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segunda-feira, 6 de julho de 2015

Esquentando um Sol

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Tem feito muito frio e isso afeta minhas articulações; doem mais.
Levantei cedo e mesmo bem agasalhada, sentia muito frio e dor nas pernas.
Fui lá fora para esquentar um sol, como dizia minha avó Mãevelha, e vi o movimento da rua. Sinto falta da liberdade de poder ir e vir.
Apreciei o belo e gélido fim de tarde na companhia dos gatos.
Liguei para uma amiga querida e falamos sobre os mais variados assuntos; de animais a gastronomia.
Estou vivendo uma temporada light, diet, mas quando ficar boa, matarei minhas vontades: salame, linguiça, bacon, queijos, doces e outras guloseimas..
Falei para minha amiga que sempre sonho andando livremente, em paz e me sentindo tão bem. Isso vai acontecer, tenho fé.
O chato é aguentar a demora, a espera, a burocracia. Tem tanta gente com problemas ortopédicos, principalmente de coluna.
Tempos difíceis.
Pretendia falar/escrever mais, mas vou deixar para depois.
É isso.


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domingo, 20 de janeiro de 2013

Deus

                             


Era 2004 e nossas aulas do Curso de Letras iniciavam-se. Não conhecíamos ninguém, tudo e todos eram novos para nós.
Aos poucos a sala de aula fica cheia e ainda não temos amizades, apenas dizemos "Boa noite" quando chegamos.
Como boa CDF, sento-me nas primeiras carteiras e a turma do fundão instala-se no lugar de praxe para suas idiotices, para atrapalhar as aulas e a atenção de quem realmente quer estudar.
Um dia me arretei com a infantilidade estúpida de adultos que estavam ali para estudar e um dia ser professores,mas em vez disso, enchiam a paciência com suas tolices; me irritei e disse: "Vocês estão desperdiçando dinheiro! Vocês pagam mensalidade para não estudar?! Melhor vocês comprarem cestas básicas com esse dinheiro e ajudar a quem precisa!"
Pronto, virei a CDF chata da sala.
Os grupos e panelinhas se formam e no meu grupo de alunos mais sérios e dedicados estão minhas amigas Claudia, Marileide, Elisângela, Daniela e o maluco do Chico, que nos fazia rir com suas imitações dos professores. Era hilário.
Tenho saudades dessa época e de nossa turma de Guis, "Os Guinorantes", como nos chamava o  Chico.
Mas logo no início das aulas observo uma moça bonita que chora enquanto olha repetidas vezes para páginas com imagens e textos tirados de sites de pesquisa e vejo que trata-se de uma doença.
Eu não a conhecia e não sabia seu nome e fiquei com receio de perguntar porque ela chorava, mas tomei coragem e perguntei: "Desculpe, posso ver essas folhas?"
Ela me entregou e vi que se tratava de algo sério. Deixei que ela se acalmasse e tomasse a iniciativa de falar, eu não tinha coragem de perturbá-la em sua dor.
Ela disse que a irmã mais velha fora diagnosticada com câncer e estava no início do tratamento, as duas eram muito amigas e se davam muito bem.
Eu a confortei, disse que isso seria só uma prova pela qual a irmã dela passaria e sairia bem. Está vendo esses papeis? Tudo bobagem, sua irmã vai vencer essa batalha!
Nosso curso seguiu, a irmã teve melhoras e pioras e até engravidou de um menino lindo; chegou o fim do nosso curso e o stress e correria com estágios e TCC (trabalho de conclusão de curso). Ela engravidou e eu a ajudei com o seu TCC.
Nos formamos e seguimos nossas vidas, mas sempre mantendo contato por telefone ou por redes sociais.
Em 2009 fiz a fatídica cirurgia de remoção de adenoma (tumor) de hipófise, não deu certo e fiquei em coma. Em alguns momentos eu abria os olhos, mas não falava e demorava a reconhecer as pessoas. Mas em um dia de visita vejo uma moça bonita ao lado do meu leito e aos poucos a reconheci pela voz. Ela me deu forças, me animou, perguntou se eu me lembrava da irmã e disse que eu também sairia dessa como ela.  Minha amiga e colega de faculdade saiu da UTI chorando.
Recebi mais uma visita sua e eu estava sentada em uma poltrona ao lado do leito, me recuperava aos poucos.
Saí desse sofrimento, graças a Deus e quando estava em casa, liguei para ela para agradecer e perguntei pela irmã; estava tudo bem.
Esses dias sonhei com essa amiga e ia escrever para ela, mas fiquei naquela de depois eu faço, não fiz.
Insônia braba, levanto e decido escrever, mas antes passo pelas redes sociais e vejo uma mensagem dela, dizendo que a irmã se fora, e me oferecendo alguns remédios para dor que a irmã usava.
Fiquei muito triste e preocupada. Duas mortes recentes logo no começo do ano. A americana Tanya Angus, acromegálica como eu e a irmã da minha amiga que lutara tanto por sua vida e saúde.
Tomei hoje mais uma dose do remédio que controla essa doença infame que me consome e me rouba a liberdade e às vezes até o gosto de viver.
Dias melhores virão, meu Deus.
Deus e o Povo lá de Cima, receba essas duas moças e que elas tenham paz.
Amém.

                                   

domingo, 26 de agosto de 2012

Um ano de blog

                                          

Hoje é 26 de agosto de 2012 e hoje completa um ano de blog.
Um ano de "escrivinhações", de causos ora alegres, ora tristes; de revoltas, inconformismo,  questionamentos...
Um ano de desabafos, de críticas diversas, de implicâncias, de "inguinóranças", de muitas coisas.
Fico feliz quando leio comentários de pessoas que leem meu blog e dizem que se divertem muito com as coisas que escrevo.
Se divertem e aprendem um pouco mais sobre Acromegalia.
Adoro escrever, já que não sou muito hábil com as palavras faladas e não tenho muitos ouvidos dispostos, livres e pacientes para me ouvir. 
Escrevo para não falar sozinha, parafraseando Cazuza.
Até achei que não conseguiria criar um blog, mas a Silvia foi de grande ajuda.
Silvia é uma pessoa querida que sugeriu a ideia do blog; comecei meio tímida e hoje perdi a vergonha (no bom sentido) e a timidez e desembesto a escrever. Adoro.
Agradeço à Silvia pela brilhante ideia e agradeço a todos que me leem.
Muito Obrigada.
Rejane. Nordestina, Acromegálica, Corinthiana, Maloqueira Sofredora, Graças a Deus!
É nóis!
:-)

                           

segunda-feira, 26 de março de 2012

Ideia

                                                


Beatriz adora fazer bolos, cupcakes e outras guloseimas comigo.
Quando chego à sua casa, ela diz: "Tia Rejane, vamos fazer um bolo?"
"Tem todos os ingredientes?"
Se não tiver, minha irmã Rosi providencia e em alguns minutos estamos Beatriz e eu com as mãos na massa, literalmente.
Uma vez, porém, Beatriz me chama para fazer bolo mas muda de ideia com a chegada da amiga Sarah. Eu faço o bolo sozinha e Rosi diz: "Mas Beatriz, você chama sua tia para fazer bolo e não ajuda; sua tia fez tudo sozinha".
"É mãe, mas a ideia foi minha".


                                                 


                                               

quinta-feira, 15 de março de 2012

Cleusa

Cleusa acompanhada de sua simpática filha Daniela e de minha irmã Renata com Rafaela nos braços
                                             


É uma amiga de longa data e eu a chamo de "Big sister", (irmãzona).
Cleusa é uma pessoa bacana, paciente, sempre tem uma palavra de conforto para nos dar quando vamos chorar nossas pitangas em seus abençoados ouvidos.
Mas como ninguém é perfeito, Cleusa é uma pessoa difícil de ser contactada, alcançada e as pessoas que a cercam parecem querê-la só para si. Não é tarefa fácil conseguir roubar alguns preciosos minutos de sua atenção.
Bom...
Há muitos anos mamãe e Cleusa batiam os quatro cantos do mundo, como dizia papai. Mamãe e Cleusa eram vendedoras e saiam para vender seus produtos e fazer cobranças.
A mãe de Cleusa, a falecida Itamar, também fazia parte desse destemido trio de mulheres fortes, corajosas e passeadeiras.
Muitas vezes mamãe ia mais cedo para a cama por estar com dores de cabeça devido à sua pressão alta, mas bastava Cleusa chegar à nossa casa e mamãe já se sentia melhor.
Papai ficava invocado com a situação e dizia: "Tua mãe tá a pulso, mas é só dona Cleusa chegar que tua mãe já fica boa".
E era verdade.
Mamãe gemia: "oi, oi, oi..." 
E nós dizíamos: "Geme direito, mãe".
Cleusa chegava e dizia: "Marlene, vamos ali comigo?"
Mamãe se levantava e se arrumava em tempo recorde e em minutos já estava dentro do carro de Cleusa e iam as superpoderosas andar pelas ruas paulistanas.
E nós, para pentelharmos mamãe, dizíamos: "Mas a senhora não estava doente? É só a Cleusa chegar e a senhora já fica boa rapidinho, né mãe?"
"Vai ver se eu estou na esquina, meninos"
E lá iam mamãe, Itamar e Cleusa afora por esse mundo de meu Deus.


                                          

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Conversa Penosa

Sempre vou à casa de Cleusa, uma amiga muito querida.
Cleusa é paciente, carinhosa e sempre tem uma palavra de conforto para nos dar.
Ela também gosta de bichos como eu e tem cachorros, passarinhos e um papagaio. 
Sim, sei que papagaio também é pássaro...
Mas...
Quando chego à casa da minha amiga cumprimento a todos e vou até o quintal para falar com os pássaros, principalmente com o papagaio, ou lôro.
O penoso conversa comigo, arrepia as penas e faz muito charme. Disse à Cleusa que o papagaio fala comigo e eu entendo o que ele diz. Minha amiga me olhou como se eu não estivesse em posse de minhas faculdades mentais.
Mas esses dias o marido de Cleusa, o invocadão e muito macho Maurição, também disse a ela que o papagaio falou com ele. Tá vendo?
Posso jurar que o papagaio fala as seguintes frases ou palavras entre outras: "Você chegou? Tudo bem?"
Juro!
Bom...
Fui ao Pet Shop comprar ração das minhas gatas e antes de entrar na loja paro para conversar com uma pombinha branca que vive numa gaiola e está à espera de alguém que a leve para casa. Se não fosse essa minha gataida...
Acho que a pomba já me conhece, pois ao me ver aproximar ela vem para mais perto da grade, arrepia as penas e emite sons que são propícios dos pombos.
E eu converso com ela. Digo que se pudesse a levaria para casa, que se não fossem meu gato e gatas, que se eu tivesse uma casa grandona e minha de verdade, e desejo que alguém bom que ame e respeite os animais venha buscá-la.
A moça do Pet Shop pesa a ração, já sabe qual meus felinos gostam, e aguarda eu terminar minha conversa com a pombinha branca.
Educadamente, para não revelar seus verdadeiros pensamentos em relação a mim, ela pergunta se sou casada, se tenho filhos, se sou formada, se isso, se aquilo...
Será que não pareço normal?!