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terça-feira, 20 de maio de 2014

Partícula

                            


O portão do estacionamento da escola agora é manual, temos empurrá-lo com as mãos tanto para abri-lo como para fecha-lo. Legal isso.
O controle, que paguei a bagatela de trinta e cinco reais, não funciona e somos obrigados a fazer exercício físico se quisermos entrar ou sair do estacionamento com nossos possantes. Legal mesmo.
Nada demais para pessoas com articulações, joelhos e coluna saudáveis. Não é o meu caso.
Já falei/perguntei a meio mundo sobre o problema, para quem tem que ligar, com quem tem que falar para vir arrumar esse bendito portão, mas...
Todo mundo é meio Lula: ninguém viu nada, ninguém ouviu nada, ninguém sabe de nada e assim caminha a humanidade. O mesmo ocorre com o relógio do sinal, que está quebrado desde o início das aulas! Já estamos indo para o segundo semestre e teremos Copa do Mundo, recesso escolar, eleições, Dia das Crianças, Natal... e nada de consertar o sinal e/ou o portão.
Parece que é hábito arraigado na cultura e no comportamento do povo brasileiro: o deixa pra depois, ninguém sabe, ninguém viu, tem que falar com fulano, sicrano e beltrano e aguardar e no fim das contas ninguém faz nada e nada se resolve!
Detesto esse comodismo, essa má vontade, esse empurra-empurra, esse "tem que estar falando com fulano, fazer o pedido e estar aguardando", inferno de incompetência e má vontade!
Detesto esse comportamento de "Lulas" preguiçosos, acomodados, cheios de má vontade e que só sabem enrolar e passar o problema para os outros!
Droga de cultura do "é assim mesmo; deixa assim mesmo", e assim mesmo ficará por todos os séculos e séculos. Amem.
Isso sem falar do enorme terreno largado ao mato e ratos que poderia ser bem melhor utilizado, principalmente com uma sala de leitura bem bacana; meu sonho.
Mas o que pode fazer uma minúscula e insignificante partícula em meio a um Universo gigantesco e infindável tomado por incompetentes?
Escrever.
É isso.



                                   

Universo

                                



Dores, como sempre.
Em maior ou menor intensidade, mas sempre dores.
Osteoartrite na coluna, joelhos, pés, ombros, punhos, mãos. Se tem junta (articulações), tem dor. 
Acromegalia.
Meus punhos estão doloridos e sinto pontadas de dor nos dedos das mãos.
A coluna dói e sinto uma pontada "elétrica"; é como se fosse um choque junto com dor. Estranho, mas dói e incomoda.
Daria um doce para ter e ver a cura da Acromegalia e de todos os males, sejam eles do corpo e da alma.
Acho que já falei sobre isso aqui, mas, segundo os místicos, quando desejamos muito algo o Universo conspira a nosso favor. Então, querido Universo, comece a conspirar a meu favor! Obrigada.
Acabei de fazer mingau de amaranto e trouxe-me lembranças de minha avó Mãevelha com seus mingaus docinhos feitos com de leite de coco com farinha de mandioca; ficava tão bom. 
Mãevelha fazia tudo bonitinho e separadinho para mim e meu avô Paipreto; era tudo tão simples, mas para mim era um banquete dos deuses.
Fiz meu café forte também e comi (tomei?) o mingau com Clara Blue. Bellatrix adora mamão papaya e meu negão lindo adora ovo frito e presunto. Compro uns cem gramas só para ele.
Alice afofou seu cobertor favorito mas deitou-se ao meu lado, bem encostadinha em mim. Sente-se mais aquecida, creio eu.
Vou fazer uma das coisas que mais gosto: arrumar alguns dos livros derrubados por Aldebarã, meu fofinho, peludinho e bonitinho da mamãe.
As dores amenizaram, só estou entrevada, como se arrastasse bolas e correntes de ferro presas à minhas pernas.
Mas tudo vai ficar bem. Acredito.
"Não será Deus impussivi", diria papai.
É isso.



                                   
Aldebarã, minha estrela maior

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Inexistência - Texto de Nara Rúbia Ribeiro

                                   



Inexistência


Quando criança Sofrimento precoce Eu brincava, às vezes, De não existir.
E quando eu não existia A quintessência do nada Me acalantava a alma E eu me sentia feliz sem mim.
Data desse tempo Minha sede de inexistência. Escondida à sombra dos abismos do mundo, Ria, menina peralta, Ao pensar que o Universo me procurava em vão.

Nara Rúbia Ribeiro Tela de Célia Anahin.



domingo, 5 de janeiro de 2014

Maribondo

                                     



Meu jardim é habitado por abelhas, maribondos e borboletas que aguçam o instinto predador dos meus gatos.
Meu jardim é pisoteado e explorado pelos meus gatos; as folhas das plantas são mordidas e arrancadas por eles, entre outros ataques.
Clara Blue adora sentar sobre as plantas, derruba os vasos, deita-se sobre a terra úmida, morde as folhinhas ainda tenras das pequenas mudas que um dia se transformariam em belas plantas. Nessa brincadeira felina já se foram baby rose, pimenteira, azaleia e outras. 
O jeito foi transplantar o que pude salvar e fazer um jardim suspenso.
Lavei o quintal, reguei as plantas e coloquei água fresca para os gatos. Coloquei roupas na máquina, separei o lixo e fiz outras coisas pela casa. Cansei e sentei-me na cadeira que fica ao lado da máquina de lavar; Rosinha no meu colo, Clara Blue brincando com os irmãozinhos no quintal e assim o dia passava e dava lugar à tarde que se aproximava rapidamente.
O tempo tem passado tão rápido!
Um vai e vem de um pequeno inseto me chama a atenção: era um maribondo que ia e vinha inúmeras vezes até o pote de água dos gatos. Parei para observar mais de perto e perdi as contas de quantas vezes o pequeno inseto ia e vinha.
O maribondo parecia conhecer bem meu quintal e a localização exata dos potes, pois não perdeu tempo sobrevoando a área e foi direto até a água. Ele ia e voltava rapidamente e imaginei que talvez esteja construindo sua morada em um local próximo; talvez em algum dos muitos telhados altos das inúmeras e incômodas transportadoras da rua e/ou do bairro.
Pensei também que o maribondo pudesse ser pai de família, chefe de equipe de produção e construção e, em qualquer das situações, é necessário ter um canto nosso, um teto sobre nossas cabeças.
Às vezes me pergunto se essas pequenas maluquices acontecem só comigo ou se têm mais pessoas iguais a mim.
Quem em sã consciência iria parar o que está fazendo para observar maribondos?
Mas o que há de errado nisso? 
Eu não vejo nada de errado e vejo que somos parte de um mesmo imenso Universo que nos abriga a todos nós, de gatos a plantas, de gente a maribondos e muito mais.
É isso.


                                      

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Bons Amigos

                              


Estou parecendo mãe de adolescente; não dorme enquanto os filhos não chegam. No meu caso, não durmo e não sossego enquanto meus seis gatos não estiverem todos em casa.
Semanas atrás voltei do supermercado e não encontrei Aurora, minha favorita em todo o Universo e em todas as Galáxias. Chamei, me desesperei e até acendi uma vela para São Lázaro e rezei.
Isso era umas oito horas da noite e lá pelas onze chega dona Aurora na maior cara de pau. Ela me olha com seus enormes olhos verdes e faz um miado diferente de quem faz um mea culpa.
Percebi que recentemente Aurora tem dado umas sumidas e só volta horas depois e hoje descobri o motivo dessas fugidas: um gatão branco, enorme, peludo, fofo e lindo;parece um leão branco.
Essa é minha Aurora!
Ela sobe pelo muro estreito entre minha casa e a do vizinho e nem se importa com os latidos de Sofia, a cachorra dele. Cachorra mesmo, da espécie canis lupus familiares, o cão doméstico vindo do lobo.
Bom...
Horas depois Aurora volta e escuto um miado forte e desesperado, é o gatão branco.
Ela vai ao quintal e os dois conversam, ela do chão e ele do alto, pela grade. Tão romântico, tão lindo.
Agora estou mais tranquila com as sumidas de Aurora, pois sei que ela está em boa e bela companhia felina.
Por enquanto são só bons amigos.
Mas... vai saber.

                                  

                            

sábado, 22 de setembro de 2012

Aperreio, Estrada e Frutas

Estrada
                                      

Detesto finais de semana, não sei por quê.
Sei sim, talvez não queira saber que sei muito o porquê.
Elucubrei de novo.
Bom...
Adoro dirigir, pegar estradas sem destino, sair por aí.
Levei Aurora para fazer ultrassonografia e constatou cistite, inflamação na bexiga. A primeira veterinária que a examinou foi bem simpática, mas como hoje era folga dela fui atendida por seu colega que queria me dar lição de moral. Oxe, mas o cabra não sabe com quem está bulindo! Queria me "homilhar", me "creticar" e abater minha moral. Presta não!
Não sou de barracos, sou educada até demais, mas se a pessoa vem se engradecer pra cima de mim, dá certo não. 
Constatada a cistite em Aurora o doutorzinho veterinário vem me dizer indiretamente que sou eu a culpada pelo problema de saúde de minha gata favorita em todo  o Universo e em todas as Galáxias.
Ele disse que a ração é inadequada e eu respondi-lhe muito educadamente, mas com fogo saindo pelas ventas, que compro rações comerciais e caras e não compro qualquer raçãozinha porquêra por aí não senhor. Fiquei foi aperreada!
Disse-lhe ainda que se for assim, então somos todos vítimas de propaganda enganosa pois essas rações são caras e prometem nutrição completa e balanceada. Que culpa tenho eu? 
Procuro dar o melhor possível para meus gatos e ainda falei para o "dotôzinho" que se uma pessoa se propõe a cuidar de uma vida, seja ela humana ou animal, tem que fazer o melhor; e é exatamente o que faço. Só cuido aqui de vidas animais, humanos dão muito trabalho e são complicados  por demais.
Voltei para casa com Aurora e dei-lhe a medicação prescrita; ela está bem melhor, graças a Deus. Já faz suas artes e seu terrorismo contra Preta Maria.
Saí de novo e fui à farmácia para comprar meus remédios e na volta decidi rodar mais por aí. Peguei um pequeno trecho da Via Dutra e saí no acesso para a Rodovia Fernão Dias que por sua vez bifurca e dá acesso à Ponte Aricanduva. Nesse trecho havia muitos caminhões que traziam mercadorias como frutas, plantas, coco, vassouras de palha e até botas de couro cru que parecem as botas do Jeca Tatu. 
Mas não vi mais esses caminhões e fiquei sabendo que a fiscalização proibiu o comércio na área; só podem agora caminhões pequenos. Tá.
Parei atrás de um caminhãozinho que vendia frutas a preços convidativos e comprei abacaxis, melões, laranjas e morangos; queria uvas também, mas haviam esgotado. Que pena.
Voltei para casa carregada de frutas e já saboreei algumas. Dei a segunda dose do remédio de Aurora e estou com Ébano Nêgo Lindo no meu colo, é um dengo só.
Já é fim de uma belíssima tarde.
É isso.

                                    

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Veterinária

                                  

Aurora amanheceu doentinha, tinha dificuldade para urinar e quando conseguia, urinava muito pouco e com sinais de sangue. Fiquei muito preocupada.
Aurora ficou quietinha, amuada e desanimada e logo ela que é tão ativa, esperta e "terrivi".
Liguei para a clínica veterinária e levei minha Aurora para consulta.
Aguardei alguns minutos e enquanto aguardava, observava em volta. Os minutos pareceram horas, eu estava preocupadíssima com minha gata favorita de todo o Universo e todas as Galáxias. Só quem sabe o que é amor pode entender.
O funcionário me chama para fazer o cadastro e enquanto forneço os dados necessários percebo duas imagens de santos na prateleira dos remédios: Santa Rita de Cássia e São Francisco de Assis. Pedi-lhes que cuidassem de minha Aurora e que nada de mais grave acontecesse com ela. Chorei. Estou ficando chorona por demais, minha Nossa Senhora! Será a idade? A Acromegalia? Tudo junto? Sei não.
A veterinária pede para eu subir mas eu tenho dificuldades e um funcionário da clínica me ajuda, ele sobe com a gaiola de Aurora.
A simpática e agradável veterinária examina minha Aurora e constata que ela está com inflamação na bexiga, por isso tem dificuldade para urinar. Diagnóstico feito e a primeira dose da medicação é aplicada na minha gata; desço para comprar os remédios receitados pela médica veterinária e para acertar a conta. Devo retornar sábado para fazer um ultrassom em Aurora para ver se as pedras ou cristais instalados em sua bexiga podem ser removidos com remédios, permita Deus que sim.
A veterinária me orientou a mudar a alimentação de todos os gatos e disse que essas rações mais comerciais têm grande quantidade de sal o que mais cedo ou mais tarde prejudica a saúde dos bichinhos. Cachorros também sofrem com o mesmo problema.
Saí do consultório mais aliviada e trouxe Aurora medicada e sonolenta, precisei sair mas fui agoniada, avexada e aperreada, será que ela ficaria bem até eu voltar? Permita Deus que sim.
Voltei depois e encontro Aurora caminhando pelo quintal e perseguindo Preta Maria e ao perceber que cheguei, minha terrível favorita correu ao meu encontro, se esfregou em minhas pernas e me olhou com seus enormes olhos de gato selvagem. 
Ela estava melhor, graças a Deus.

Santa Rita
São Francisco