terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Fotos

                                  



Calor forte. Detesto!
Até os gatos sentiram e se espalharam pela casa. Deitaram-se no chão, no piso frio, numa tentativa de refrescar o calor sob e sobre os pelos fofos, macios e sedosos.
Coloquei o lixo pra fora e estava bem pesado. A areia sanitária molhada fica bem pesada. 
Fiquei dolorida depois de ter arrastado o saco pesado e me deitei no sofá. Calor e cansaço me derrubaram e acabei adormecendo. Acordei com o telefone tocando. Levantei.
Era alguém querendo falar, pela milésima vez, com uma pessoa que deixou esse número. Mas esse número é meu! Mas o fulano de tal deu esse número!
O dito cujo tem nome de ator de novela mexicana.
Ainda essa!
Fui ao quintal e a gataiada me seguiu. Até os filhotes estão explorando o quintal e adorando as plantas; ficam debaixo da bonina florida e bonita.
Sentei-me na cadeira que fica ao lado do tanque e apreciei a bela tarde.
Abri o computador e vi as fotos do aniversário de Dona Elza; eu com minhas irmãs e meu irmão caçula. 
Minhas irmãs e irmão com seus rostos normais e eu com meu carão acromegálico. Tenho semblante triste. Tenho cara de caveira triste, cheguei à conclusão.
Nunca fui exemplo de beleza, mas eu não era acromegálica.
Nunca me importei com padrões de beleza, mas eu não era acromegálica.
Coisa boba, fútil, besta... Mas a vida desse lado de cá é assim: todo mundo é julgado pela aparência e está cada vez mais forte a cultura do belo.
Que mundo mais besta é esse em que vivemos! Todo mundo vai virar pó, acromegálicos ou não, bonitos ou não.
É isso.


                                         

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