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quarta-feira, 12 de março de 2014

Polvo

                                   


Fui ao banco para finalmente pagar as contas com meu rico salário que chegou quase no meio do mês.
O local estava lotado e eu estava preocupada com a demora, pois em breve choveria, e desabou um baita de um temporal.
Saí do banco e fui fazer minhas compras; fui ao Atacadão, que é menos caro.
Comprei produtos de limpeza, varais para os gatos subirem no muro e estraçalhá-los com os dentes, café e meus ingredientes favoritos para preparar minhas guloseimas.
Olhei os ovos de Páscoas e estão caros pra caramba. Fiquei com vontade de experimentar um ovo de chocolate Alpino para comer com colher; experimentei ano passado e adorei.
Saio do Atacadão sob forte chuva e encaro uma Marginal Tietê congestionada. Faço outro caminho para tentar sair daquela lentidão e cheguei rapidamente em casa, para alegria da gataiada.
Guardei as compras, alimentei meus bichanos e liguei a TV para assistir à reapresentação do programa Mais Você. Foi falado sobre um veterinário em Minas Gerais que tem ideias geniais para salvar e ajudar animais carentes, feridos, amputados etc... Adorei esse moço!
Falou-se também sobre preconceito e sobre julgar as pessoas pela aparência, cor da pele, orientação sexual etc...
Como tem gente tola nesse mundo!
Fiquei com nojo do prato preparado por Ana Maria Braga: polvo!
Que nojo! Aquela coisa mole, cheia de ventosas e que parece uma geleia.
Na boa.
Cochilei no sofá e acordei com o barulho do telefone.
Tomei banho e agora bateu uma fominha.
Estou cansada e vou para a cama mais cedo. O despertador dispara às cinco da manhã e eu me levanto às cinco e meia. Fico com os gatos ao meu redor; acariciando uns, beijando a cabeçona cinzenta de leãozinho do meu Léo Caramelo, beijando os longos bracinhos de Bellatrix... 
Depois do chamego me levanto e sigo minha rotina matinal: banho, café, cuidar dos gatos e ir para o trabalho.
E a vida segue...
Simples assim.
É isso.


                                      

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Zona Leste

                                


Tive perícia marcada para hoje às onze horas e pedia-se que chegasse quinze minutos antes da hora agendada. Até aí tudo bem.
O local da perícia mudou e não temos mais que encarar má vontade, cara feia de médicos grossos e mal educados do DPME. Têm uns bem famosos entre os periciados; o cara fez curso de estupidez junto com o de medicina.
Conforme o agendamento, o local da perícia seria na Rua Rincão, 40 na Vila Esperança, próximo ao metrô Guilhermina- Esperança. Ok.
Vejo o endereço e parece-me simples, próximo à Avenida Amador Bueno da Veiga. Encontrei o endereço com facilidade.
Estaciono em uma ruazinha estreita e de ladeira, pego meus exames, bolsa e bengala e dirijo-me ao endereço mencionado no agendamento. Encontrei um local fechado e sem movimentação de pessoas. Esse local foi a Diretoria de Ensino Leste 1.
Em uma porta vejo um pequeno aviso, mas não consigo enxergar e preciso descer três degraus sem corrimão para pode ler o que está escrito: Perícia na Rua Doutror Heládio, primeira à esquerda. #$%@!
Subi e desci uma ladeirinha até chegar ao bendito local e encontrei uma recepcionista educada e simpática. Ela diz que a perícia é demorada e que o médico fica com o paciente algo em torno de uma hora. Então por que falam para chegar mais cedo?!
Cheguei um pouco antes das dez da manhã e fui atendida ao meio dia e meia.
O médico foi simpático, fez inúmeras perguntas e me examinou, coisa que nunca foi feita pelos outros peritos pouco simpáticos.
O doutor mediu minha pressão, que para variar estava alta (17x11), examinou e apertou meus joelhos e minha coluna. Doeu. 
Eu não deveria dirigir estando hipertensa e só, mas como era um local próximo, não achei que haveria problemas, mas o médico me orientou e me liberou.
Fiquei preocupada e com medo, já pensou se esse homem resolve me internar?! Ave Maria! Pensei comigo.
Termina a perícia e subo a ladeirinha e desço outra até chegar ao carro. Cansei e só consegui subir e descer porque estava com minha bengala e me apoiei em algumas árvores; tive medo de cair.
Agradeci às árvores.
Entro no carro e faço o caminho de volta pela Amador Bueno, achei que bastaria fazer o percurso inverso e logo logo estaria em minha humilde residência. "Si ferrei".
Em determinado trecho da avenida é obrigatório virar à esquerda para retornar na mesma avenida quarteirões depois. Não era assim antigamente.
Sigo o fluxo e vejo placas indicando a Radial Leste e a Marginal Tietê; fiquei tranquila. Passo por ruas com belíssimos ipês amarelos e primaveras coloridas enfeitando os quintais e calçadas de casas antigas que deixam a Penha com jeito de cidadezinha de interior.
Fui dirigindo, dirigindo e nada de voltar na Amador Bueno da Veiga e passo por várias estações de metrô: Vila Matilde, Artur Alvim, Patriarca...
Placas indicam o bairro de Itaquera e ao longe vejo o Itaquerão, o Arena Corinthians. Coisa linda.
Estou é longe casa!
Paro em um posto e pergunto ao frentista como voltar sentido Centro e sou informada para seguir em frente e fazer o retorno. Fiz.
Rodei e rodei e fiquei feliz quando vi lá no alto a Igreja da Penha.
Volto pra minha quebrada, como dizem os manos da ZL, e de lá vou à casa da minha irmã Rosi para saborear a deliciosa farofa do meu cunhado Pepê.
Que dia meu Deus, que dia.
Vou fazer meu chá de gengibre com limão para ajudar a aliviar as dores e proporcionar um bom sono. 
Hoje abusei do meu corpinho acromegálico, principalmente das minhas pernas e joelho.
É isso.




quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Dirigir

                                


Fui ontem ao Hospital do Mandaqui que fica mais no bairro de Santa Terezinha, Zona Norte de São Paulo.
Passei por Santana e segui caminho pelos bairros.
Subi pela Voluntários da Pátria e depois pela Conselheiro Moreira de Barros até o fim; continuei pela Engenheiro Caetano Álvares e depois virei à direita na Voluntários da Pátria, que tem um mão só em alguns trechos.
Dirigi bastante.
Na volta pego Marginal Tietê meio parada; poderia ter vindo por dentro, mas não gosto daquele abre e fecha do farol, as pessoas atravessando fora da faixa, os "busão"...
Mesmo estando meio parada, a Marginal Tietê é livre, não têm farol nem pedestre.
Cheguei em casa exausta. Ia parar no Pet Shop do bairro para comprar areia e ração molhada, mas desisti. A rua estava lotada e não havia vaga para estacionar.
Fui para casa e tive dificuldade para descer do carro para abrir o portão; muito tempo na mesma posição e meus joelhos ficam duros, travados e doloridos.
Entrei, vi a gataiada, os peixes e as plantas; tudo em ordem. Deitei no sofá, no que seria a princípio alguns minutinhos, e acordei depois do Jornal Nacional.
Fiquei preocupada enquanto descia a Voluntários da Pátria, meu joelho estava duro e eu tive receio de não conseguir brecar. Coloquei o carro em ponto morto e puxei o freio de mão; aguardei alguns segundos enquanto tirei o pé do pedal.
São Paulo é uma cidade de muitos morros e ladeiras e não é fácil dirigir e segurar o carro numa situação dessas. O bairro de Perus tem ladeiras absurdas e não sei como os ônibus lotados conseguem subir tudo aquilo.
Um abestado atrás de mim buzinava inutilmente, pois havia um carro e um ônibus na minha frente aguardando o sinal abrir. 
Tem gente que entra no carro e se transforma em outra pessoa, bem pior.
Bom...
Fiquei em casa hoje e fiz algumas coisas leves; deixei os joelhos descansarem.
Amanhã vou dar mais uns "rolê" por aí.
É isso.

                                      

                       

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Ânimo

Não gosto de palhaços mas esse representa bem o paradoxo: feliz por fora e devorando-se por dentro.
                                  

Estou tão cansada.
Fui hoje ao laboratório para pegar o resultado da ultrassonografia de abdome e um medicamento chamado Manitol para poder realizar os exames de endoscopia e colonoscopia com biópsia, se necessário.
Tenho tido dores muito fortes de estômago e é como se um bicho estivesse a se contorcer dentro de mim e a me devorar as vísceras.
Sempre tive dificuldade para digerir alimentos e o resultado disso são prisões de ventre que duram de uma semana a dez dias, barriga inchada e gases.
Outro dia desses acordei o vizinho e os gatos com minhas sonoras emissões gasosas.
Bom...
O laboratório me liga e me orienta quanto ao procedimento: jejum, tomar o Manitol e outros remédios pedidos.
Sigo pela Marginal Tietê sempre congestionada às sexta-feiras chuvosas e penso comigo: "E se eu desistisse de tudo? E se eu parasse com tudo?"
O problema é dar trabalho aos outros. 
O problema é suportar as dores, o cansaço, a deformidade óssea, o crescimento, o desânimo e a revolta.
O problema é ficar presa a uma cama de hospital. Deus me livre! Já passei por isso e não quero passar de novo não.
Tanto cabra safado por aí e com saúde e eu não.
Quase todo dia tenho que fazer exame, buscar exame, levar exame...
Que doença mais besta, minha Nossa Senhora!
Se eu fosse rica, largaria tudo e andaria sem rumo por esse mundo véio sem porteira e iria até onde e quando a Acromegalia permitisse; até onde minhas juntas e ossos entrevados me levassem.
Mas antes de partir eu gostaria de ver meus irmãos e irmãs bem, meus gatos também.
Estou cansada, meu Deus.
Mas não vou desistir não.
Não vou me entregar não.
Já comi toucinho com mais cabelo, diria mamãe.
Às vezes, muitas vezes, não é fácil ser eu.
São coisas minhas, muito minhas, só minhas.

                         
                                       



sábado, 1 de setembro de 2012

Marginal Tietê

                                         

Vinha pela rua e parei para que um carro pudesse manobrar. Sou educada.
Enquanto aguardava, fiquei observando a Marginal Tietê, bem atrás do Corinthians.
Eu gostava de passear pelas famosas ruas de São Paulo e sair por aí sem destino, mas parei de fazer isso, pois temo a violência nas ruas, bêbados ao volante e toda sorte que problemas advindos da irresponsabilidade das pessoas.
Lembrei de papai e suas infinitas "inguinóranças", lembrei de quando ele nos dizia: "Vão barrê (varrer) a rua, vão contar quantos carros passam na rua..."
Naquela época era comum nos sentarmos na calçada e observarmos os meninos jogando bola, as pessoas passando pra lá e pra cá e cumprimentando mamãe que conhecia, conversava e cumprimentava todo mundo. Em dias de eleições eu dizia que parecíamos sapos na lagoa, pois tanto na ida quanto na volta encontrávamos as pessoas e dizíamos "oi".
Eram muitos "ois" e por isso parecíamos sapos na lagoa: "Oi, oi, oi..."
Fubá diz que sapos fazem "Uêbati, uêbati", tanto que batizou de "Uêbati um sapo feito por tia Dolores e que servia de peso para segurar porta.
Noites de calor e era difícil dormir com o calorão e as muriçocas zunindo em nossos ouvidos, então ficávamos na calçada até refrescar um pouco e enquanto isso observávamos o movimento e contávamos quantos carros entravam e saíam do motel que fica bem na esquina da Marginal Tietê.
Ficávamos eu, minha irmã Rosi, nossa prima Neide de Pernambuco e uma tia nossa e apostávamos: "Aquele carro vai entrar no motel... Aquele vai seguir pela Marginal..."
Coisa mais boba, mas era divertido. 
Não tínhamos muitas opções como hoje, não tinha TV a cabo, Internet, celular, redes sociais e essas modernagens todas e as pessoas eram mais próximas, menos estressadas e até mais felizes. Acho eu.
Talvez.
Hoje está tudo tão moderno, tão adiantado, temos centenas de amigos virtuais e na realidade somos sós, a maioria das vezes. As pessoas se encontram para um bate papo em uma mesa de barzinho, por exemplo, e o que é que elas fazem? Cada uma saca seu celular modernoso e verifica mensagens, posta isso, comenta aquilo... e o bate papo real ficou só no virtual.
Sei lá. 
Estou meio nostálgica hoje.
Acho que o tempo vai mudar, me dói tudo, o corpo e a alma também.
É isso.

                                 

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Coração

                                           

Corinthians X Santos pelas semi finais da Libertadores. Haja coração, minha Nossa Senhora!
Minha irmã Rosi disse que sou uma Corinthiana fajuta, que não conheço os jogadores, que não sei a escalação do time, que não acompanho os jogos...
Mas não é isso não, é para proteger meu coração.
É muita emoção, agonia, sofrimento, desespero, paixão. Haja coração mesmo! E o meu não é lá grande coisa, já passou por uma parada cardíaca-respiratória e está cheio de colesterol, isso sem contar os sentimentos, as mágoas, as coisas boas, as não tão boas que ele tem que aguentar. Mas meu coração é forte, graças a Deus.
Uma vez uma colega da faculdade me perguntou: "Como alguém pode-se dizer maloqueiro, sofredor e dar graças a Deus por isso?! Como alguém inteligente como você pode torcer pro Corinthians?"
"Só quem é Curinthia sabe. É paixão, devoção, é uma agonia..."
E não poderia ser diferente, quando chegamos ao nosso Santo São Paulo fomos morar na ZL e depois nos mudamos para uma rua bem atrás do Sport Clube Corinthians Paulista, do outro da Marginal Tietê. Mamãe olhava para o céu e dizia: "Vamos tirar a roupa do varal que a chuva tá lá no Corinthians". Sou mulher, nordestina, professora, acromegálica, maloqueira e sofredora, graças a Deus! Só podia ser Corinthians. Ainda flertei com o São Paulo Futebol Clube quando aqui cheguei, pois pensei que deveria torcer para o time que tem o mesmo nome da cidade que nos recebeu, mas não deu, a paixão foi e é mais forte: Vai Corinthians!
Neymar fez o primeiro gol e eu me peguei com São Jorge Guerreiro e disse: "Ajuda nóis aí, mano!".
São Jorge ajudou. Graças a Deus.
Salve Jorge.

                                          

                                       

terça-feira, 19 de junho de 2012

Aquário

Baiacu
                                     
Fui ao Pet Center da Marginal Tietê.
Tarde chuvosa, cinzenta, melancólica; diferente das ensolaradas e frias tardes outonais. Mas antes da chuva havia uma bela luminosidade onírica.
Observo muito e me encanto com as mudanças e as nuances da Natureza e isso para mim é Deus, como todo respeito à todas as religiões, fés, crenças etc...
Acredito que Deus fala por meio de Suas criações e não precisamos, na minha opinião, de templos de pedra, cimento, cal, adornos e luxo para encontramos o Criador, Ele está em tudo, basta nos despir de nossas certezas absolutas, de nossa arrogância, petulância e outras manias erradas e negativas para vê-lo, senti-lo, ouvi-lo. Somos parte de um todo, estamos interligados, conectados. 
Não pretendo aqui catequizar ou converter ninguém, já fizeram isso séculos atrás e continuam fazendo.
Bom...
Falei tudo isso como uma introdução para o fato ocorrido hoje; mais um causo da minha mente e espírito maluquetes.
Foi assim: Fui comprar ração para a gataida e encontrei o Pet Center mais vazio e fácil de circular por entre seus corredores; fins de semana fica difícil.
Parei em frente ao aquário e observei os diversos peixes coloridos e o preguiçoso tubarão que está sempre deitado a cochilar. Um simpático baiacu dava voltas pelo aquário e parava perto de mim, parecia que me observava. Eu dei uma volta em torno do aquário e o baiacu fez o mesmo; parei e ele parou, fiz um carinho pelo vidro e ele ficou parado exatamente onde estava minha mão a "acariciá-lo". Ele parecia sorrir.
Ficamos um tempo assim: eu e o baiacu. Nos olhamos, sorrimos, conversamos, nos  acariciamos. Um enorme sentimento de comunhão, de união, de fazer parte de algo, de um Todo. 
A pessoa que me acompanhava disse que eu devia estar maluca, pois onde já se viu falar com peixes?! Eles não sabem de nada! São apenas animais com cérebro pequeno e que não sabem do que eu estou falando!
Pode ser.
Enquanto trocava uma ideia com o baiacu simpático, lembrei de um trecho do livro "Fahrenheit 451" de Ray Bradbury, falecido há algumas semanas, e que diz mais ou menos o seguinte: Os livros serão queimados por serem uma ameaça à humanidade. As pessoas devem sair do trabalho e ir direto para casa e vice versa; pessoas caminhando tranquilamente pelas ruas e apreciando o por do sol e a paisagem, serão presas e multadas. Os carros serão extremamente velozes, que é exatamente para ninguém parar para apreciar o que quer que seja; sentimentos não existirão e as pessoas não conhecerão a palavra felicidade e não saberão seu significado. Telões enormes em casa para confirmar a presença do poder político dominante por meio de novelas, jogos e outras programações cuidadosamente preparadas pelo governo para garantir seu domínio e a segurança nacional.
Acho que já vivemos algumas dessas tiranias: temos lixo na TV e na música que encanta milhões; temos carros velozes que honestamente não sei para que servem se não passam da segunda marcha quando a Marginal Tietê está congestionada, o que é praticamente todos os dias!
Acho que as pessoas estão mais distantes, estão conectadas à uma realidade virtual usando inúmeras parafernálias internéticas-cibernéticas e na verdade a realidade de suas vidas não é tão linda e glamourosa como a feliz e efêmera realidade virtual.
Sim, eu faço parte da modernidade, mas prefiro o contato real com a vida real, com gente real e até mesmo bater um papo agradável e real com um simpático baiacu.
Ah, sim...Eu já disse que sou normal?
É isso.


Foto tirada da varanda da casa do meu irmão; belo pôr do sol
                                

terça-feira, 12 de junho de 2012

Obrigações

                                           


Mamãe dizia: "Primeiro as obrigações e depois as devoções"
Organizar, cumprir, realizar, fazer... Parece que um peso enorme é tirado de nossos ombros quando finalmente resolvemos um problema. 
Existem serviços "mudérnos" por telefone e Internet, mas tem coisa que só se resolve com o "olho no olho".
Sou meio antiquada em certas coisas.
Fui ao banco onde tenho minha rica conta salário e fiz atualizações cadastrais, troquei senhas e resolvi outras pequenas pendengas. Fiz as mesmas perguntas que havia feito alguns anos atrás à simpática funcionária, que me garantiu que tudo estava na mais perfeita ordem. Mas não estava. Não sei que raios ela fez ou deixou de fazer, mas as correspondências continuavam indo para o endereço antigo, mas a fia duma égua manca jurou que tinha arrumado tudo.
O banco fica na Rua Clélia, Vila Romana, e não é tão longe, mas o que atrapalha é o trânsito caótico de São Paulo. Saí numa ponte antes, tive que retornar, subi outra ponte e no fim dos erros, acertei o caminho e cheguei a tempo para cumprir minha missão.
Amanhã têm mais missões possíveis.
Estou cansada, moída, como diz meu cunhado Pepê. Dirigi pela Marginal Tietê, fui à Zona Oeste e Zona Leste e finalmente voltei para casa na Zona Norte. Ufa!
Tomei um banho quentinho, relaxei.
A gataiada me espera para irmos para a cama; acho que nem vou conseguir assistir "A Liga" e nem ler "O Processo" de Kafka.
É isso.
Bons sonhos a todos.


Franz Kafka