domingo, 5 de janeiro de 2014

Maribondo

                                     



Meu jardim é habitado por abelhas, maribondos e borboletas que aguçam o instinto predador dos meus gatos.
Meu jardim é pisoteado e explorado pelos meus gatos; as folhas das plantas são mordidas e arrancadas por eles, entre outros ataques.
Clara Blue adora sentar sobre as plantas, derruba os vasos, deita-se sobre a terra úmida, morde as folhinhas ainda tenras das pequenas mudas que um dia se transformariam em belas plantas. Nessa brincadeira felina já se foram baby rose, pimenteira, azaleia e outras. 
O jeito foi transplantar o que pude salvar e fazer um jardim suspenso.
Lavei o quintal, reguei as plantas e coloquei água fresca para os gatos. Coloquei roupas na máquina, separei o lixo e fiz outras coisas pela casa. Cansei e sentei-me na cadeira que fica ao lado da máquina de lavar; Rosinha no meu colo, Clara Blue brincando com os irmãozinhos no quintal e assim o dia passava e dava lugar à tarde que se aproximava rapidamente.
O tempo tem passado tão rápido!
Um vai e vem de um pequeno inseto me chama a atenção: era um maribondo que ia e vinha inúmeras vezes até o pote de água dos gatos. Parei para observar mais de perto e perdi as contas de quantas vezes o pequeno inseto ia e vinha.
O maribondo parecia conhecer bem meu quintal e a localização exata dos potes, pois não perdeu tempo sobrevoando a área e foi direto até a água. Ele ia e voltava rapidamente e imaginei que talvez esteja construindo sua morada em um local próximo; talvez em algum dos muitos telhados altos das inúmeras e incômodas transportadoras da rua e/ou do bairro.
Pensei também que o maribondo pudesse ser pai de família, chefe de equipe de produção e construção e, em qualquer das situações, é necessário ter um canto nosso, um teto sobre nossas cabeças.
Às vezes me pergunto se essas pequenas maluquices acontecem só comigo ou se têm mais pessoas iguais a mim.
Quem em sã consciência iria parar o que está fazendo para observar maribondos?
Mas o que há de errado nisso? 
Eu não vejo nada de errado e vejo que somos parte de um mesmo imenso Universo que nos abriga a todos nós, de gatos a plantas, de gente a maribondos e muito mais.
É isso.


                                      

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