quinta-feira, 28 de junho de 2012

Óculos de Sol, Buzanfa, Biscoitos e outras observações...

                                  


Fui à Farmácia Alto Custo para pegar meu remédio e o do meu irmão Fubá também.
Papelada conferida e me são entregues duas senhas com numeração diferente; pergunto à funcionária se é realmente necessário, pois vou pegar os remédios juntos. Ela diz que para cada tipo de procedimento exige-se uma senha específica.
Aguardo e confirmo a numeração; havia cem pessoas na frente da senha do Fubá e "apenas" sessenta e três na minha.
Algumas vezes têm apenas cinco ou seis pessoas na minha frente, mas ultimamente esse número tem sido elevado.
O salão de espera estava lotado e um frenético entra e sai de pessoas; uns reclamando da demora, outros reclamando da burocracia, outros da falta de informação adequada...
Uma senhora perua com a filha aborrecente e fashion sentam nas cadeiras da fileira do corredor de entrada, as pessoas tinham que diminuir o passo e desviar das pernas cruzadas das dondocas sem noção. 
Mesmo com o entra e sai de pessoas as dondocas não descruzavam suas pernocas de jeito nenhum, todos que passavam esbarravam nas pernas delas.
Uma senhora oxigenada e com óculos enormes que pareciam tomados de Willy Wonka ruminava tranquilamente biscoitos de polvilho e nem viu quando sua senha foi chamada; alguém teve que alertá-la.
Uma senhorinha religiosa acompanhada pela neta bocuda e mal criada que saía empurrando todos pela frente. Talvez o pastor devesse tirar a falta de educação do corpo da menina: "Sai desse corpo que não te pertence!"
Observo e sou observada. Sempre.
Um grupo de velhinhas reclamam que não receberam o remédio que deveria ser entregue pelo serviço de motoboy.
Um rapaz alto entra; seu corpo tatuado, seu andar gingado, relógio de Itu no pulso (dava para ver a hora a um quilômetro de distância!) e os óculos de sol na nuca. Alguns usam no alto da cabeça, como a personagem Leleco da novela Avenida Brasil.
Acho horrenda essa moda/mania de colocar os óculos na nuca. Isso é horrível e passa atestado de malandro exibido.
Uma senhora com o traseiro diametralmente desenvolvido senta-se ao lado das peruas de pernas cruzadas e sua buzanfa sobra para os lados em sua cadeira e incomoda as dondocas.
A senhora de buzanfa vitaminada entra mastigando um sanduba de linguiça que é preparado por um dos muitos vendedores de alimentos que fazem ponto próximo à farmácia. 
Imagino aquilo exposto à poluição, fumaça dos automóveis, poeira... Mas é tudo caseiro, come lá e morre em casa.
Minha senha é chamada. Aleluia!
Papelada entregue, conferida, documentos, assinatura e aguardar os remédios.
Tudo pronto e saio de lá.
Trânsito caótico numa bela tarde de sol. Radial Leste congestionada, como sempre.
Vou primeiro levar os remédios de Fubá e lá encontro Rafaela que ao me ver faz biquinho pedindo para eu cantar. Canto, ela tenta acompanhar com aquela boquinha linda e sorri.
Voltei para casa e encontro a calçada suja com linha de pipa e pipas rasgados e o doce menino do vizinho diz que não foi ele, claro. É a inocência em pessoa.
Tomei banho, alimentei a gataida, comi alguma coisa e estou aqui a escrever meus causos "venéricos", como diz Fubá.
É isso.


                                   

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