terça-feira, 26 de junho de 2012

BuRRocracia

                                            


O Brasil é um país "burrocrata"; adora papéis, carimbos, assinaturas e afins.
Precisei da declaração de imposto de renda detalhada, mas só tinha a simplificada. Fui informada a procurar a Receita Federal que fica na Rua Isidro Tinoco no Tatuapé.
Eu nunca havia pedido uma segunda via de declaração de imposto de renda e naturalmente não sabia como proceder.
Vou ao local, retiro a senha e aguardo. Chega minha vez e a antipática, grosseira e mal humorada atendente pergunta o que desejo e eu digo; ela pega um pedaço de papel, anota algumas informações e fala rapidamente outras, não dava tempo para absorver tudo.
Eu pensei que tudo poderia ser feito ali mesmo: preencher formulários e pagar taxas, simples assim.
"Não, a senhora tem comprar o formulário DARF e pagar dez reais no banco e voltar aqui".
"Pensei que tudo seria feito aqui com vocês".
"Não!"
Fui à Praça Silvio Romero e numa banca de jornal comprei o tal formulário por sessenta centavos. Eu pensei que o formulário custava os dez reais mencionados pela antipática funcionária da Receita Federal e entreguei uma nota de vinte reais ao simpático atendente da banca: "A senhora não tem moedas? O formulário custa apenas sessenta centavos". E ele ainda me orientou em como proceder e disse que só poderia pagar os dez reais do DARF no Banco do Brasil. 
Saio da banca com o formulário em mãos e me dirijo ao Banco do Brasil que fica em frente à praça, na rua Tuiuti.
Pago, volto à Receita Federal, pego nova senha e aguardo; preencho o formulário enquanto isso.
Minha senha é chamada e outra menos antipática funcionária pede meus documentos e me dá mais um formulário para preencher, só que não tem muito espaço para tal e tive que usar o livro que sempre carrego comigo como apoio. Enquanto preencho, sou observada pela funcionária, por uma estagiária que estava treinando e por outras duas pessoas que estavam no guichê ao lado. Acho que elas não podiam preencher os formulários porque estavam muito ocupadas observando minha aparência acromegálica, só que uma delas tinha uma mancha vermelha que tomava metade do rosto (hemangioma)e mesmo assim me olhava como se eu fosse muito estranha. Preencho, entrego e ela me devolve meus documentos com os formulários e uma nova senha. Aguardo em outro local.
Minha senha é chamada e o atendimento fica no primeiro andar; me dirijo até a escada e escuto: "Senhora?"
Era o guardinha que faz segurança do local me chamando para ir de elevador, pois eu estava com minha bengala mágica e teria dificuldade para subir os degraus. O segurança avisa pelo rádio que me acompanhará e quando o elevador chega ao primeiro andar, já havia outro segurança me aguardando.
Sento-me na cadeira a outra mega-hiper-super antipática mal responde ao meu "boa tarde" e pega a papelada que eu trouxe. Depois de alguns segundos me deu mais papeis e disse "É só isso", agradeci e fui acompanhada pelo segurança.
Achei os seguranças muito mas simpáticos que as mal educadas atendentes da Receita Federal.
É praxe, público e notório o fato de servidores/funcionários públicos serem mal educados, grossos, estúpidos, preguiçosos, folgados etc, mas eu também sou funcionária pública e procuro tratar todos com o mesmo respeito com que quero ser tratada.
Bom, resolvi o problema e andei mais do que "tiradô de isprito (tirador de espírito)", como dizia mamãe.
Parei na entrada do prédio e li um enorme cartaz que dizia "Ouvidoria. Queremos saber o que você tem a dizer sobre nosso atendimento para melhorá-lo ainda mais".
É, precisa mesmo! E para começar, umas aulas de boas maneiras para as funcionárias que atendem as pessoas. 
Será que só porque trabalham na Receita Federal se julgam muita coisa?
Ouvidoria: 0800 702 11 11
Site: http://portal.ouvidoria.fazenda.gov.br
É isso.






                           

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