quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Consulta, Cardiologista, Caminhoneiro, Carrões

                                     

Assistia ao programa A Liga que falava sobre baladas. 
Balada para mim é coletivo de balas perdidas. 
Bom...
Mostravam dois tipos de baladas: a dos ricos e a dos pobres da ZL. É nóis.
O que separa essas baladas é o poder aquisitivo das pessoas, porque a futilidade é a mesma. Desculpa aí.
Tanto as meninas pobres quanto as ricas usam salto alto, vestidinhos curtos, muita maquiagem e cabelinho esticadinho. Os meninos ricos usam roupas de marca e os da ala pobre também; todos se esforçam para manter o status, mesmo que para isso todo o salário do mês seja comprometido.
Antes de saírem para a balada param em um bar para um "aquecimento" onde são consumidos litros e litros de bebidas alcoólicas e energéticos. A turma rica gasta mais de dois mil reais nas bebidas do "aquecimento pré balada". 
Só bebem, e se um grupo pedir, por exemplo, cinco garrafas de champagne, o outro grupo pede seis ou sete, é para competir quem gasta mais, quem pode mais.
Futilidade.
Muita bebida, carrões, aparência, exibicionismo, ostentação, vazio.
Como as pessoas podem se esforçar tanto para parecerem aquilo que não são?
Provar o quê pra quem? 
O valor de um produto não tem nada a ver com suas características físicas, já disse Karl Marx.
Assisti parcialmente ao programa, é muita babaquice para meu gosto, mudei de canal e depois decidi me deitar e além do mais, eu teria consulta com o cardiologista na manhã seguinte.
Saio pelas ruas afora no meu humilde possante e vou ao bairro do Tatuapé, o novo Morumbi da ZL. Prédios de luxo, carrões e ostentação. Aguardo o farol abrir e estou entre dois baita carrões, um KIA Sorento e um IX35, e ambos tocam as mesmas musiquinhas chiclete de mal gosto. Nossa! No sentido contrário vem uma Pick Up gigantesca tocando som de balada em altíssimo volume que estrondava os tímpanos dos inocentes ao redor. O dinheiro compra carrões potentes mas não compra bom gosto e educação.
Chego ao consultório do cardiologista, faço a ficha e aguardo. Sou chamada e ao entrar no consultório sou atendida por um homem gorducho, com barriguinha de cerveja que lembrava um caminhoneiro, com todo respeito. O doutor de poucas palavras e paciência igual não usava jaleco, estranhei.
Fez as perguntas de praxe, mediu minha pressão, que para variar estava alta e fiz um eletrocardiograma: Bloqueio divisional antero superior esquerdo. Nada de mais ou de muito grave, apenas um desvio formado pelo esforço do coração para bombear o sangue; esforço acentuado pela pressão alta. 
Segundo o cardiologista, é necessário controlar a pressão e evitar que ela fique nos altos e constantes 16x11, é isso que sobrecarrega o coração. A Acromegalia intensifica o problema já existente e hereditário, papai e mamãe eram hipertensos assim como boa parte da família. 
Às vezes a situação piora e a pressão chega os 22 ou 24x18, aí o risco de um AVC (acidente vascular cerebral) o famoso derrame, é bem maior.
Vou fazer um ecocardiograma e exames de sangue e tomar mais um remédio para o controle da pressão e quando os exames estiverem prontos, os levarei ao lacônico doutor com cara e corpinho de caminhoneiro. 
Aliás, é uma coisa que me incomoda e tira um pouco da credibilidade que poderia depositar em determinado profissional: médicos obesos e/ou fumantes. Não combina. Profissionais da saúde deveriam zelar pela própria saúde para dar o exemplo aos pacientes. Na boa, que moral tem um médico gorducho e/ou fumante? Dá para confiar em um profissional assim? Dá não.
Vou cuidar de mim.
É isso.

                             

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