boreal. É muito gato para pouco colo.
Observei e apreciei o belíssimo fim de tarde e as gotículas de água sobre as folhas das plantas. Pareciam cristais, pedrinhas de brilhante... Tão bonitinhos.
Viajei no tempo e no espaço.
Meio maluco, mas possível. Basta soltar-se das amarras da normalidade e despir-se de vergonhas e preconceitos.
Cristais e pedrinhas de brilhante sobre o pinheirinho de Natal remeteram-me a algum lugar distante onde vivi, onde estive algum dia.
Lembro de quando fomos conhecer a nova casa de um parente nosso em uma cidade da Grande São Paulo. Naquela época começavam a venda de lotes e a formação de novos bairros em localidades mais distantes da capital. Hoje está tudo moderno e civilizado.
Caminhamos por ruas de terra, apreciávamos aquela imensidão vazia e silenciosa. 
No quintal dos fundos da casa havia um pequeno córrego. Um regato, arroio, nascente...
A água era clara, límpida, fresca e tinha um gosto de água de coco. A nascente borbulhava e eu achava aquilo um espetáculo fascinante. Parecia que a água estava fervendo.
Coloquei as mãos sobre o borbulhar, queria pegar a água e senti-la. Nosso parente brincou e disse que as águas me puxariam para dentro de seu mundo encantado. Fiquei com medo, mas curiosa.
Voltamos para casa, logo iria escurecer.
Amanheceu o dia e eu fui sozinha até a nascente para brincar com as águas. Havia um quê de melódico no ar e até podia sentir uma música mágica a tocar. Era uma melodia tranquila, calmante e aconchegante.
Voltamos para casa em São Paulo e comentei com minha vizinha e colega de escola. Pra quê?
A abestada contou para os outros coleguinhas e todo mundo começou a me achar mais estranha ainda. 
Eles não tinham sensibilidade.
Eu tinha e tenho até demais.
Ver e sentir coisas que nem todo mundo consegue ver. Ser taxada de estranha ou maluca só por ver além da visão, (meio Thundercats, sei).
Cristais e pedras preciosas nas plantas, águas melodiosas...Sei lá.
As pessoas são tão práticas, tão secas, tão frias. Não prestam atenção à sua volta, estão sempre na pressa e na correria, sempre preocupadas com o ter, o possuir, o conseguir.
Acho que sou meio maluca beleza.
É isso.




                                      


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