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sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Avacalhação.

                                  


Gosto de observar...
Estou há três semanas trabalhando na secretaria da escola e já observei, reparei, notei e me invoquei com muita coisa.
Tem me chamado a atenção a péssima educação dos alunos e mais jovens para com as pessoas, sejam elas seus pais, professores, alunos, funcionários etc...
"Por favor, com licença, desculpe, obrigado/a" caíram em desuso e são coisas raras de se ver/ouvir.
Já falei sobre isso aqui, mas os fatos ocorridos hoje me deixaram ainda mais perplexa; explico.
Aluna do Ensino Médio passa correndo pelo guichê, olha pela brecha da porta de saída e nos diz desesperadamente: "Quem tá lá fora? É o pai do fulano? Abre aí, abre aí, quero falar com ele! É o meu sogro!"
Não sei o que me assustou mais, o tom de voz agoniado e desesperado da moça ou a sua falta de educação e grosseria.
Lamento, mas você está na escola e aqui você é aluna! Resolva seus problemas pessoais na sua casa!
Não vou transcrever o que a aluna respondeu.
Ligamos para alguns pais e mães de alunos e os convocamos para virem à escola para conversar com a direção, coordenação, professores e/ou todos citados, mas a maioria dos progenitores se estressam, dizem que têm mais o que fazer e acreditam piamente que o/a filho/a é perseguido pelo/a professor/a.
Tadinhos.
Outra coisa que me chama a atenção é a avacalhação que está o Ensino e a Educação e em todos os aspectos. Não podemos atribuir falhas e/ou culpa em apenas uma personagem, pois todos são atores nesse circo de horrores que tem se tornado a Escola, o Ensino e a Educação.
Como já falei aqui, a escola recebe jornais, livros e revistas que são ignorados pelos professores; raramente alguém os lê e quando o faz, olham apenas o caderno com o horóscopo e tirinhas. A desculpa clássica é: Não tenho tempo pra ler.
Tá.
Devo ligar para alguns pais de alunos para que venham conversar com os professores; leio antes a ocorrência escrita pelos colegas para poder me inteirar do assunto e responder às possíveis perguntas iniciais e fiquei perplexa com o que li:
"As alunas saiu (saíram) da sala sem falar com o professor... A aluna não respeito (respeitou) o professor".
Um professor escrevendo assim, como se fala?!
Corrigi o texto antes de ligar.
Vivo falando e escrevendo sobre a destruição da Língua Portuguesa. Sim, destruição. O que estão fazendo com a bela língua latina é um crime!
Já me chamaram de radical, chata, implicante e outras coisas. Já falaram que eu fico com a cara enfiada em livros e por isso implico com quem fala "errado" etc...
Não tem falar errado, têm-se marcas de oralidade e devemos respeitar isso, mas deve-se pelo menos escrever de forma correta, e ainda mais para um professor. Não é ser radical demais, é?
Outra avacalhação que vejo muito, desculpem o termo, é a falta excessiva de professores; hoje mesmo faltaram 10 (dez) professores e os alunos do Ensino Médio foram dispensados mais cedo enquanto os do Ensino Fundamental ficam zanzando pelos corredores.
Ontem mesmo uma professora ligou dizendo que não iria à escola porque iria fazer exames e hoje a mesma dita cuja ligou dizendo que iria ao enterro de um parente.
Todos temos problemas e faltar uma vez ou outra no trabalho é normal, mas isso tem se tornado prática corriqueira nas escolas, e não só na minha.
Sou "véia", sou do tempo em que havia respeito, responsabilidade, comprometimento...
No meu tempo de escola nós rezávamos para que algum professor faltasse e assim teríamos aula vaga e iríamos para a quadra jogar vôlei, hoje vejo as inspetoras e coordenadores se descabelando e pedindo pelo amor de Deus para ligar para os professores eventuais e pedir que venham para a escola o mais rápido possível!
Está tudo largado, abandonado, ao Deus dará, um caos. Infelizmente.
É aquela coisa: quando sai-se de um regime ou sistema mais rigoroso e muda-se drasticamente para algo exatamente oposto, ocorre um deslumbramento e, por consequência, uma avacalhação. Fica-se perdido com o excesso repentino de liberdade e descomprometimento e isso não é bom.
Liberdade demais é prejudicial.
Rigor demais é prejudicial.
Tem que haver um equilíbrio ou a vaca vai pro brejo. Aí avacalhou geral.
É isso.


                                       



quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Ladrões de Bicicleta

                                      



A violência é crescente e preocupante nas grandes cidades e até no interior.
A "moda" agora é ladrão de bicicleta. Não o ladrão que "apenas" rouba bicicletas, mas que usa a bicicleta como meio de transporte para efetuar seus delitos.
A maioria desses ladrões de bicicleta é de jovens e adolescentes; geralmente menores de idade, porque sabem que a lei os protege.
Há cerca de um ano sofri uma tentativa de assalto e os dois moleques conseguiram "apenas" arrancar a maçaneta da porta do carro. Paguei em torno de cem reais para ter o concerto feito. Para quem devo mandar a conta? Para os defensores dos "de menor"?
Pretendia lavar a garagem, mas não tem vaga na rua para estacionar o carro. Ia deixar o carro sobre a calçada até terminar o serviço, mas a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), está na rua e adjacências controlando os caminhões folgados que estacionam na contra mão, param em frente às garagens das casas, bloqueiam a visão da rua etc...
Isso vai durar só até a hora em que o "marronzinho" estiver nas imediações, assim que virar as costas o oba oba de caminhões volta.
Fui até a papelaria e, como sempre faço, paro o carro na rua estreita e desço para abrir o portão da garagem. A rua é pequena, estreita e de mão dupla e toda vez que volto para casa sou obrigada a ocasionar um pequeno congestionamento duplo. Alguns motoristas mais educadinhos esperam eu guardar o carro, outros buzinam e querem passar a qualquer custo. Por onde? Só se for por cima! Será que os carros deles têm propulsão a jato?!
Desço e abro o portão; volto para o carro e vejo dois jovens de bicicleta que intimidam suas vítimas pelo olhar. Fazer cara, gestos, expressões e olhar de mau é a primeira tática para assustar as potenciais vítimas.
Fechei rapidamente o portão e voltei para o carro; olhei para o "marronzinho" do CET, que entendeu a situação, e dei uma volta. Os pobres, inocentes e adoráveis "de menor" passaram a mil em suas bicicletas. Os caras deveriam participar de competições de ciclismo; vai pedalar rápido assim no inferno!
Dei uma volta, olhei bem e só então desci de novo para abrir o portão.
Guardei rapidamente o carro e tranquei o portão.
O susto e o nervoso desconcertam a gente.
Não levarei multa por deixar o carro sobre a calçada, não serei assaltada por esses ladrões de bicicleta e não lavarei a garagem, por enquanto.
Os vagabundos foram embora, mas ninguém garante que não voltem mais tarde para "filmar" o movimento.
A violência está à solta não só em São Paulo e quando nos tira o sagrado direito de ir e vir, aí a coisa complica ainda mais.
Ainda tem gente que me chama de radical e que acredita em medidas socioeducativas para educar e inserir esses vagabundos na Sociedade.
Nas festas de fim de ano centenas de presos foram soltos para poder passar as festas com a família e a grande maioria cometeu crimes apenas horas depois de estarem em liberdade! O crime corre no sangue desses m...
Desculpem o radicalismo e não me envergonho de assumir o que penso, mas bandido bom é bandido morto!
Pronto, falei!
Não se tem nem o singelo direito de ir e vir e nem de lavar a própria garagem em paz?!
Que @#$%! de país é esse?!
É isso.


                                               

                                      


quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Pássaro Preto

                               



Sempre vou à costureira levar roupas para ela arrumar e enquanto aguardo ser atendida, brinco com seu simpático e inteligente pássaro preto.
Ela tem um canário também.
Amo animais e detesto vê-los em jaulas e gaiolas, em circos e em rodeios.
Execro toda forma de abuso animal, mesmo eles estando confortavelmente instalados nas aparentemente inocentes gaiolas e nos violentos rodeios.
Muita gente diz que rodeio é esporte, mas eu nunca vi um atleta com a genitália amarrada ao praticar sua modalidade esportiva! Por que bois e cavalos têm que passar por essa humilhação, dor e violência?
Bom...
Mas eu falava sobre o pássaro preto da costureira.
Assim que caminho pela garagem e entro na casa ouço uma espécie de chamado escandaloso, era o pássaro preto. Ele pulava pra lá e pra cá, abria as asas, cantava lindamente e se aproximava da grade para me chamar.
Me aproximei, falei carinhosamente com ele e fiz-lhe carinho. O pássaro deitou-se no chão da gaiola e virou a cabecinha para que lhe fizesse carinho.
Dei-lhe muito carinho, muita atenção e muito amor e enquanto caminhava meus dedos longos por sua cabeça lindamente negra, ele fechava os olhos e relaxava.
Disse-lhe em pensamento: "Dorme. Sonha com tua liberdade em campos verdes".
Fiquei assim um bom tempo enquanto aguardava uma mulher chata, mão de vaca e fraca das ideia discutir o preço de um vestido de festa que deveria ser feito pela costureira. A doida queria pagar a enorme quantia de cinquenta reais pelo vestido de festa! Isso não paga nem a linha!
E ainda queria desconto!
Como mamãe dizia, tem muita gente que é besta ou se faz de besta nesse mundo.
A infame foi embora, graças a Deus.
Finalmente pude dizer o queria, fazer a barra das calças da minha sobrinha Beatriz, coisa de alguns minutos. Ufa!
Fiquei mais um pouco com meu amigo alado e entendi o que ele queria e ele sabia que eu o entenderia e podia confiar em mim.
Contei isso para minha irmã Rosi que só fazia "hum..." enquanto me ouvia. Ela diz que sou maluca e se o for, não me envergonho disso. Sou maluca beleza, uma maluca do bem, graças a Deus.
O Homem, o bicho homem, se acha muito sabido e dono da verdade e alguns muitos doutores da espécie dizem que animais são estúpidos; só comem, defecam, dormem e procriam. Conheço bicho gente que adora fazer isso, mas ainda não procriou, louvado seja Deus Nosso Senhor Jesus Cristo. Amém.
Bom...
Pássaros têm cérebros pequenos e por isso seriam estúpidos, pouco inteligentes, incapazes de pensar e toda essa baboseira de verdade absoluta.
Discordo.
Quando estou zanzando pela casa fazendo alguma coisa e Boreal não me vê, fica miando desesperadamente e me procurando e quando me acha, me olha com seus olhinhos de alívio e alegria.
Quando paro as artes domésticas e me sento para escrever, ler ou ver TV, ele e os outros se aconchegam perto de mim.
Quando saio de casa e volto algumas horas depois, estão todos me esperando atrás da porta, e se trago sacolas de compras já sabem que ali tem alguma coisa gostosa para eles. 
Os peixes sobem à superfície da água dos aquários improvisados ou nadam para perto da posição em que estou em relação a eles, sabem que vou dar-lhes comida.
Se animais fossem estúpidos, atenderiam ao nosso chamado quando os chamamos por nomes que nós mesmos lhes demos?!
Saberiam quando estamos chegando em casa e correm todos para detrás da porta?
Brigariam por atenção e carinho?
Pediram comida? Olhariam para geladeira e para mim quando quisessem tomar seu leitinho antes de dormir? Como sabem que é na geladeira que está o leite sagrado de cada dia?
Comportamento repetido? Instinto?
Animais não são robôs, são vidas inteligentes que sentem medo, tristeza, alegria e confiança naquele/a que cuida bem deles.
A reação do pássaro preto ao me ver foi inesperada e bonita.
A comunicação entre o pássaro e eu foi inteira e entendemos o que o outro queria.
Tudo nesse mundo velho de meu Deus está conectado e nada nem ninguém está totalmente só.
Enfureço-me quando vejo ou sei de pessoas super-hiper-mega-power-plus religiosas e que não saem da igreja, mas maltratada animais. Leia a Bíblia, abestado/a e lá está que Deus criou todas as coisas, inclusive os animais.
Fiquei e ainda estou meio aturdida com a reação do pássaro preto ao me ver e   estou feliz por proporcionar alguma alegria e liberdade àquela criatura tão linda, mas que vive presa em uma gaiola triste.
Se pudesse o compraria, mas ninguém quer vendê-lo. Duvido que se eu chegasse com uma boa grana os donos deles não o venderiam para mim!
Dinheiro compra tudo, até mesmo pássaros pretos lindos, inteligentes e superiores à essa gentalha que os prende em gaiolas.
O que Deus estava pensando no dia em que criou esse animal bestial a quem deu o nome de Homem?!
É isso.


                     

                                      






sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Alívio

                                  

Tive um sonho tão bom, meu Deus.
Tenho tido problemas de saúde, pessoais, animais, familiares e outros, graças a Deus.
Mas eu sempre lembro do que dizia mamãe: "Deus não desampara os filhos Dele".
Tenho aperreado os ouvidos divinos e celestiais com minhas preocupações, cismas, inseguranças, tristeza...
Eu sei que tem gente em situação difícil, mas não peço só por mim, peço pelos meus gatos inocentes, adorados, mimados, inteligentes e terríveis.
Tive mais uma noite de insônia; desliguei a TV que estava muito chata e só falava sobre o fim do mundo. O chato e ruim dos programas televisivos é que pegam um assunto e remoem até não dar mais. Saco!
Abri a janela do quarto para ventilar, fazia um calor do caramba.
Comecei a ler o livro "Diário de um Banana - Rodrick é o cara". É um livro muito bacana, direcionado ao público infanto juvenil, de fácil e agradável leitura.
Acho que sou suspeita para falar de livros.
Aliás, vi uma árvore de natal feita com livros. Queria tanto fazer, tenho tantos livros, mas meu talento artístico é zero.
Bom...
Mas eu falava sobre meu sonho bom.
Caminhava pelas ruas do bairro; ruas tranquilas, vazias, arborizadas, casas com jardins floridos e uma sensação imensa de paz, liberdade e alívio do peso que machuca meus ombros, minha alma, minha paz.
Caminhava pelo enorme terreno onde ficavam os cavalos a correr em liberdade.
Permita Deus que esse sonho se realize.
Amém.




quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Chão

                                                

Coloquei uma cadeira lá fora para me sentar e observar minhas plantas.
Fica um contraste bonito, o verde das plantas contra o branco da parede.
Algumas flores desabrocham e as flores vermelhas que tenho atraem beija-flores , é o que dizem os entendidos.
Mas com essa minha gataiada não tem beija-flor ou outro passarinho que resista!
Eles ficam ouriçados e querem porque querem que eu os ajude a pegar os bem-te-vi e maritacas que pousam no muro alto da nossa casa. Só se eu voasse. E mesmo que pudesse, eu jamais faria mal a criatura nenhuma.
Hoje o fim de tarde foi lindíssimo; a luz tinha um dourado onírico, diferente e lindo.
Acho que estou lendo muita poesia.
Bom,
Sentei-me na cadeira e tirei os chinelos, pés no chão.
Chão de terra, chão simples.
Os pisos modernos são gelados e fazem doer as juntas.
Pés no chão, Morena Rosa no colo, olhar no céu, na luz do fim de tarde, nas plantas.
Lembro do chão de terra vermelha, da poeira, dos ventos fazendo redemoinhos, brincando entre as folhagens das plantas e anunciando a chuva. A tão esperada chuva.
O cheiro de terra molhada, o cheiro do café forte e delicioso de Mãevelha, o cheiro do mel de engenho com farinha no prato de meu Paipreto, o cheiro dos temperos de mamãe, o cheiro de saudade.
Cheiro de chão. Pés no chão e cabeça ao vento.
Despir-se da normalidade e vestir-se de liberdade é bom às vezes.
É isso.






                               



segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Barulho, Educação & Maracujá

Tentava dormir e não conseguia. Levantei e preparei um suco de maracujá; com a fruta mesmo,não gosto muito de sucos químicos.
Enquanto aguardava o efeito calmante do maracujá, concluía a leitura de "Relato de um náufrago" de Gabriel Garcia Marquez.
O sono se aproxima e quando finalmente começo a enveredar pelo mundo diáfano dos sonhos, eis que chega o vizinho como o som ligado em altíssimo volume e tocando música de péssima qualidade. É aquele tipo de música monótona, chata, repetitva; ouviu uma ouviu todas.
Enquanto toca a música de gosto duvidoso, o vizinho conversa com algumas pessoas como se estivesse em uma reunião de família num domingo à tarde.
Era domingo, só que era 1 hora da manhã!
Vivemos na sociedade do barulho e da falta de educação. Lembro que há uns vinte anos não vivíamos com tanto barulho. Lá pelas 22hs só se ouvia o apito do guarda noturno. Era praxe, acabava o Fantástico e todos íamos para a cama. Nós e os vizinhos!
Hoje não. As pessoas perderam o bom senso, o respeito e a educação. Ligam seus aparelhos de som em qualquer lugar, qualquer hora, qualquer ocasião. Agradeço a boa vontade dessas pessoas barulhentas em dividir conosco seu gosto musical. Agradeço, mas é NÃO, OBRIGADA!
Outros vizinhos discutem de madrugada; brigam com os filhos, xingam, falam palavrões e no dia seguinte não têm o menor pudor em nos cumprimentar e agir como se nada tivesse acontecido. Cadê a vergonha?
Será que as pessoas perderam o medo e a vergonha de se expor ao rídiculo? Será que gostam mesmo de chamar a atenção? De se exibir?  Por quê?
Parece-me que a Sociedade desatou-se das amarras impostas pela religião, política, cultura etc... e não sabe o que fazer com o excesso de liberdade recém adquirida.
Liberdade demais, educação de menos. Mete-se os pés pelas mãos.
Parece que essa liberdade toda é uma forma de a sociedade dizer: "Problema seu!". Mas se vivemos em sociedade o problema é nosso, é de todos!