quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Talqualmente

                                


Caí duas vezes essa semana: segunda-feira à noite e terça de manhã.
Tenho pequenas escoriações e manchas no corpo devido às quedas.
Levantei cedo, como sempre, e quando fiquei de pé, não senti minhas pernas; compressão na medula.
Tive dificuldade para me levantar e quando consegui, me deitei para poder me recuperar do esforço. Para mim é um grande esforço.
Fiquei dolorida e a gataiada me olhava tentando entender o que estava acontecendo; decidi ficar na cama. 
Liguei para a escola e avisei que não iria; eu não tinha condições de tirar carro da garagem, descer para fechar o portão, dirigir, trabalhar...
Eu me preocupando tanto e a escola com funcionários espertos, cínicos, cara de pau mesmo.
Todo mundo tem um achaque, um "Ai, não estou bem hoje", outro "Acho que vou tirar uma licença" e por aí vai.
Trabalho com dificuldade, ando com dificuldade, tenho dores fortes e estou bem entrevada, mas trabalho.
Não sei se essa responsabilidade, seriedade e dever de obrigação vem da minha criação e do meu caráter nato ou se estou vivendo em uma época diferente.
Já falei sobre o assunto aqui, mas volto a ele.
Estamos sobrecarregados de trabalho e estamos acumulando funções: vice diretor, coordenador, as meninas da cozinha, as meninas da limpeza... todos nós.
A professora sonsa reclamava para a amiga e colega, "talqualmente" sonsa, que está trabalhando muito e preferia ficar trancada na sala dos livros tirando um bom cochilo. O coordenador pediu para que ficasse na secretaria e por isso ela reclamou. Trabalhar ninguém quer.
A "especial", que é muito da esperta, machucou o dedo no portão e simplesmente largou o serviço e foi ao hospital do bairro para fazer um curativo. Ela faz o que quer, como quer e quando quer, valendo-se do fato de ser especial. OK. Esperta como é, já tirou licença e ligou hoje cedo para encher a paciência. Capaz que vou subir aquela escadaria toda só para chamar quem ela quer e ainda correr o risco certo de ser derrubada pelos alunos. Capaz!
Outra sonsa e esperta liga todos os dias para perguntar tolices e para falar com alguém da coordenação ou direção; pensa que não temos mais o que fazer. Para variar, está afastada de novo.
Como esse povo consegue tão fácil? Tem que dar para alguém?! (me desculpem). Tem que ter uma cara boa? Tem que ter ou fazer o quê, pelo amor de Deus?! Laudos e exames mostrando uma doença rara e perigosa não são suficientes? Minha própria aparência acromegálica e meu caminhar doloroso já mostram que não preciso mentir quando digo que tenho dores e não estou bem.
Raras foram as vezes em que fui atendida e examinada por um médico perito que fosse educado. Sempre sou vítima de um pré julgamento preconceituoso e injusto e só depois de acessar minhas informações é que esses médicos grosseiros amenizam na estupidez. Pelo amor de Deus!
Essas pessoas mencionadas vivem tirando licença facilmente e quem precisa mesmo só se lasca.
Estou me segurando para não tirar uma licença só para não ter que fazer a perícia médica. Não é fácil andar e viver com dores que entrevam e dificultam muito a vida.
Continuo na próxima postagem...




                                    

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