quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Tempos

                                      


Já escrevi sobre mágoas.
Eu era criança e não entendia porque os adultos ficavam tristes. Li um dos bilhetinhos da minha amiga secreta, a professora Dona Ana Letícia, e nele ela menciona uma pequena mágoa; ela diz que sou muito criança para entender sobre mágoas, tristezas e problemas de adultos.
Eu tinha treze anos e era criança. Hoje, meninos e meninas com dez, onze anos não se acham mais crianças e se julgam donos de seus próprios narizes e querem tomar suas próprias decisões como se muito adultos fossem. 
É o fim dos tempos.
É o fim dos tempos em que havia mais respeito e educação, de pais e mães que orientavam seus filhos, acompanhavam sua educação e ficavam atentos à qualquer mudança.
É o fim dos tempos em que vizinhos ligavam seus toca discos ou seus rádios e se preocupavam em não incomodar os outros vizinhos. As festinhas de família terminavam cedo porque os adultos precisavam ir para casa para dormir e ir trabalhar no dia seguinte. As músicas tocadas nessas festas consistiam de baladas açucaradas ou ritmos dançantes e não havia letras de duplo sentido ou de sentido explicitamente sexual, como é hoje.
Bons tempos aqueles.
Bom...
Eu comecei falando sobre mágoa e o texto descambou para comportamento social. Acho que o texto foi mudando o rumo meio sozinho...
Falar sobre mágoa magoa ainda mais.
Não vou falar não, só vou sentir. É o que sei fazer de melhor: sentir.
Vou para cama, estou cansada. Noite barulhenta com música alta, fogos de artifício e outros exageros sonoros.
Detesto fogos de artifício, assustam os animais e os deixam desorientados
É isso.


                                         


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