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quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Esfiha

                                   


De volta ao trabalho. Legal.
A moça da cozinha trouxe apenas café; não havia lanche e a cantina estava fechada, só segunda-feira.
Alguém teve a ideia de fazer "vaquinha" para comprar esfiha e refrigerante; 99.99% dos refrigerantes comprados são Coca-Cola. Não sou muito fã.
Em poucos minutos chega a encomenda e peguei minha esfiha de queijo; esfiha fechada, não gosto muito da aberta.
Como não tinha outra coisa, o jeito foi tomar Coca-Cola mesmo. Tomei só meio copo, não gosto muito.
A tarde seguia normalmente, mas lá pelas quatro horas começo a sentir umas pontadas no estômago que evoluíram para uma dor aguda e insistente.
Termina mais um dia de trabalho. Vou para casa, mas antes passo no Pet Shop para comprar ração molhada para a gataiada.
Alimento meus felinos muito bem tratados, mimados, queridos e amados. Faço um chá de erva cidreira (capim santo) e começo a me sentir melhor.
Amanhã talvez vá ao supermercado para comprar grãos e legumes. Adoro vagem, grão de bico, beterraba, mandioquinha, ervilha, tomate...
Preciso preparar algo para levar de lanche, comer guloseimas e tomar refrigerante não me apetecem muito.
Meu estômago que o diga.
É isso.


                                       

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Pêssego

                             



Adoro frutas, exceto abacate.
Gosto de figos verdes em calda, figos frescos nem tanto.
Gosto de pêssegos, damascos, nectarinas e todas as variações frutíferas.
Encontrei meu irmão Fubá, que não é muito afeito à frutas, embora goste de bananas e abacaxis, e ofereci-lhe pêssegos secos, que na verdade eram damascos secos da Turquia. Chique isso.
Minha saudável oferta foi declinada e ainda ouvi: "Eca. Como isso não!".
Eu sei. Mas se fosse pão com alguma coisa ou Coca Cola, aceitaria.
Não sou muito fã de refrigerantes tipo cola e não sei qual diferença entre Pepsi e Coca Cola, embora os fãs fanáticos dizem que tem diferença sim! 
Bom, cada um cada um e eu fico com meus pêssegos, damascos, figos, nectarinas...
É isso.







terça-feira, 28 de maio de 2013

Natural

                                  


As escolas estaduais oferecerão um café da manhã aos pais dos alunos e alunos; é a escola se aproximando da comunidade. Bacana isso.
Aos professores é pedido que tragam pratos doces e/ou salgados, mas desde que sejam naturais.
Deve-se evitar frituras e alimentos gordurosos e procurar manter uma alimentação saudável. Tá.
Professores cientes e a conversa gira em torno do que cada um irá preparar, trazer, comprar, mandar fazer...
Um professor diz: "Ah meu, vou passar ali no mercadinho e vou trazer duas Cocas".
Uma professora diz: "Mas tem que ser alimento natural!".
E ele responde: "Então!"


                                       

sábado, 5 de janeiro de 2013

Incomodar

                              

Não dormi bem noite passada, as dores nas pernas incomodaram bastante.
Fiz limpeza ontem e esse é um dos motivos das minhas dores e entrevamento. Não fiz nada demais, apenas afastei os móveis mais leves, como sofás e cadeiras e limpei o chão, mas isso foi suficiente para causar todo o problema.
Desisti de esfregar azulejos, portas e janelas; não aguento.
Andei pela casa, fiz massagem nas pernas, virei e revirei na cama e, finalmente, lá pelas quatro horas da manhã, consegui dar uma madorna (cochilo), como dizia mamãe.
Mas eis que às oito horas da manhã tocam a campainha, era um grupo de religiosos querendo falar com o responsável pela residência e eu disse, pela janelinha da porta: "Não tem ninguém em casa".
Volto para a cama e o telefone toca, era meu irmão Rogério confirmando minha ilustre presença ao churrasco em sua casa.
Beleza.
Começo a adormecer e tocam a campainha, de novo. Era meu irmão Naldão com seus quase duzentos quilos de teimosia, cegueira de consciência, comilança e arrogância. Veio chorar as pitangas e perguntar se poderia ir comigo à casa do nosso irmão. 
Pensei e falei: "@!#$%&!!!", já não disse para não aparecer antes das dez ou onze horas da manhã? Hoje é sábado e preciso aproveitar o raro silêncio para descansar, tive mais uma noite de dor e insônia. Por que não ligou, @!#$%&?!".
Meu irmão Naldão é agoniado, quer ser o primeiro a chegar aos locais, ainda mais se envolver comida e bebida; Coca Cola, de preferência.
Ele queria que saíssemos daqui à uma hora da tarde, mas eu não estava bem e havia tomado os remédios e precisava esperar um pouco; não vou dirigir com tonturas e mal estar.
Gosta tanto de carro? Aprende a dirigir e compra um!
Não, não sou uma pessoa má, muito pelo contrário, mas o que incomoda e enche o saco é a cara de pau, o comodismo, a folga mesmo. Já inventaram uma coisa chamada ônibus, para quem não sabe. Antes de conseguir comprar meu carro, eu tomava quatro conduções para ir ao trabalho e não morri por isso, e era na época que tinha a coluna torta e dolorida.
Não gosto dessa história de encher o carro de gente, de dar carona, ainda mais se a pessoa ou pessoas são obesas demais; caso do meu irmão Naldão.
Meu carro é pequeno e meu irmão só cabe na frente; é até vergonhoso.
Tive que levar um conhecido com mobilidade reduzida para casa e meu irmão queria ir junto no banco de trás, não coube. E nem assim o cara se conscientiza. 
Pelo amor de Deus!
Não falo/falamos por mal, queremos que o cara veja o quão pesado está e que sua saúde e sua vida correm riscos. Mas quem disse que ele quer ouvir?
E além do mais, quem arca com as despesas do carro sou eu e ninguém nunca se oferece para ajudar com o combustível ou pedágio.
Estou sem saco, sem paciência; tolerância zero para gente folgada, acomodada, comilona, autodestrutiva.
Meu carro é para uso próprio, para me levar aos médicos, laboratórios, consultas, supermercados e afins.
Uma carona uma vez ou outra tudo bem, mas fazer disso uma obrigação, não dá.
Desculpem, mas tive uma noite péssima com dores fortes e uma manhã com gente me incomodando.
Sou humana, demasiado humana e tento viver minha vida sem incomodar ninguém.
Todos temos frustrações que justificam nossas atitudes perante a vida e a nós mesmos e por mais compreensiva que eu possa ser, não posso mudar essas pessoas e muito menos me anular para viver suas vidas e resolver seus problemas. Já fiz muito isso e a ficha finalmente caiu.
Estou meio arretada hoje.
É isso.

                                   

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Deformidade, Artrose, Carro

                                   

Voltei ao consultório do ortopedista para levar a papelada que ele deveria preencher; deveria.
O doutor achou melhor não ficar enrolando com papeladas e buRRocracia do convênio e laboratório e decidiu fazermos um exame de cada vez; farei a ressonância da coluna lombo sacra, que é mais urgente.
Fiz radiografia do pé esquerdo, tive inflamação no tarso; a dor voltou e às vezes é difícil pisar, acabo mancando.
O exame constatou o que eu, o médico e a torcida do Corinthians sabemos: artrose. Ossos tortos, inflamação, acúmulo de líquidos.
A artrose está espalhada por todo meu corpo, todos meus ossos e ameaça minha mobilidade, meus movimentos e é por isso que o médico tem certa urgência nos exames para tomar a melhor decisão. Agora vai explicar isso para os buRRocratas de plantão!
Há a grande possibilidade de uma nova cirurgia para a descompressão da medula, que é cercada pelos parafusos e pelos ossos que crescem. Se não fosse a Acromegalia, tudo estaria bem, pois os parafusos, pinos e afins estão muito bem colocados. 
Acromegalia, como a odeio!
O doutor disse que precisa dos exames para decidir e que só fará a cirurgia se puder me ajudar, se for para atrapalhar mais ainda ou para apenas operar, ele não faz. Ele disse que tem muito colega que opera por operar, como se o paciente fosse uma mera cobaia.
Perguntou ainda se demorei a descobrir a doença, se não percebi a deformidade em meu rosto e corpo. Achei o termo deformidade meio forte e isso me arrebentou por dentro. Chorei por dentro. Por fora, tudo normal.
Deus está vendo.
Nunca fui exemplo de beleza e a Acromegalia só piorou ainda mais, muito mais, mas dizer deformidade, deformar... Sei não. Machucou, doeu, magou, feriu e desenterrou velhos fantasmas que lutei e luto tanto para mantê-los enterrados e longe de mim.
Artrose, cirurgia, crescimento, ossos deformados... deformidade.
Saí do consultório triste, chorosa por dentro e quando atravessei a rua, permiti que as lágrimas saíssem. Saíram em profusão. 
Sou humana, demasiado humana.
Vou até o carro e tento abri-lo, não abre. A chave entra mas não vira. Tento o porta malas, tento a chave mais uma vez e acho melhor chamar o guincho com chaveiro. Decido dar mais uma volta no carro e percebo que tem um bichinho de pelúcia preso ao espelho retrovisor, penso comigo: "Mas esse carro não é o meu!".
Que mico!
Disfarço, caminho mais um pouco e vejo meu carro há alguns metros do carro que tentei "arrombar".
Uma viatura da polícia passa em frente e graças a Deus não desconfia de nada. Já pensou o que poderia acontecer até eu conseguir explicar que me confundi e que passo por uma fase difícil e delicada da minha vida?
Eita lasquêra!
Mas a viatura passa e eu entro no meu carro e vou até a casa da minha irmã Rosi. Minutos depois chega meu irmão Naldão e vem munido de pães, rosquinhas, salame e Coca Cola. Adoro salame, adoro rosquinhas, mas não posso dizer o mesmo do refrigerante.
Conversamos, lembramos de causos de nossa história antiga e rimos muito. Meu cunhado Pepê cisma que eu devo me lembrar do National Kid e eu digo que não; lembro do Ultraseven, Ultraman e Spectreman.
Pepê diz que sou véia e que finjo que não lembro só para disfarçar. Quem precisa de inimigos com um cunhado desse?
Minha sobrinha Beatriz voltou da escola e fomos fazer arte, pintura com cola colorida. 
Foi uma tarde agradável. Foi uma tarde perfeita, sem deformidades.
É isso.

                                 

sábado, 28 de julho de 2012

Sem lenço nem documento, Cálice, Na linha do horizonte

                                               


Chegamos a São Paulo e ficamos pouco mais de um mês na casa do nosso tio Manoel Gomes, irmão de mamãe.
O tio morava no Jardim Popular ou Vila Ré, dizia que os dois bairros eram próximos e a correspondência chegava do mesmo jeito. São bairros da minha querida ZL (zona leste) e próximos ao meu querido bairro da Penha.
Mamãe ficava em casa ajudando a esposa do tio e Mãevelha cuidava de nós, que na época éramos apenas três: eu, Naldão e Rogério. Papai trabalhava e só voltava à noite.
A casa do tio Manoel Gomes era ampla, bonita, azul, com muros baixos, jardim florido e um piso de caquinhos cor de telha. Não sei o nome desse piso, mas era muito usado antigamente e lembrava um mosaico. No quintal dos fundos tinha uma faixa de terra com algumas bananeiras, muito legal.
Havia chovido e  logo em seguida abrira um sol quente e bonito. Acho lindo quando chove e depois vem o sol seguido por arco-iris. A luminosidade, o cheiro de terra molhada...
As minhas primas sempre ligavam o rádio enquanto ajudavam a mãe com os afazeres domésticos. E no rádio tocava: "Caminhando contra o vento, sem lenço nem documento..."
Eu ouvia, analisava e tentava entender aquela canção. Quem cantava? Como alguém pode sair sem documento? E se a polícia parar a pessoa? Ela pensa em casamento e ele toma uma Coca Cola! E eu seguia elucubrando...
Dali a pouco a música termina e inicia outra com uma voz grave e monótona que canta: "Pai, afasta de mim esse cálice... De vinho tinto de sangue". Era Chico Buarque. Eu gosto mais do Chico como compositor a cantor.
"O que é cálice? É o mesmo cálice sagrado que o padre fala nas missas? Mais elucubrações.
Anos depois vim entender que o "cálice" da música era na verdade um "cale-se"; vivíamos em plena ditadura militar e muitos artistas tiveram que deixar o Brasil: Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Buarque de Hollanda e outros.
Tempos de música boa.
Hoje, até os comerciais foram contaminados com esse lixo atual a que chamam de música!
Bom...
O volume do rádio é abaixado e escuto a voz de uma de minhas primas: "Manhê, o moleque da Marlene fez xixi no quintal!".
Correm a mãe as meninas com balde cheio de água com sabão e água sanitária; esfregam o chão e depois passam um pano com o desinfetante Pinho Sol.
Mamãe não gostou de ter o filho chamado de "moleque" e achou um exagero toda aquela limpeza neurótica; para ela, era apenas a urina de uma criança e ele não tinha nenhuma doença contagiosa.
Aos poucos mamãe e nós fomos nos habituando aos choques culturais e aprendendo hábitos e comportamentos novos para nós. Fomos nos civilizando gradativamente.
Quintal limpo, bronca dada, conselhos também: "Se quiser fazer xixi é só falar que a gente te leva ao banheiro. Lavar as mãos sempre que usar o banheiro. Não fazer xixi em qualquer lugar, só no banheiro..."
Rádio ligado e tocando a boa e velha MPB e agora tocava uma música que eu achava linda, melódica e melancólica: "Eu vou pro ar, no azul mais lindo eu vou morar..." de uma banda chamada Azymuth (nós dizíamos "Azambuja").
Nos mudamos depois para nossa primeira casa, um barraquinho simples de madeira, e o rádio sempre junto.
O rádio e a música fazem parte da nossa História.
É isso.
                
                                              
                                             


                                               







segunda-feira, 23 de abril de 2012

Coca Cola

                                              


Estava na sétima série e era apaixonada por um menino da oitava.
Eu queria que ele soubesse sobre meus nobres sentimentos por sua distinta pessoa e tinha pressa em fazê-lo saber porque aquele ano letivo seria seu último; o Ensino Médio seria feito em outra escola, a nossa escola só tinha os Ensino Fundamental I e II (da 1ª série à 8ª série).
Ensaiei, criei coragem e escrevi uma cartinha romântica para o meu amado.
O problema é que o objeto da minha afeição não nutria por mim os mesmos nobres sentimentos que eu nutria por ele.
A carta romântica foi entregue a ele por uma colega alcoviteira e eu a importunei com dezenas de perguntas: "Ele leu? Perguntou quem tinha mandado a carta? Que cara que ele fez?". Perguntas desesperadas e uma apaixonada desesperada.
O amor é fogo que arde sem doer...
Mas doeu sim, e muito!
Descemos para o intervalo, que na nossa época era recreio, e procuro com o olhar por meu Romeu nada apaixonado; vejo minha colega alcoviteira se aproximar e ela me entrega um bilhete com o singelo verso: 
Se você gosta de um cara
que nem te da bola,
afogue sua mágoas
num copo de Coca Cola.
Além do verso havia um desenho feito com caneta e mostrava um copo cheio e uma pessoa dentro dele!
Talento artístico não faltava ao meu amado.
Acho que é por isso que não gosto muito do refrigerante, prefiro guaraná com gelo e limão.


                                      

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Bebidas

                                               


Atravessava uma movimentada rua de Santana em um quentíssimo dia de Verão e ouço um vendedor ambulante oferecer seus produtos: "Tem água, cerveja, guaraná, Coca Cola, suco e   'minoai'. Quem vai querer?"
Me aproximei do vendedor e perguntei que bebidas ele tinha, pois fiquei curiosíssima para descobrir o que raios era "minoai".
Comprei uma água mineral, às vezes suspeito que seja "água torneiral", e descobri que "minoai" é Smirnoff Ice.


                                                

segunda-feira, 19 de março de 2012

Desejo

                                                


Mamãe teve sete filhos; hoje somos seis.
Mamãe dizia que nenhuma gravidez é igual à outra, todas diferem.
Para cada gravidez há um desejo específico de comer ou beber algo que seja estranho, fora de época e difícil de achar.
Quando mamãe estava grávida de mim teve vontade de tomar caldo de mocotó; tomou tanto que enjoou e depois que nasci, nunca mais ela quis saber da iguaria.
Quando grávida do meu irmão Rogério, mamãe tomava litros de guaraná. Depois que meu irmão nasceu, mamãe enjoou de guaraná e só tomava Coca Cola.
Grávida de Rosi, mamãe gostava de comer o gelo que se forma no congelador/freezer; aquele gelo que parece "raspadinha", sabe? Mamãe comeu tanto que teve nevralgia nos dentes.
Quando grávida de Renata, mamãe comia pacotes inteiros de bolacha tipo wafer; depois que nossa irmã caçula nasceu, mamãe não quis mais saber de wafer e só comia bolacha cremi cráqui (cream cracker).
Mamãe dizia: "Cada filho é um desejo, é uma dor".

Wafer
                                                 

Coca Cola e Gordura de Porco

                                            


Ligo para tio José do Recife e pergunto se está tudo bem, e a resposta é: "Está mais ou menos, minha filha".
Fico preocupada e pergunto o que está acontecendo e a resposta me deixa mais aliviada: "Não é nada demais não, minha filha. É que fui obrigado a tomar Coca Cola; nem pude tomar um golinho de Whisky".
"Mas por que, tio?"
"É por causa dos remédios que estou tomando. Mas se Deus quiser, pra semana acaba o tratamento e eu vou poder tomar minhas cachacinhas".
"Ainda bem, né tio?"
"E não é, minha filha?"
Tia Filomena do Paraná era hipertensa, problema recorrente nessa nossa família, e adorava cozinhar com gordura de porco. Punha gordura de porco em tudo quanto fosse prato salgado... Delícia! Assim você me mata...literalmente.
Tia Filomena vai ao médico e faz alguns exames.
Tia Filomena leva os exames ao médico e ele diz: "Dona Filomena, a senhora já é hipertensa e está com colesterol alto, melhor parar de consumir gordura de porco".
"É mesmo, doutor?"
Tia Filomena volta para casa cabisbaixa e pensativa e alguém pergunta a ela: "O que foi? O que é que a senhora tem?"
"Estou muito triste, o médico me proibiu de comer gordura de porco".
É muito triste mesmo.
                                          


                                          

sábado, 17 de março de 2012

Cinema

                                             


Gostávamos de ir aos cinemas que ficavam no bairro da Penha; naquela época não havia o Shopping Center.
Tomávamos o ônibus Penha e descíamos numa rua de ladeira que terminava no início da Avenida Penha de França, um pouco antes do Mercado Municipal da Penha.
Saíamos de casa com as recomendações e cuidados de mamãe e com nosso plano secreto em mente: tomar bastante Coca Cola ou Pepsi para encher a barriga de gases e depois arrotar no escurinho do cinema.
Era muito divertido e adorávamos fazer isso. Ninguém nos veria e ninguém saberia quem eram os arrotadores secretos, e para disfarçar, recriminávamos o suposto arrotador: "Que coisa feia. Que falta de educação!".
Nos divertíamos mais com nossos arrotos do que com o filme propriamente dito e ainda disputávamos para ver quem tinha o arroto mais potente.
Na volta para casa arrotávamos apenas durante o caminho até o ponto do ônibus e ao adentrar no coletivo os gases do refrigerante saíam por outro local, um pouco mais discreto mas de efeito devastador para quem estivesse próximo.
E programávamos nosso próximo passeio ao cinema do bairro da Penha.