quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Bonitinho

                                          

Horário eleitoral supostamente gratuito; pagamos tantos impostos que duvido muito que alguma coisa vinda de políticos seja de fato gratuita.
Zapeava pelos canais pagos e parei em um filminho bonitinho-romântico-adolescente; havia outros filmes, mas a maioria era meio de terror. Eu já gostei muito de filme de terror e ria muito com as situações, que são sempre as mesmas: é noite, acaba a luz, chove, o telefone não funciona, o carro não funciona, alguém corre e cai e o vilão mascarado é sempre alguém que todo mundo conhece mas ninguém desconfiava.
Uma vez assistíamos a um dos muitos filmes do Jason e a mocinha-vítima pega um aparelho de televisão e mete na cabeça do malvado e mesmo assim ele não fala nenhum um "ai"; meu irmão Naldão e eu rimos com a cena e ele diz: "Eu bateria no Jason com outra coisa, mas nunca que eu ia estragar uma televisão".
Mamãe entrou na conversa: "Oxe, então tu corre o risco de morrer mas garante que a televisão fique inteira, é Naldão?"
Bom...
Mas o filme bonitinho de ontem era sobre uma mocinha bonitinha, órfã e vítima das crueldades da madrasta e das irmãs mal ajambradas; uma Cinderela moderna.
A mocinha/atriz canta a trilha sonora do filme que aliás, é sempre a mesma dos filmes que mostram a mesma coisa: adolescentes divididos em grupos de pobres bonzinhos e ricos arrogantes; adolescentes pobres que se apaixonam pelos adolescentes ricos; adolescentes ricos que humilham e esnobam os pobres coitados... e por aí vai.
Tem o nerd que é amigo do adolescente pobre e sofre bullying também. Esses filmes são na verdade bullying transformado em mensagens positivas com frases feitas e de efeito: "Aquilo que procura tanto está dentro de você mesmo; nunca desista dos seus sonhos; você  é uma pessoa linda por dentro, um dia irão reconhecer seu valor, mas até lá lasque-se trabalhando, estudando, sendo bacana e se apaixonando pelo/a adolescente rico/a mas de bom coração".
No final do filme os malvados são punidos, os bonzinhos são admirados e os apaixonados ficam juntos.
Acabou o filme e mudei de canal, coloquei na Record para ver a estreia do programa Ídolos, ri muito. Tem gente que acha, pensa e acredita que sabe cantar mesmo; é cômico.
De dez rapazes, quinze foram vestidos à caráter: calça e camisa justas, cinto com fivela grandona, cabelos arrepiados e voz igual; cantaram o tal do sertanejo universitário. Quando é que eles vão se formar, hein?
Ri com a atitude maluquetes do Supla, que dizia: "Estou cansado de ouvir sertanejo, pelo amor de Deus!"
Ri com o comportamento exibicionista de muitos candidatos que queriam exibir suas qualidades e talentos a qualquer custo. Uma moça bonita cantou o que estamos cansados de ouvir e um dos jurados disse que ela é bonita e tem o perfil apreciado pela mídia e pelo público. Basta ser bonita, pra quê se preocupar com voz?
E por falar em voz e em beleza, vi entrevista de Paula Fernandes que é bonita e tem boa voz e a parte boa é que ela deu um jeito naquele cabelão exagerado à la Chayenne, agora ela precisa demitir seu figurinista/costureiro(a)/personal stylist/personal escolhedor de roupas... Li em algum jornal ou revista que a Paula Fernandes é uma das famosidades mais mal vestidas; fato. Ela usa umas blusas com cortes estranhos, com franjas, mangas bufantes, vestidos longos que parecem terem saídos do ateliê de Jacques LeClair da novela TiTiTi, lembram? Ah, ela também deveria abrir a boca ao cantar, não sei como ela consegue cantar com a boca fechada e os dentes trincados.
Bom, acho que era isso. Vou me recolher, estou meio moída. Depois volto com mais implicâncias e "inguinóranças".
É isso.

Laranja para o Halloween
                                       

                                             


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