terça-feira, 4 de setembro de 2012

Pronúncia & "Cow Center"

                                    

Essa semana que passou me arretei-me e me estressei com atendentes de telemarketing, que agora são operadores de call center. Tá.
Comentei com minha irmã Rosi e já falei aqui também sobre a má qualidade do atendimento, produtos e serviços prestados e oferecidos por esses profissionais. Não são todos, claro, há exceções.
Parece que São Paulo se transformou nos Estados Unidos no quesito importação de mão de obra barata e de qualidade duvidosa, pois com o salário de um bom profissional pode-se pagar o salário de meia dúzia de pessoas inexperientes e mal treinadas. As empresas querem lucro fácil e rápido mas se esquecem de que é preciso treinar seu pessoal.
Liguei para o Call Center, pronunciado "cau center" e cuja pronúncia deveria ser algo como "cól", pois "cau" é a pronúncia de "cow", vaca em inglês. Por exemplo: "cowboy - caubói".
O mesmo acontece com celulares colocados no modo "vibra call" e pela pronúncia das pessoas, vira uma vaca vibradora, ou seja: "vibra cow/cau".
Beleza?
Bom...
Liguei, fui transferida inúmeras vezes e tive que repetir nome, CPF, data de nascimento, endereço de instalação, blá, blá, blá...
Quando dizia os números pedidos pela operadora de call center, fui interrompida e "corrigida" pela simpática e lenta mocinha: "É trêis e deiz, senhora?"
"Não. São três e dez".
A mocinha não entendeu e me corrigiu repetindo o "trêis e o deiz".
Muitas pessoas me perguntam se sou do Sul do Brasil e digo que não, sou pernambucana. Tenho parentes no Paraná e tive contatos com famílias gaúchas quando era jovem.
Aí dizem: "Ah, então é por isso que fala assim". Assim como? Dez, três, paz, vez e não trêis, deiz, veiz,  paiz?
Mas essa é a pronúncia correta e não quero consertar o mundo, mas muito orgulho-me de minha língua pátria e procuro respeitá-la, ao contrário dos abusos que estão cometendo contra a inculta e bela Língua Portuguesa. Já falei sobre isso aqui na postagem com o sugestivo título "Língua Portuguesa". Confere lá.
Também não quero ser maluca igual à personagem do livro "Triste fim de Policarpo Quaresma" de Lima Barreto, um de meus autores nacionais favoritos.
Policarpo Quaresma era um nacionalista apaixonado por sua pátria. 
Não vou falar mais sobre o livro, ler é mais interessante.
Bom, depois de tudo isso ainda estou no aguardo do "problema vai estar sendo resolvido, senhora".
Como dizia papai: "Espero em Deus que sim".
Amém.

                                    

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