segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Ameixa

                                     



Dor de cabeça chata que se arrasta por algumas semanas. 
Fui para a cama às onze da noite, tomei os remédios e consegui adormecer; aleluia!
Acordo às três e meia da manhã com a cabeça latejando; viro pra lá e pra cá numa tentativa inútil de encontrar uma posição confortável para meu corpo e cabeça, difícil.
Fecho os olhos, peço a Deus e ao Povo lá de Cima que tirem essas dores de mim, que tirem esse cansaço besta, esse desânimo, essa certa melancolia.
Uma coisa fofa, macia e ronronante deita-se ao meu lado e pede carinho; meu Léo Caramelo, meu menino bonito.
Deslizei meus dedos nos pelos macios de Léo, beijei sua cabeça grande de leopardo das neves e assim ficamos por algum tempo. A dor dissipava-se aos poucos, graças a Deus.
Em seguida escuto correria, coisas derrubadas, miados fininhos, unhas enfiadas no colchão e uma fila indiana formada por quatro filhotinhos fofos e arteiros e a mãe atenciosa e coruja.
Todos parecem saber que não estou muito bem.
Me levanto e o dia ainda está escuro. 
Tomo água, alimento a gataiada que se recusa a comer a ração molhada que estava na geladeira, querem uma ração nova e em temperatura ambiente. Abro uma nova lata, não encontrei os práticos sachês e o jeito foi trazer algumas latas de ração molhada, e alimento meus exigentes felinos. Se minha avó Mãevelha estivesse aqui, diria: "Oxe, e onde já se viu gato de pobre com tanto luxo? Vôte!".
Vou para a sala, ligo a TV, zapeio pelos canais: Telecurso, Animal Planet, Pequenas Misses, O Vestido Ideal, Cake Boss, telejornais.
Odiei as mães das pequenas misses; mães frustradas que obrigam as filhas de dois anos de idade a fazer caras e bocas para ganhar um concurso estúpido. Crianças maquiadas, cansadas, estressadas. 
Mães infantiloides, debiloides, frustradas.
Mudei de canal e começa o telejornal; em seguida entra a voz enfadonha de Ana Maria Braga e adormeço.
Acho que vou gravar um CD com a voz dela e ouvir quando eu tiver minhas ubíquas noites de insônia. 
Acordei uma hora depois; Ébano Nêgo Lindo deitado ao meu lado, envolto em meus braços, patinhas sobre minhas mãos.
Levantei, arrumei o quintal, preparei algo para comer: granola com iogurte de soja. 
Estou com vontade de comer bolo de coco com recheio de ameixa seca que vi num desses programas de culinária; acho que vou fazer.
Detesto noites de insônia, detesto sono interrompido. A gente fica meio mole e sem ânimo o dia todo.
A dor foi embora e tomara Deus que não volte.
E permita Deus que eu não precise mais voltar aos hospitais.
Saúde é o que desejo ter em 2014 e em todos os anos de minha vida.
Amem.
Vou fazer um café forte e doce na medida. Dever ser isso: síndrome de abstinência.
Não dá para ficar sem café.
É isso.











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