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terça-feira, 15 de março de 2016

Menina Buliçosa

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Gatos espalhados pela casa, em cima das estantes e em todos os lugares.
Tive que deixar livre a parte de cima das estantes para que os folgados possam deitar sem precisar fazer malabarismos sobre meus preciosos livros.
Tarde luminosa, típica do Outono, que chega semana que vem, graças a Deus.
Março é o mês das mudanças, mês das águas e dos gatos. Por que será que nasci em Março? Deve ser coincidência. Será?
A Páscoa chega mais cedo esse ano e iremos à casa do meu irmão caçula em Ilha Comprida. Adoro estradas e viagens, principalmente se for para onde tiver a presença forte e constante da Mãe Natureza: rios, lagos, mar, plantas...
Seria melhor se eu pudesse andar para caminhar na beira da praia e molhando os pés nas águas do meu amado mar. É frustrante e revoltante não poder andar, ainda mais para quem fazia caminhadas pelo bairro aos finais de tarde.
Tomei café com bolo de aniversário, adoro bolo "melecado", como diz minha irmã Rosi. Bolos, docinhos e salgadinhos de festa ficam mais gostosos no dia seguinte, assim como as sobras das grandes refeições em família.
Peguei uma receita de pudim de leite em pó e quero fazer. Adoro cozinhar. Se fosse como era antes e como eu gostaria que fosse, já teria ido ao supermercado e feito minhas compras de itens de primeiríssima necessidade: leite condensado, chocolate, doces, sorvetes...
Aniversário se aproximando; sinto-me bem, graças a Deus. 
Adiantei algumas coisas pela casa e separei toda a roupa para lavar, gosto de estar em movimento, inquieta, buliçosa, como diziam meus antigos: "Eita menina buliçosa, meu Padim Ciço do Juazeiro!".
Ficar parado é a pior coisa para quem é arteiro e buliçoso por natureza.
Minha batata doce e meu chuchu estão brotando, lindos, mas os abacaxis vão demorar um pouco mais.
Um dia terei um canto meu e terei que pedir licença aos girassóis, margaridas, flores do campo, orquídeas, primaveras, chuchus, abacaxis e toda a Flora para poder entrar em casa.
Fico triste quando as pessoas dizem que não gostam de plantas e que árvores como ipês e paineiras só fazem sujeira. Acho linda a "sujeira" que as belas flores roxas, róseas e amarelas fazem.
É isso.



                                       Resultado de imagem para menina buliçosa

quarta-feira, 15 de abril de 2015

Tardes Luminosas

                               



Levantei cedo; as dores não me deixam dormir em paz.
Viro para um lado e para o outro procurando uma posição que acomode bem os joelhos e a coluna que doem dia e noite. 
Se estou sentada ou andando pela casa, incham os pés e dói tudo. Se estou sentada por muito tempo, dói a coluna e quando me deito, as dores deitam junto. Difícil.
Têm feito dias bonitos e tardes luminosas que me fazem viajar no tempo, no espaço e no passado. Adoro essas tardes luminosas de outono.
Lembrava de nossas visitas às casas dos parentes; andávamos pelo bairro e mamãe sempre parava para cumprimentar alguém: "Vamo, mãaaaaaaae".
Tomávamos café na casa da tia Anália, saíamos carregados com muitas verduras da chácara onde viviam e trabalhavam uma prima e sua família.
Couve, almeirão, alface, cebolinha, coentro... Era muita verdura.
Mamãe fazia bolinhos com essas verduras e ficavam deliciosos. Era nossa mistura nos dias que não tinha carne. 
Papai, como sempre, reclamava: "Isso lá é mistura?! Mistura tem que ser carne! Deus disse que nem só de pão vive o homem..." E a ladainha prosseguia.
Tentávamos argumentar: "Pai, Deus quis dizer que não é só de comida que a gente vive, além de alimentar o corpo, tem que alimentar o espírito também"
"E desde quando isprito come? Oxe!"
Era muita "inguinórança", meu Deus.
Estava me lembrando dessas presepadas de papai e muitas outras, perpetradas por ele e pela família ilustre.
Saudades, lembranças, risos, sorrisos... tardes de outono.
É isso.



                                   Resultado de imagem para bolinhos de verduras

terça-feira, 31 de março de 2015

Tão perto e tão longe

                                 Resultado de imagem para tão perto e tão distante de mim


Fui à escola para buscar a papelada do agendamento da perícia e para fazer o recadastramento anual. 
Tentei fazer em casa, como faço sempre, mas meu computador não abria a página; o jeito foi fazer na escola. Deu certo.
Foi bom rever algumas pessoas, foi bom estar no lugar pelo qual estudei e batalhei tanto para ficar, mas que não pude ficar muito tempo.
A velha maldição de Tântalo: o próximo distante, o que está tão perto mas ao mesmo tempo tão longe, o que está ao alcance das mãos, mas tão distante quando tentamos nos aproximar.
Tudo o que eu gosto tem um prazo muito curto de validade. Tudo é tirado de mim, afastado e isso dói.
Que raios de doenças mais bestas! 
Pedi para chamar a moça da limpeza, que é uma simpatia. Ela veio e me deu um abraço bem forte. Adoro abraços fortes, fazem tão bem.
Voltei para casa e observei o dia, o movimento da rua, as pessoas. Uma tarde tão bonita.
Sinto falta das longas caminhadas que eu fazia todo fim de tarde. O sol abaixava um pouquinho e lá ia eu andar pelo bairro.
Estou meio triste, revoltada, com certa raiva e outros sentimentos.
Tudo vai ficar bem. Tenho fé.
É isso.



                                     Resultado de imagem para tão perto e tão distante de mim

                                 

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Esculturas

                                   Resultado de imagem para esculturas africanas em pedra


Dormi bem noite passada; aleluia!
Acho que o exame me deixou cansada e eu consegui fugir da insônia.
Acordei de barriga para cima e com Alice deitada sobre minha barriga. Eu nunca deito ou durmo de barriga para cima, curioso.
Alice de um lado, os pequenos e fofinhos do outro, Nunes Boreal encostada nas minhas pernas...
A gataiada adora e eu também.
Alice estava meio desconfiada e Ébano Nêgo Lindo enciumado por conta da presença de minha sobrinha aqui em casa. Ela veio na semana do Carnaval e os gatos não gostaram nem um pouco, a maioria deles.
Alguns muito arredios e outros muito ciumentos.
Tive um sonho bom, mesmo dormindo de barriga para cima e com Alice deitada sobre mim.
Ando por ruas de terra com algumas poças d'água; havia chovido. Casas e sobrados simples, desses que são construídos rapidamente para abrigar a família o mais rápido possível.
Era uma comunidade de pessoas simples, alegres e bem humoradas.
Eu andava por essas ruas e as pessoas me cumprimentavam: "Oi, professora". Algumas acenavam das varandas de suas casas, outras me cumprimentavam na rua e eu andava alegre, livre, leve e solta. Eu carregava livros e cadernos e voltava para casa depois de um dia de trabalho na escola.
Como é boa a sensação de andar livremente e trabalhar naquilo que gostamos!
Entre as casas simples havia alguns terrenos baldios com pedras grandes; ainda têm algumas pelas praças daqui do bairro.
Parei minha caminhada por um momento para observar esculturas feitas nessas pedras grandes. Eram rostos de um casal de negros esculpidos na pedra e lembrava muito a arte africana; muito lindo.
Um homem negro saia de trás dessa escultura e parecia ser o artista responsável pela obra. Era um homem simples, vestido em roupas simples e fumava um cigarro de palha.
Ele ficava sem jeito quando eu elogiava seu trabalho e eu admirava a beleza e a perfeição das esculturas.
Seriam deuses africanos? Orixás?
Hoje em dia parece que temos que escolher bem as palavras quando falamos sobre religião para não tocarmos em pontos delicados. Tem gente intolerante, ignorante, preconceituosa e que acha que apenas sua fé ou crença é a verdadeira e a dos outros está errada. 
Bom...
Segui meu caminho pelas ruas de terra com poças d'água. Segui acenando para as pessoas que me cumprimentavam. Segui livre, leve e solta carregando meus livros e andando com meus próprios pés. Isso é tão bom.
Acordei, fiquei pela casa; as pernas ainda pesam. Fiz café e depois deu uma azia danada.
Agora estou com vontade de comer algo doce e não tenho muita opção por aqui.
Estou louca para ir ao supermercado e fazer minhas compras do meu jeito: meu estoque de doçuras que são transformadas em guloseimas calóricas. Leite condensado, leite de coco, creme de leite, chocolate, gelatinas...
Eu vou voltar a andar e vou fazer tudo isso e mais um pouco.
Tenho fé.
É isso.



                                        Resultado de imagem para caminhar poça d'água

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Querer

Caminhar em chão de terra no meu Sertão
                             


Começo a melhorar, graças a Deus.
As dores persistem e o entrevamento também, mas estão mais toleráveis.
Amanhã tenho muito o que fazer pela casa; tentarei fazer mais.
Estou com dificuldade para abaixar e preciso me sentar para tomar banho, pegar coisas no chão e até para limpar a caixa de areia dos gatos.
Vou aos poucos.
Faço apenas o básico que é lavar a louça, varrer o chão e coisas assim, mas algo mais pesado está fora de cogitação.
Tenho problemas com o lixo pesado por causa da areia sanitária dos gatos. A areia úmida fica muito pesada e como não consigo levar o saco de lixo até lá fora, eu o arrasto. Depois preciso passar pano com desinfetante e detergente para limpar a trilha deixada.
E mesmo arrastando é um peso e tanto.
O problema é que não sinto na hora em que estou pra lá e pra cá, sinto depois que paro. Basta o corpo esfriar que as dores vêm com tudo.
Estive bem mal essa semana que passou e até chorei, me revoltei, questionei Deus e o Povo lá de Cima.
Como é possível viver com tanta dor?!
Precisa doer tanto mesmo?!
Tem que entrevar tudo o que é junta (articulação)?
Pés, joelhos, ombros, coluna, quadris... Pelo amor de Deus!
Queria tanto me deitar e só levantar no dia seguinte sem dores, sem entrevamento, sem ter que fazer malabarismos para caminhar até o banheiro, sem sofrer.
Apenas andar como qualquer pessoa normal, sem ossos e articulações duras e doloridas.
É querer demais?


                                         

domingo, 18 de novembro de 2012

mundo

                             

Estou cansada.
Cabeça dói, ossos doem.
Muitos problemas, mas quem não os têm?
Sinto-me tão só.
Queria caminhar por aí; por estradas sem fim, pela praia, ver o mar...
Caminhar e não mais voltar.
Quando eu partir desse mundo quero voltar mais não.
Que eu doa tudo o que tenho para doer para poder partir em paz, quando chegar a hora de ir. 
Partir sem deixar nada para trás, sem nada dever para não ter que voltar. Quero voltar não, a vida dói demais.
Quero voltar não, acho que paguei o que devia. Paguei e ainda estou pagando pelos erros cometidos noutras vidas e cobrados ainda nessa vida.
Quero caminhar pelo mundo afora, pelos mundos, planetas, universos e galáxias sem fim.
Caminhar pelos oceanos gélidos, pelos mares tropicais, pelos sertões, pelo mundo...
Guerreiros também cansam, doem, sangram, choram...
Amanhã é outro dia e a batalha continua.
É isso.


                                  

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Abraço

                                

Sonhei com papai.
Eu caminhava pelas mesmas ruas por onde caminhei em outros sonhos e papai me entregara um pedaço de pão.
Era um dia agradável, ensolarado e bonito. Encontrei algumas colegas da faculdade e passei por uma agitada rua de comércio.
Caminhava, caminhava e caminhava...
Um carro azul vinha no sentido contrário e era dirigido por minha irmã Rosi que levava papai ao médico.
Rosi descia do carro e pedia para eu pegar o volante; papai estava ofegante, fraquinho, cansado, magro. Observava a pele clarinha, enrugada, flácida, cheia de pintas nos braços de papai.
Eu pedia para ele se acalmar, eu o levaria ao médico e ele ficaria bem. Tudo ficaria bem.
Papai colocava o corpo para fora e me abraçava. Um forte abraço. Abraço de aconchego, acalanto.
Acordei com o barulho intenso dos caminhões que passam rapidamente e balançam as casas da vizinhança.
Não acordei triste nem chorando, como sempre, acordei bem.
Acredito que papai me "devia" esse abraço e após dá-lo, prosseguiu em seu caminho de evolução e aprendizado.
Papai seguiu seu caminho e segui o meu.
Continuei caminhando e acordei no nosso mundo "real" de obrigações, responsabilidades, culpas, dor, mágoas, alegrias, esperanças, reparações e a certeza de que dias melhores virão.
Deus, receba bem papai e cuide bem de sua saúde. Papai estava tão fraquinho...
Papai ficará bem.
Nós todos ficaremos bem.
Amém.

                                   

                              
                             

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Lulu Santos


                                   

Terminei o ensino fundamental (antigo ginásio) e fui matriculada em outra escola para fazer o ensino médio (colegial), às vezes ia de ônibus e outras vezes ia e vinha a pés mesmo. Naquele tempo a caminhada era agradável e não tinha o excesso de veículos e poluição que temos hoje.
Quando vinha de ônibus, parava em uma lojinha que ficava na praça Nippon enquanto aguardava a condução. Eu ia com uma colega minha que também adorava olhar as coisas vendidas no pequeno estabelecimento comercial. Nós dizíamos que juntaríamos dinheiro e voltaríamos à lojinha para comprar algo, não importava o quê, mas compraríamos algo.
Essa minha colega se chamava Angela e tinha uma história triste: Os pais eram alcoólatras e ela e o irmão foram criados pelos tios.
A tia adorava o sobrinho mas ignorava e desdenhava a sobrinha.
O tio era neutro.
Eu adorava o cabelo lisinho de Angela, bem diferente dos meus cachos rebeldes.
Certa vez saímos bem mais cedo da escola e decidimos caminhar pelo bairro. Passamos pela lojinha da Praça Nippon e seguimos pela Avenida das Cerejeiras; paramos em outra praça enorme perto do clube Thomas Mazzoni e nos sentamos na grama para conversar. Falamos sobre nossas famílias, nossos medos, sonhos, tristezas e alegrias. Falamos sobre como nos magoava o tratamento preferencial dado a algumas pessoas da família enquanto nós éramos tratadas apenas como mais alguém da casa. É muito @!#% isso.
Enquanto conversávamos ouvíamos Lulu Santos cantando "Tempos Modernos", a música vinha de alguma das casas próximas e marcou esse dia. Era uma bela tarde de sol.
Sempre que ouço essa música de Lulu Santos lembro de minha colega de história e semblante tristes e da bela tarde de sol.
Permita Deus que ela esteja bem e que tenha tido forças para se manter de pé. Amém.