Quarta-feira com cara de segunda. Chove muito e faz frio Estou desde de manhã tentando falar no SAC do banco, mas a mensagem se repete continuamente: "Nossos atendentes estão ocupados... Logo iremos atendê-lo". Quanto tempo demora esse "logo" do banco?! Têm sempre essas benditas atualizações que nos deixam de cabelo branco; nem todo mundo sabe acessar as informações necessárias para esses procedimentos. Bom... Depois de longo e tenebroso inverso, consegui acessar/baixar/reiniciar/o escambau; aleluia. Fui à loja da Vivo no Shopping Center Norte e, finalmente, consegui resolver o problema de celular/conta/planos etc... Fui pessimamente atendida na loja no Shopping Penha e reclamei, claro. Celular novo, plano novo, número novo, tudo novo; velhos são os problemas. Chove... É isso.
Dez e meia da noite e me assusto com vozes estranhas, gritaria, comoção geral, catarse e "línguas" estranhas: "Rala a macaxeira, rala a macaxeira". Estava tudo meio silencioso e o silêncio é quebrado por mais um culto na casa da vizinha antipática, metida, antissocial e que não dá um bom dia a ninguém. Precisa mesmo disso tudo? Deve ser praga, não é possível! Não incomodo ninguém, fico quieta no meu canto, lendo, escrevendo, assistindo TV ou algo assim, mas a vizinhança não pensa e age da mesma forma. Infelizmente. Amanhã cedo, lá pelas nove da manhã, a vizinha maluca toca a mesma música da Paula Fernandes com Shania Twain umas quatro ou cinco vezes, depois toca outras músicas das cantoras o mesmo tanto de vezes. Discussão, quebra pau, bate boca, música e fanatismo... Eu mereço! Bom... Passei a tarde na casa da minha irmã e quando fui ligar para o táxi, acabei digitando o número de um amigo; batemos um bom papo. Tive dores a noite toda e ainda estou muito dolorida depois do tombo que hoje completa dez dias. Dificuldade ainda maior para me levantar e andar; doeu demais. Tomei o remédio forte que o médico deu e senti um alívio, agora sinto fome. Vou fazer um chá e tomar com bolachas. Vou me deitar depois e, permita Deus, que eu tenha uma boa noite sono, amem. É isso.
Levantei cedo; as dores não me deixam dormir em paz. Viro para um lado e para o outro procurando uma posição que acomode bem os joelhos e a coluna que doem dia e noite. Se estou sentada ou andando pela casa, incham os pés e dói tudo. Se estou sentada por muito tempo, dói a coluna e quando me deito, as dores deitam junto. Difícil. Têm feito dias bonitos e tardes luminosas que me fazem viajar no tempo, no espaço e no passado. Adoro essas tardes luminosas de outono. Lembrava de nossas visitas às casas dos parentes; andávamos pelo bairro e mamãe sempre parava para cumprimentar alguém: "Vamo, mãaaaaaaae". Tomávamos café na casa da tia Anália, saíamos carregados com muitas verduras da chácara onde viviam e trabalhavam uma prima e sua família. Couve, almeirão, alface, cebolinha, coentro... Era muita verdura. Mamãe fazia bolinhos com essas verduras e ficavam deliciosos. Era nossa mistura nos dias que não tinha carne. Papai, como sempre, reclamava: "Isso lá é mistura?! Mistura tem que ser carne! Deus disse que nem só de pão vive o homem..." E a ladainha prosseguia. Tentávamos argumentar: "Pai, Deus quis dizer que não é só de comida que a gente vive, além de alimentar o corpo, tem que alimentar o espírito também" "E desde quando isprito come? Oxe!" Era muita "inguinórança", meu Deus. Estava me lembrando dessas presepadas de papai e muitas outras, perpetradas por ele e pela família ilustre. Saudades, lembranças, risos, sorrisos... tardes de outono. É isso.
Mais uma noite mal dormida e essa noite passada foi péssima. Fui me deitar mais cedo, por volta das nove da noite, eu estava muito cansada e dolorida. Dormi pesadamente até as onze horas e acordei pensando que já era outro dia. Acordei com dores fortes, um mal estar e uma agonia. Desespero. Que dor é essa, meu Deus? A dor piorou depois do tombo de terça-feira. Os remédios só fazem efeito nas primeiras doses e depois o corpo "acostuma" e é o mesmo que ter tomado um placebo. Levantei, tomei suco de maracujá, passei óleo de cânfora e arnica na coluna e joelhos, me virei e revirei na cama. Veio uma revolta, uma raiva enorme, ira, fúria: "Por que eu?! O que foi que eu fiz para merecer isso?! Se cometi erros ou atrocidades em outras vidas, acredito que já paguei o bastante nessa vida; e paguei com juros brasileiros, sempre altíssimos! Por que minha saúde é tirada aos poucos de mim? Quero andar com minhas pernas. Quero fazer as coisas que sempre fiz. Quero cuidar de mim, da casa, das plantas, dos gatos e ter o direito de ir e vir sem depender de táxi ou de alguém que possa me levar. É pedir muito?!" Chorei. Somaram-se raiva, revolta, desespero, tristeza profunda: chorei. Sou humana, demasiado humana. Levantei tarde, além das dores tinha o maldito Funk tocando alto. Pela manhã, tinha as ubíquas músicas dos vizinhos que para piorar, ainda cantam junto. Cuidei dos gatos e fiz meu café. Reguei as plantas e liguei para a casa de ração. A gataiada e os cachorros da rua já conhecem o entregador. Fiquei por aqui, claro. Fazia uma tarde tão bonita e eu gostava tanto de sair sem rumo, apenas apreciando o caminho, as estradas... Vou voltar a fazer isso, é só questão de tempo. Aguardar a consulta, marcada para junho, no IAMSPE e a partir daí, acelerar esse processo de cirurgia e recuperação e afins. Plano de saúde tem carências. Carências tenho eu! Tudo nesse país é feito para ferrar o pobre: impostos, carências, aumento nos preços da luz, combustíveis, remédios, alimentos... mas meu salário não aumenta na mesma proporção. É isso.
Tardes bonitas. Céu azul e vento frio. Sentei-me à mesa para tomar café e, entre um gole e outro, observava a tarde, as plantas, a luminosidade e sentia saudades. Toda semana, geralmente às quintas-feiras, eu saía da escola e ia à casa da minha irmã para tomar café da tarde e "brigar" com minha sobrinha Beatriz pelos pães de queijo, esfihas e rosquinhas. Adoro rosquinhas açucaradas. É mais uma das muitas coisas simples das quais sinto falta. Fico triste e meio revoltada. Ainda estou dolorida devido ao tombo de terça-feira, mas já me locomovo melhor; com o andador, infelizmente. Estou com muitas vontades e pretendia cozinhar feijão, mas saiu um parafuso da panela de pressão e tenho medo de usá-la e algo acontecer. Cozinhar feijão na panela comum demora muito e haja gás! Vou fazer macarrão parafuso e mousse de maracujá. Ganhei alguns maracujás da minha irmã; adoro frutas. Quem sabe a fruta me ajuda a dormir melhor; pegar no sono é muito difícil para mim. Ontem foi complicado; fiquei acordada até as duas da manhã, me virava a cada minuto na cama e me sentia mal. Dor de cabeça e pressão alta. Tomei os remédios e finalmente adormeci, mas um pouco antes das cinco começa o barulho dos motores dos caminhões. Irrita! Barulho me irrita! Aí é o povo passando na rua e falando alto, depois o caminhão do lixo, a vizinha que toca as mesmíssimas músicas todo o santo dia e o dia todo, a outra vizinha que toca músicas religiosas e "canta" junto... É um tal de "Glóooooooooooooria, glóriiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiia, glóriaaaaaaaaaaaaa". Soltei um: "O que é isso?! Precisa desse exagero todo?!". Aí a vizinha aumentou a glória. Ainda bem que os muros são bem altos. Estou cercada por mal educados sem noção. Barulho, falta de educação, desrespeito. E mais tarde vai rolar o fluxo madrugada adentro. Queria morar em algum lugar distante e longe de todo esse barulho, de toda essa confusão, fanatismo e loucura. Alguma ilha com poucos habitantes, como a Ilha do Mel no Paraná, ou uma casinha nas montanhas da graciosa Minas Gerais. É isso.
Caí de novo e dessa vez machucou mais. Foi ontem à noite. Queria assistir ao Profissão Repórter que falaria sobre curas espirituais; respeito muito. Têm algumas coisas que assustam e eu não teria coragem para me submeter, mas eu respeito e até entendo o desespero das pessoas. Tudo o que a gente quer é ter saúde, meu Deus do céu. Por mais práticos que possamos e queiramos ser, eu acredito que a Vida não é só isso aqui e têm muito mais coisas que vão além da nossa compreensão. Mas o programa estava demorando muito para começar por causa do lixo do Big Brother Brasil, que finalmente acabou, aleluia! Dose agora vai ser aguentar as inúmeras e infindáveis entrevistas desses babacas na programação da emissora. A gente espera mais de uma hora por um bom programa que dura apenas vinte minutos. Triste isso. Bom... Decidi fazer um chá para tomar com bolachas; sempre dá aquela fominha lá pelas nove ou dez da noite. Levantei com a dificuldade habitual, mas quando fui dar o primeiro passo, caí. Não senti as pernas e foi como se eu tivesse "desligado" por alguns segundos. Quando "voltei", estava caída sobre o andador e tive muito trabalho para me levantar. Na hora do tombo não sente-se dor, mas no dia seguinte... Levantei hoje toda dura e dolorida e fiz o mínimo pela casa. Pretendia fazer algumas coisas, mas está difícil e dolorido levantar e andar. O andador ficou meio torto, mas ainda ajuda muito no meu caminhar. Fiz café e cuidei dos gatos e paguei algumas contas; adeus dinheiro. Dinheiro de pobre é igual a romance proibido: a gente conta as horas para ver, quando se vê é naquela correria e depois tem esperar mais um temão para se ver de novo. Ser pobre é duro! Faz uma tarde tão bonita. Um amigo me perguntou qual será a primeira coisa que vou fazer quando eu ficar boa: "Vou ver o mar". Preciso cuidar das minhas orquídeas. É isso.
Sol, chuva, vento frio. Dia meio chato e triste. Mais uma noite mal dormida e tudo devido ao fluxo, baile funk, e à uma sinusite/rinite/alergia. Passei a noite espirrando, com os olhos lacrimejantes e irritados. Levantei cedo e fui para a sala; liguei a TV e assisti aos telejornais. Começa o Mais Você e Ana Maria Braga entrevista os babacas do BBB; desliguei a TV. Lixo não! Levantei, cuidei dos gatos e fiz meu café. Fui lá fora para colocar a comida e a água dos bichos de rua e encontro inúmeros folhetos e panfletos de pizzarias, restaurantes, churrascaria e até comida japonesa e chinesa. Peguei todos e me assustei com os altos preços cobrados. Um prato com picanha custando quase noventa reais?! Quanto custa o quilo da carne? Semana passada, a Páscoa, foi a semana do peixe e eu gosto muito, principalmente de bacalhau e sardinha. Abusei do chocolate e refrigerante e fiquei meio mal. Hiper, mega, power, plus glicemia. Está tudo bem agora. Anoitece. Chove. Vento frio. Mais um dia tristonho. É isso.
Estou cansada hoje também. Trabalhei bastante e ajudei à diarista, do meu jeito, claro. Ela ficou limpando a casa e lavei roupas. Deixei acumular para poder lavar tudo junto e assim contribuir para com a economia da água. Outro motivo é que tenho dificuldade para estender as roupas no varal e quase sempre caio. A diarista consertou os varais quebrados, trocou a lâmpada do banheiro e me ajudou a estender as roupas. O dia foi produtivo. Ela fez coisas bobas e simples que antes eu fazia sem problemas. Pedi para ela esvaziar o armário da cozinha e limpá-lo; junta tanta poeira e tanto prato. Para quê uma pessoa precisa de tanto prato?! E nem são os que eu gosto; quero muito ter o aparelho de jantar "paisagem inglesa", pintados na cor azul. Lindos. Preciso também de uma forma de pudim, aquela com furo no meio, a que tenho está toda ferradinha. Ainda plantei a folhagem vermelha que ganhei de aniversário de um amigo da família. Um rapaz meigo e delicado; muito bacana. Podei outras plantas, reguei todas. A diarista terminou o serviço e foi embora e eu resolvi tomar um banho quente para aliviar o inchaço das pernas e pés; abusei do meu corpinho acromegálico que se cansa muito facilmente. Depois do banho senti muito sono e dei uma cochilada no sofá. Assistia à reprise do Mais Você, e, como sempre, adormeci ao som da voz monótona da Ana Maria Braga. Acordei meia hora depois e estava com fome; comi arroz e feijão, a combinação perfeita. Ovo frito e farofa. Adoro comida simples e com sustança. Fiz mousse de morango e amanhã vou levantar mais cedo para decidir o que vou fazer para o almoço de Páscoa na casa da minha irmã. Tudo dá trabalho e a mobilidade reduzida atrapalha mais ainda. Me canso fácil, as dores vêm com tudo, mas mesmo assim eu não me entrego. É chato ficar "de cara pra cima", como dizia mamãe. Quero tanto voltar ao normal; no sentido físico, porque normal normal mesmo eu nunca fui. Graças a Deus. É isso.
Fui à perícia médica hoje e dessa vez foi no bairro de São Miguel, próximo a Guainases. Avenida Nordestina, uma homenagem aos muitos nordestinos que se instalaram na região. Ruas e avenidas estreitas, trânsito carregado, muitas lojas, escolas e muita gente. Gosto da Zona Leste. A região ainda tem aquele ar bucólico de interior, isso nos bairros mais afastados. Na parte mais nobre, Tatuapé, encontramos prédios de alto padrão, gente chique e muito luxo. Gosto da realidade simples de gente simples que sente e vive de verdade e não precisa ostentar para impressionar. Fez uma tarde quente e belíssima. O endereço do local da perícia é sempre mal informado: colocam como Avenida Nordestina, mas fica mesmo é numa travessa. O mesmo aconteceu com outros locais como na Vila Esperança e perto do Sambódromo. Por que raios não colocam o nome da rua e como referência a rua ou avenida mais importante?! Mas no fim tudo deu certo. A perícia em si foi rápida, o que demorou mesmo foi chegar e depois voltar para casa. A médica meio fria e de pouca conversa fez as questões habituais e mediu minhas pernas; a Acromegalia afina os ossos e eu já tenho artrose na coluna, joelhos, pés e mãos. Legal. Ossos mais finos e fracos e uma coluna doente são tudo o que uma pessoa outrora ativa não quer. Fico triste, brava, revoltada, mas sorrio mesmo assim. É melhor sorrir e até gargalhar. Rir de si mesmo às vezes ajuda a aliviar um pouco. Vou ficar boa. Só não sei ainda quando. Tive consulta no IAMSPE em janeiro e o retorno só foi marcado para junho e isso após eu fazer uma reclamação na Ouvidoria do hospital. É muita gente, mas meu caso evolui muito rapidamente e eu não posso me dar ao luxo de esperar tanto tempo. Bom... Vou para a cama, estou meio cansada hoje. Vontade de comer bolo de chocolate com recheio de beijinho (leite condensado cozido com coco). É isso.