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domingo, 26 de agosto de 2012

Um ano de blog

                                          

Hoje é 26 de agosto de 2012 e hoje completa um ano de blog.
Um ano de "escrivinhações", de causos ora alegres, ora tristes; de revoltas, inconformismo,  questionamentos...
Um ano de desabafos, de críticas diversas, de implicâncias, de "inguinóranças", de muitas coisas.
Fico feliz quando leio comentários de pessoas que leem meu blog e dizem que se divertem muito com as coisas que escrevo.
Se divertem e aprendem um pouco mais sobre Acromegalia.
Adoro escrever, já que não sou muito hábil com as palavras faladas e não tenho muitos ouvidos dispostos, livres e pacientes para me ouvir. 
Escrevo para não falar sozinha, parafraseando Cazuza.
Até achei que não conseguiria criar um blog, mas a Silvia foi de grande ajuda.
Silvia é uma pessoa querida que sugeriu a ideia do blog; comecei meio tímida e hoje perdi a vergonha (no bom sentido) e a timidez e desembesto a escrever. Adoro.
Agradeço à Silvia pela brilhante ideia e agradeço a todos que me leem.
Muito Obrigada.
Rejane. Nordestina, Acromegálica, Corinthiana, Maloqueira Sofredora, Graças a Deus!
É nóis!
:-)

                           

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Satisfeito

                                         


Paipreto recebia visitas de fazendeiros e auto proclamados coronéis.
Recebia também a visita de gente comum moradora da região e dos pretendentes à mão -e a todo o resto - das filhas solteiras.
Ao contrário da humildade e timidez das pessoas mais simples, o traço mais marcante dos auto proclamados coronéis era a arrogância: "Como vai vosmecê e a família, seu coroné?"
"Do jeito que você tá vendo! E que interesse você tem em saber de minha família?"
Uma tarde o coronel estava conversando com Paipreto quando chega outra visita, às vezes era um desafeto, e para cutucar a onça com vara curta, Mãevelha perguntava: "Seu Coroné, o sinhô vai esperar por seu José pra modi ir simbora?"
"Oxente! Esperar por quê? Não vim com ele e nem nasci agarrado com ele! Vôte!"
Paipreto e Mãevelha ofereciam almoço ou alguma refeição, de acordo com a hora da visita: "O sinhô quer mais um bocadinho dessa carne?"
"Quero não. Eu tô sastifeito. Se eu quiser mais eu mesmo pego!".
Quando o arrogante coronel finalmente ia embora, Mãevelha comentava com Paipreto: "Vôte, que homi mais inguinórante!"
As visitas continuaram sempre frequentes com meu Paipreto sendo um bom escutador de causos e histórias e minha Mãvelha uma boa e educada anfitriã.




                                              

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Sorrir

                                         


Tenho andado distraído
impaciente e indeciso
E ainda estou confuso
só que agora é diferente:
estou tão tranquilo e tão contente...
Quase Sem Querer - Legião Urbana


Ando muito cansada, física e emocionalmente.
Têm tantas coisas que eu quis tanto, que eu achei que seriam minhas, mas que não foram... se foram.
Alguém me disse para não reclamar pelo que não tenho e sim agradecer pelo que tenho. Parece frase de para-choque de caminhão, mas tem sentido.
Sei lá.
Estou sem pique para escrever, mesmo tendo muitos causos pedindo para serem escritos, lembrados e que me farão rir.


Sorri, vai mentindo tua dor
e ao notar que tu sorris
todo mundo irá pensar
que é feliz...
Charles Chaplin


                                    

terça-feira, 8 de maio de 2012

Contos, Cantos, Causos & Histórias

                                             


Gostava de ouvir mamãe contar os causos do seu tempo de menina.
Mamãe sempre começava assim: "Era uma noite de lua claaaaaaaaaaaaaara..."
Ela sempre enfatizava a primeira sílaba da palavra clara; mamãe tinha seu estilo próprio de contar causos, contos e histórias. 
Gostava também de ouvir mamãe cantar canções de ninar e de roda; a voz de mamãe tinha um quê de tristeza melódica e bela. Era emocionante ouvir mamãe cantar:
Se essa rua, se essa rua fosse minha
eu mandava, eu mandava ladrilhar
com pedrinhas, com pedrinhas de brilhante
para o meu, para o meu amor passar...


E no mesmo ritmo ela cantava uma canção sobre um anjo que morava em um bosque solitário e triste:


Nessa rua, nessa rua tem um bosque
que se chama, que se chama solidão
dentro dele, dentro dele mora um anjo
que roubou, que roubou meu coração


Se roubei, se roubei teu coração
é porque, é porque te quero bem
se roubei, se roubei teu coração
é porque tu roubaste o meu também.


Eu imaginava um bosque escuro com um anjo triste e solitário a caminhar por seus caminhos tortuosos e misteriosos e perguntava a mamãe: "Mas por que o anjo não sai do bosque? Por que ele não pode sair do bosque? Ele não tem amigos? Família? Por que o anjo é tão só?"
Eu ficava triste com a solidão do anjo.