sábado, 5 de janeiro de 2013

Incomodar

                              

Não dormi bem noite passada, as dores nas pernas incomodaram bastante.
Fiz limpeza ontem e esse é um dos motivos das minhas dores e entrevamento. Não fiz nada demais, apenas afastei os móveis mais leves, como sofás e cadeiras e limpei o chão, mas isso foi suficiente para causar todo o problema.
Desisti de esfregar azulejos, portas e janelas; não aguento.
Andei pela casa, fiz massagem nas pernas, virei e revirei na cama e, finalmente, lá pelas quatro horas da manhã, consegui dar uma madorna (cochilo), como dizia mamãe.
Mas eis que às oito horas da manhã tocam a campainha, era um grupo de religiosos querendo falar com o responsável pela residência e eu disse, pela janelinha da porta: "Não tem ninguém em casa".
Volto para a cama e o telefone toca, era meu irmão Rogério confirmando minha ilustre presença ao churrasco em sua casa.
Beleza.
Começo a adormecer e tocam a campainha, de novo. Era meu irmão Naldão com seus quase duzentos quilos de teimosia, cegueira de consciência, comilança e arrogância. Veio chorar as pitangas e perguntar se poderia ir comigo à casa do nosso irmão. 
Pensei e falei: "@!#$%&!!!", já não disse para não aparecer antes das dez ou onze horas da manhã? Hoje é sábado e preciso aproveitar o raro silêncio para descansar, tive mais uma noite de dor e insônia. Por que não ligou, @!#$%&?!".
Meu irmão Naldão é agoniado, quer ser o primeiro a chegar aos locais, ainda mais se envolver comida e bebida; Coca Cola, de preferência.
Ele queria que saíssemos daqui à uma hora da tarde, mas eu não estava bem e havia tomado os remédios e precisava esperar um pouco; não vou dirigir com tonturas e mal estar.
Gosta tanto de carro? Aprende a dirigir e compra um!
Não, não sou uma pessoa má, muito pelo contrário, mas o que incomoda e enche o saco é a cara de pau, o comodismo, a folga mesmo. Já inventaram uma coisa chamada ônibus, para quem não sabe. Antes de conseguir comprar meu carro, eu tomava quatro conduções para ir ao trabalho e não morri por isso, e era na época que tinha a coluna torta e dolorida.
Não gosto dessa história de encher o carro de gente, de dar carona, ainda mais se a pessoa ou pessoas são obesas demais; caso do meu irmão Naldão.
Meu carro é pequeno e meu irmão só cabe na frente; é até vergonhoso.
Tive que levar um conhecido com mobilidade reduzida para casa e meu irmão queria ir junto no banco de trás, não coube. E nem assim o cara se conscientiza. 
Pelo amor de Deus!
Não falo/falamos por mal, queremos que o cara veja o quão pesado está e que sua saúde e sua vida correm riscos. Mas quem disse que ele quer ouvir?
E além do mais, quem arca com as despesas do carro sou eu e ninguém nunca se oferece para ajudar com o combustível ou pedágio.
Estou sem saco, sem paciência; tolerância zero para gente folgada, acomodada, comilona, autodestrutiva.
Meu carro é para uso próprio, para me levar aos médicos, laboratórios, consultas, supermercados e afins.
Uma carona uma vez ou outra tudo bem, mas fazer disso uma obrigação, não dá.
Desculpem, mas tive uma noite péssima com dores fortes e uma manhã com gente me incomodando.
Sou humana, demasiado humana e tento viver minha vida sem incomodar ninguém.
Todos temos frustrações que justificam nossas atitudes perante a vida e a nós mesmos e por mais compreensiva que eu possa ser, não posso mudar essas pessoas e muito menos me anular para viver suas vidas e resolver seus problemas. Já fiz muito isso e a ficha finalmente caiu.
Estou meio arretada hoje.
É isso.

                                   

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixem comentários, adoro saber o que pensam sobre o blog. Obrigada ;-)