quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Desapontamento

                               


Vi reportagem sobre uma escola que apresenta problemas; os alunos fotografaram e enviaram as imagens para a emissora. 
A escola está localizada na Zona Norte da cidade e fica em um bairro próximo ao nosso e alguns professores trabalham tanto na escola onde trabalho e na mencionada na reportagem.
Os alunos reclamam de banheiros quebrados, piso da quadra de esportes com defeitos e outros... Ironicamente, quem destrói a escola são os próprios alunos, desculpem.
Além de quebrar vidros das janelas, soltar bombas dentro da escola e desrespeitar professores e outros funcionários, os alunos desperdiçam alimento. Já falei sobre isso aqui.
Fazem guerra de frutas, pisoteiam bolachas, caixinhas de suco...Em casa comem ovo e na escola desperdiçam a oportunidade de comer alimentos bons.
Bom...
A escola onde trabalho apresenta outros problemas além do habitual comportamento errático dos alunos.
- Falta pessoal para trabalhar: hoje ficamos apenas eu, o vice diretor e uma inspetora de aluno para uma escola grande como a nossa!
- Falta comunicação: ficamos sabendo sobre datas de reuniões, eventos etc...por acaso, quando alguém comenta, ou quando o fato em si já está ocorrendo. É uma situação chata, pois já ouvi pais dizendo: "Tá dentro da escola e não sabe o que está acontecendo?!". Pois é... se a comunicação existisse...
- Falta respeito e consideração em vários aspectos: Já falei uma centena de vezes sobre o sinal que está quebrado desde o início das aulas, em janeiro desse ano. Estamos há três meses de 2015!
A senhorinha da cozinha nos ajuda a bater o sinal, fazer entrada e saída de aluno e nos quebra galhos, mas nenhuma dessas funções é dela. (nem vou colocar mais ponto de exclamação!).
Já falei sobre gente que trabalha e gente que enrola. Que faz o que quer, quando quer e como quer. Que se veste de maneira inadequada para o local de trabalho; parece que vão ao baile funk ou à praia.
Gente incompetente e atrapalhada, que não faz seu trabalho como deve ser, deixa para última hora e no fim larga tudo nas mãos de outras pessoas/funcionários. Faz lambança, burrada mesmo, e depois sobra para quem pensava que estava tudo em ordem, pois confiou demais.
Gente que só reclama da vida, nunca chega no horário e sai na hora que bem entende.
Gente saudável que está em forma física muito melhor que a minha, mas que cochila na sala de leitura, que faz-se de burra para  não aprender novas atividades e não ter que trabalhar de verdade: "Não sei fazer", é o mantra desse povo. Fica fácil assim.
Eu também não sabia fazer o serviço da secretaria, mas aprendi! Oh que lindo!
Observei, perguntei, pedi para ser ensinada e pronto. Se eu, com minhas limitações físicas, trabalho "que nem uma cavala", por que essa mulherada saudável e frescurenta não aprende?
A parte complicada, como já falei, é o senta-levanta, chamar o coordenador, levar documentos para a direção assinar etc... Mas evito fazer isso e peço para alguém fazer por mim.
Os alunos não respeitam ninguém, nem mesmo quem anda com dificuldade e com o apoio de uma bengala. Eu tenho que parar para que passem e não me derrubem. Deveria ser o contrário.
Além da falta de funcionários, a escola carece de gente séria, com vergonha na cara, com sangue nos "zóio", que trabalha de verdade, que não enrola, que respeita hierarquia, que colabora e que não se faz de morta.
Está uma situação desagradável, de muita cara de pau, de muita "panelinha", de muito "mimimi".
São tantos problemas... Nem vou falar do imenso terreno cheio de mato e rato e onde poderia ser construída a biblioteca, meu sonho de consumo, e eu poderia trabalhar com o que gosto de verdade: alunos e livros.
Mas os livros, meus amados livros, estão empilhados em uma sala empoeirada. Que pena.
É isso.


                                 



                                     



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