Estou me sentindo meio mal.
Não apenas fisicamente. São públicos e notórios meus relatos sobres dores, entrevamento, pressão alta e afins.
Para esses existem remédios, tratamentos, outras opções naturais etc...
Estava pensando aqui, só, cá com meus botões e reparei que todas as pessoas solitárias em filmes, novelas, literatura etc..., são percebidas e apresentadas como meio malucas, estranhas, intelectuais, antissociais...
Geralmente moram sós ou apenas na companhia de pais ou algum empregado de infância e o detalhe que sempre chama a atenção: são cercados por inúmeros livros e gatos.
Li em algum lugar ou ouvi alguém dizer que pessoas solitárias gostam de gatos e pessoas mais extrovertidas preferem cães. Pode ser.
Mas eu também amo cães; só não posso tê-los porque já tenho muitos gatos e moro em casa alugada. Já andei procurando outras casas, mas o preço do aluguel está impossível!
Sou criticada por ter muitos gatos e por gastar muito com eles.
Sou criticada por ter muitos livros.
Sou criticada por ter muitas plantas no quintal.
Só faltam me criticar por ser acromegálica!
Falar é fácil. Não custa nada, não dói e não cansa porque a língua não tem osso.
E ouvir? Quanto custa?
E não ser ouvida? E ser esquecida? Ignorada? Evitada? Quanto custa tudo isso?
Ser apenas mais uma. Sem importância. Sem nada interessante a oferecer...
Ser um estorvo.
Aliás, li "Estorvo" de Chico Buarque e achei meio maluquinho.
Acho que é isso. Devo ser um estorvo chato que deve ser evitado sempre que possível e tolerado quando não tiver outro jeito.
Vou para a cama. Dormi tão mal noite passada. Tanto barulho.
Meus gatos me esperam, principalmente a meiga e carinhosa Branca Maria, que me acorda com o fofo toque de suas patinhas todas as manhãs.
Para ela e para outros sou necessária, sou querida e sou importante; com ou sem Acromegalia, com ou sem limitações.
Apenas sou.
É isso.

Quem passa pela rua onde moro se ilude com a aparente calma de uma rua pequena, estreita e com poucas casas. Ledo engano.
As casas são poucas, mas os moradores são muitos e o barulho que fazem maior ainda.
O curioso dessas casas é que todas pertencem à mesma família e foram construídas de modo que todos os quintais convergem para um mesmo ângulo.
Além do vizinho barulhento da casa ao lado, tenho vizinhos festeiros nos dois extremos. Fico bem no meio deles, que legal.
Um deles adora festa e quase toda semana tem festa de aniversário. Quantas pessoas moram nessa casa?! Já me perguntei.
Semana sim, semana não é um tal de "Parabéns pra você..." seguido e antecipado por músicas do CD Carrossel, Anita, Katy Perry se esgoelando e termina com pagode: "Lá, lá, iá... lá, lá, iá..."
Ontem foi a vez dos vizinhos do fim da rua; que beleza!
A bagaceira começou lá pelas sete da noite e continuou madrugada adentro. São bem ecléticos e tocaram de tudo, de Rap, a Funk, a tecno brega e outras aberrações.
Às duas da manhã alguém resolve mudar o CD de tecno brega por um de Funk proibidão e o pior é que aumentou o volume mais ainda.
Esse tormento foi até as seis da manhã.
O jeito foi levantar e pegar o jornal lá fora antes que algum ladrão intelectual faça o mesmo.
Alimentei os gatos e estou como sono, claro.
Acabo de ouvir vozes: as pragas acordaram e em breve teremos mais música.
Que sociedade bacana vivemos atualmente. É cada um por si e que se dane o resto. Não se tem respeito por ninguém, o que importa é estar feliz, bem, alegre e que se dane os outros.
Desagradável isso tudo.
Vou dar uma cochilada, ou tentar.
É isso.
Bom dia a todos.
Dia quente e bonito.
Céu azul, gatos espalhados pelo quintal e tomando banho de sol, a exuberância em vários tons de verde de minhas plantas, flores do meu jardim.
Estou exausta e tenho tido dias bem ruins com dores físicas e outras não.
Mas por mais difícil que seja, mando a bola ao gol e bem melhor que o Pato no jogo do Curinthia contra o Grêmio.
Pelo amor de Deus, mano, o que foi aquilo?
Vi uma piadinha dizendo que o Pato só usa chuteira de outras marcas, porque se usar da Penalty, vai acabar perdendo. Sacanagem.
Tive mais uma semana difícil e depois de tudo que passei e estou passando, começo a desejar cada vez mais que a médica me chame, faça os benditos dos exames, me vire do avesso do avesso do avesso e encontre o melhor diagnóstico, tratamento e o que for necessário. Pelo amor de Deus!
Estou com medo, assumo, admito. Sou humana, demasiado humana.
Fiquei com trauma após tudo o que passei na cirurgia para remoção de adenoma (tumor) de hipófise.
Mas se preciso for, farei novamente. É o jeito.
Preciso ter saúde, preciso voltar ao trabalho, preciso viver minha vida como qualquer pessoa saudável.
Não tenho milhões em dinheiro nem em amigos e ficar sem saúde só complica ainda mais as coisas.
Fiz arte hoje, como dizia um dos médicos. Tirei a roupa da cama, lavei, estendi o que coube nos varais que sobreviveram aos ataques das unhas e dentes de Branca Maria.
Deixei o resto de molho para amanhã.
Limpei o quintal dos gatos, coloquei água fresca, me cansei, me sentei na cadeira que deixei ao lado do tanque e da máquina de lavar. Me canso muito fácil e rapidamente e não consigo continuar. É preciso parar e descansar para depois voltar. Coisa chata.
Tomei café com Panetone de manhã e à tarde comi mamão e banana.
Fiquei com vontade de comer pizza. Hoje é sábado, dia mundial da pizza e São Paulo tem a melhor pizza do país.
Também pudera, a Itália é aqui e até falamos bem parecido.
Mas acabou o dinheiro; paguei as contas, comprei meus remédios, a ração e a areia dos gatos. É preciso ver nossas prioridades.
Deitei no sofá e me sentia tão mal e cansada que parecia que havia enchido uma laje.
Adormeci.
Amanhã é outro dia e será melhor.
É isso.

Saio da padaria e vejo a simpática moça vitaminada que vende açaí e cupuaçu. Novidade.
Provei um pouquinho do cupuaçu e gostei do sabor azedinho que lembra limão. Adoro limão.
Pedi meio a meio. Só açaí e cupuaçu, sem aquelas invencionices de leite em pó, leite condensado, granola, banana e até unha de cobra e pelo de ovo, se duvidar.
Gosto de tudo mais simples, sem muita coisa estranha que no fim acaba descaracterizando o alimento e seu sabor.
Gostei e pensei comigo que o brasileiro conhece muito pouco as frutas brasileiras, principalmente as exóticas vindas das regiões Norte e Nordeste.
Uma pena. São estranhas, mas são deliciosas.
Encontro um velho conhecido; nos cumprimentamos e como sempre, "está tudo bem".
Conheço muita gente que basta alguém perguntar, por educação, claro, como a criatura está e lá vem uma ladainha de reclamações, de dores, achaques e afins. Mas o cão dos infernos está firme e forte, a quem interessar possa.
Peguei meu açaí com cupuaçu e saí, lembrei de uma piadinha que vi nas redes sociais: a dieta do chá e do açaí.
É assim: Picanha, linguiça, cerveja? Chá comigo!
Açaí uma picanha, uma linguicinha, um queijinho de coalho.
Gostei dessas dietas.
Mas é preciso manter o corpinho acromegálico.
É isso.
São Paulo é uma das cidades mais caras do mundo para se viver e, consequentemente, para morar, se alimentar, criar filhos e até mesmo gatos.
Fui ver uma simpática casa que está para alugar e a dita cuja fica em uma ruazinha tranquila do bairro; uma raridade nesse bairro tomado por caminhões barulhentos e transportadoras.
Estacionei em frente para ver melhor e observar os detalhes; ouvi o barulho do trabalhar dos pedreiros.
A casa tem até uma casinha para cachorro! Cachorro pequeno, diga-se de passagem. Não dá para enfiar um Doberman ali dentro.
A garagem, quintal e área de serviço acotovelam-se no mesmo espaço exíguo. Não gostei.
Se lavar muita roupa, tem que colocar o carro na rua para poder estender tudo no varal. E ainda tem que estar propriamente vestida para evitar que a buzanfa fique à mostra durante o processo de lava, esfrega, enxágua...
Se tiver crianças e quiser que os pimpolhos tenham algum espaço para brincar e extravasar sua infindável energia, tem que também tirar o carro da garagem.
São dois quartos e achei estranho as duas portas de entrada! Parece que são duas casas!
Meio mal feita, desculpe aí o engenheiro ou arquiteto que projetou a obra.
Quiseram aproveitar ao máximo o pequeno terreno meio circular e de esquina; deve ser isso, e fizeram uma lambança danada.
Acho que a vantagem que tem ali é por estar em uma esquina e isso significa um vizinho a menos e isso é algo que deve-se agradecer a Deus de joelhos.
A casa não oferece muita segurança. O muro é baixo e qualquer gatuno experto pode pular pra dentro do quintal/garagem/área de serviço sem muita dificuldade.
Agora vem a parte mais interessante: o valor do aluguel. Jesus Maria José!
Mil e quinhentos reais mais cinquenta reais de IPTU. Eita @#$!, pensei comigo.
Como dizia meu avô Paipreto: "São Paulo dá o ouro mas tira o couro".
Dá não.
Saí dali e fui até a padaria. Tive vontade de comer pão de verdade, o pão francês. Uma vez ou outra faço isso; vivo de pães integrais de grãos, linhaça, aveia e outras delícias e tem hora que dá vontade de comer um pãozinho quentinho, moreninho e crocante da padaria.
Pena que o café está "me ofendendo", como dizia mamãe. Não consigo tomar mais que uns dois goles. Uma pena, um crime! Eu, que amo café!
Tem muita injustiça nesse mundo véio de meu Deus.
Volto para casa e vejo o bebê dos vizinhos barulhentos jogando sua fralda suja pela grade do portão. O pirralhinho simplesmente largou a fralda na calçada. Que educação primorosa estão dando à essa criança.
Desço do carro e abro o portão da garagem e de lá já escuto as horrendas músicas e o detalhe sórdido é que o cantorzinho mequetrefe "canta" em uma coisa que parece inglês e eles cantam junto!!!
Por que me punes tanto assim, ó, Senhor?!
É isso.
Descobrir um santo para cobrir outro...
É assim que deveria vir escrito nas bulas dos remédios.
Remédios para dor aumentam a pressão, que já é alta virada no Jiraya. Se não os tomo, as dores e o entrevamento não perdem tempo.
É a vida e é bonita, é bonita.
Acordei de madrugada com um "soco" na nuca. Aliás, esses "socos" na nuca têm se tornado uma constante.
Coisa chata.
Me levantei e tomei o remédio da pressão, como popularmente dizemos, e em alguns minutos volto a adormecer. A dor diminui e acontece um relaxamento e eventualmente o sono.
Tive sonhos agradáveis, graças a Deus!
Sonhei com muitas crianças que saíam da escola e formavam longas filas. Estávamos em uma grande praça ou parque e haveria uma festa ao ar livre. Vejo um idoso chegando em um fusquinha branco e todo velho e de lá ele tira uma lâmpada e um carrinho de algodão doce. A molecada vê aquilo e enlouquece. Eu também.
Dali a pouco mais barraquinhas de doces, pipoca, guloseimas e afins surgem e a molecada entra em polvorosa.
Como dizia mamãe: "Tem mais menino que perna de embuá".
Algodão doce, suspiro, pirulito, doces, pipoca... Tudo o que a molecada gosta e alguns adultos com uma quedinha por açúcar também.
Acho que viram eu comprar o chocolate em barra para fazer um sorvete italiano que vi em um programa de TV. Comprei também suspiro e Prestígio, um chocolate recheado com coco. Adoro.
Ainda pensei em comprar "dadinho" e bala de banana, minha favorita, mas não encontrei e também não tinha mais pique para empurrar o carrinho pesado à procura de mais nada.
Isso sem contar a "exagerância" de açúcar, doce, glicose...
É claro que não vou comer tudo de uma vez, né? Pelo amor de Deus!
Comprei panetone com frutas, meu favorito. Não gosto muito das outras versões.
Mas eu estava mesmo era doida para comer frutas. Comprei abacaxi, melão, maçã, manga, banana, mamão...
Adoro!
Não entendo como uma pessoa pode não gostar de frutas, eu hein!
Não gostar de alguns legumes eu até entendo, mas frutas...
Prefiro devorar de uma tacada só um mamão, uma manga, uma banana e meio abacaxi. O abacaxi é para ajudar na digestão, claro.
Hoje fiz café; fazia tempo que não fazia.
Tomei apenas meia xícara, ainda sinto um gosto estranho quando tomo.
Daqui a pouco vou devorar algumas fatias de melão.
Sim...
Falei sobre o sorvete italiano e é bem simples de fazer:
1 lata de creme de leite ou creme de leite fresco.
1 pacote de suspiros ou o quanto baste para adoçar.
raspas de chocolate.
Não tem uma medida certa, vai no "olhômetro" mesmo.
Bater o creme de leite em ponto de chantilly. Adicionar os suspiros que devem ser quebrados/amassados antes. Não precisa colocar açúcar, os suspiros se encarregam de adoçar o creme. Adicionar as raspas de chocolate.
Misturar bem e levar ao freezer.
É interessante colocar em uma forma de bolo inglês forrada com filme plástico, o que facilita desenformar depois. Mas se não tiver, tudo bem. Fica em forma de cassata italiana.
Depois de duas horas no freezer já pode tirar e cortar o sorvete em fatias.
Espero que fique bom.
É isso.

Finalmente fui fazer as tão necessárias compras. Estava tudo acabando, até o sal.
Mamãe dizia que quando o sal está acabando é porque a situação está periclitante.
Eu fiquei naquela de vou hoje, amanhã, depois... Mas sempre algo acontecia e ontem finalmente deu pra eu ir.
O bacana disso tudo é que depois de tudo feito lá vêm as consequências: dores, entrevamento, cansaço, remédios, efeitos colaterais.
Quem manda não ter ninguém por perto?
É o preço que se paga por algumas escolhas. Não tenho sogra, cunhados, filhos, ficante, Ricardão ou algo que o valha, então o jeito é eu arregaçar as mangas e botar as mãos na massa mesmo.
Comecei a me dar mal na noite de domingo, após passar o fim de semana entre tonturas, mal estar e afins. Domingo à noite tive que arrastar o pesado saco de lixo para colocar lá fora; o caminhão do lixeiro passa bem cedo.
Na segunda-feira fui ao banco e aguardei sentada na fila do caixa especial. A fila "normal" ia mais rápido.
Um senhor aposentado demorou bem uma hora no caixa; o cara trouxe uma montanha de contas e papelada e vários cartões do banco.
Eu reclamei da demora; se esse senhor tem saúde para trabalhar e ficar esse tempo todo na fila empatando os outros, então ele que pegue a fila normal!
Mães com bebês de colo que já começavam a chorar, a querer dormir, mamar e tudo o que um bebê tem direito. E todas elas com shortinhos minúsculos apertando o bucho e as banhas pulando pra fora.
Sabe aquelas pessoas que usam 46 mas querem se enfiar em um 38?
Finalmente chega minha vez. Fiz apenas um depósito que não durou mais de três minutos. Pronto.
Saí do do banco e fui ao Atacadão. Os preços lá são mais acessíveis que os hipermercados.
Mas as compras demoraram muito. Eu já estava cansada e empurrar o carrinho cheio não estava fácil. Parei algumas vezes, sentei-me na cadeira da lanchonete, descansei, tomei suco de milho e depois continuei. Adoro suco de milho.
Ainda deixei de comprar algumas coisas, queria ir logo para casa, estava cansada e ofegante.
Chego em casa e lá vem outro trabalho: descarregar tudo e guardar. Afe Maria, dá não!
Só guardei o que era de geladeira e deixei o restante para guardar no dia seguinte.
Alimentei a gataiada e fui para sala para assistir ao jornal, novela, CQC... Mas adormeci e acordei no meio do filme sem pé nem cabeça que passava na Tela Quente. Valeu a pena pela fotografia de Veneza, mas a história do filme era muito inverosímel; mesmo tendo o talentoso Johnny Depp e a beiçuda Angelina Jolie. Essa moça precisa comer urgentemente!
Acabei vendo o final do filme e depois vi o final do CQC.
Fui para a cama e como era de se esperar, acordei entrevada e com dificuldade para andar. Ainda sonhei com a cardiologista olhando meus exames e balançando a cabeça e eu não queria entrar no consultório nem sob tortura.
Já vi que vem bomba por aí.
Tocam a campainha e eu grito "já vai!", mas o apressado motoboy dos Correios não quis esperar.
As pessoas pensam que tocar a campainha é como um passe de mágica: a pessoa logo aparece à porta!
Não é assim, ainda mais para com pessoas com alguma deficiência física ou mobilidade reduzida.
Segui com o meu dia e estou louca para comprar terra para fazer um jardim suspenso com garrafas PET (Polietileno Tereftalato).
Já separei algumas garrafas para o jardim.
É isso.
