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domingo, 24 de fevereiro de 2013

Gafe

                               



Falei sobre limpeza e música na postagem anterior mas me esqueci de falar sobre a pequena gafe que cometi.
Foi assim: A personal diarista pediu para eu tocar Raça Negra e eu muito gentilmente aquiesci.
Fui para as caixas onde guardo os CD´s e procurei, encontrei Cidade Negra. Coloquei para tocar. Gosto muito.
O CD está quase na metade e a personal diarista pergunta: "Você não vai tocar o Raça Negra?".
"Oxe, mas está tocando!".
Minha cunhada Preta percebeu a gafe e disse: "Ela pediu Raça Negra e não Cidade Negra! Tudo bem, é a idade, perdoamos".
E ainda disse que seria muito difícil encontrar na minha casa CD de pagode, funk, rap etc...
Eu não gosto de pagode, principalmente de grupos com mais de dez pagodeiros na foto da capa do disco. Meu vizinho, só podia ser, ouvia pagode esses dias e eu parei para prestar atenção na letra: "lalaiá, lalaiá... lalaiá, lalaiá..."
As músicas parecem música de corno ou música para se ouvir em motel barato de periferia. Não dá.
Gosto do samba, do velho e bom sama. Martinho da Vila, Paulinho da Viola, Beth Carvalho e o representante maior do samba paulistano, Adoniram Barbosa, meu!
Aí sim, eu dou valor!
É isso.


Fotos de Raça Negra
Raça Negra
Cidade Negra
Cidade Negra


sábado, 1 de setembro de 2012

Marginal Tietê

                                         

Vinha pela rua e parei para que um carro pudesse manobrar. Sou educada.
Enquanto aguardava, fiquei observando a Marginal Tietê, bem atrás do Corinthians.
Eu gostava de passear pelas famosas ruas de São Paulo e sair por aí sem destino, mas parei de fazer isso, pois temo a violência nas ruas, bêbados ao volante e toda sorte que problemas advindos da irresponsabilidade das pessoas.
Lembrei de papai e suas infinitas "inguinóranças", lembrei de quando ele nos dizia: "Vão barrê (varrer) a rua, vão contar quantos carros passam na rua..."
Naquela época era comum nos sentarmos na calçada e observarmos os meninos jogando bola, as pessoas passando pra lá e pra cá e cumprimentando mamãe que conhecia, conversava e cumprimentava todo mundo. Em dias de eleições eu dizia que parecíamos sapos na lagoa, pois tanto na ida quanto na volta encontrávamos as pessoas e dizíamos "oi".
Eram muitos "ois" e por isso parecíamos sapos na lagoa: "Oi, oi, oi..."
Fubá diz que sapos fazem "Uêbati, uêbati", tanto que batizou de "Uêbati um sapo feito por tia Dolores e que servia de peso para segurar porta.
Noites de calor e era difícil dormir com o calorão e as muriçocas zunindo em nossos ouvidos, então ficávamos na calçada até refrescar um pouco e enquanto isso observávamos o movimento e contávamos quantos carros entravam e saíam do motel que fica bem na esquina da Marginal Tietê.
Ficávamos eu, minha irmã Rosi, nossa prima Neide de Pernambuco e uma tia nossa e apostávamos: "Aquele carro vai entrar no motel... Aquele vai seguir pela Marginal..."
Coisa mais boba, mas era divertido. 
Não tínhamos muitas opções como hoje, não tinha TV a cabo, Internet, celular, redes sociais e essas modernagens todas e as pessoas eram mais próximas, menos estressadas e até mais felizes. Acho eu.
Talvez.
Hoje está tudo tão moderno, tão adiantado, temos centenas de amigos virtuais e na realidade somos sós, a maioria das vezes. As pessoas se encontram para um bate papo em uma mesa de barzinho, por exemplo, e o que é que elas fazem? Cada uma saca seu celular modernoso e verifica mensagens, posta isso, comenta aquilo... e o bate papo real ficou só no virtual.
Sei lá. 
Estou meio nostálgica hoje.
Acho que o tempo vai mudar, me dói tudo, o corpo e a alma também.
É isso.