sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

São Paulo, 459 anos

                               


Hoje, 25 de janeiro, é aniversário de São Paulo, do Mercadão e da Galeria do Rock.
São Paulo está sempre de braços abertos para receber mais gente em sua casa.
Feliz Aniversário, meu Santo São Paulo.


                              

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Escrever mais

                             


Eu ia escrever mais, mas não me sinto bem.
Quero voltar à minha velha fórmula e escrever de quatro a sete postagens por dia, mas por enquanto, escrevo uma só.
Estou brutalmente cansada e dolorida.
Amanhã é outro dia.
É isso.

                              

                          

Consideração

Branca em cima do carro
                    

Estava me preparando para sair, não queria muito, mas precisava sair por livre e espontânea pressão. Conheço pessoas que ignoram os problemas dos outros e os problemas delas são sempre maiores que os do resto da humanidade.
Me arrumava lentamente quando Branca Maria pula na cama e senta-se ao meu lado. Branca mia, me toca com sua patinha como se quisesse que eu desse atenção e ouvisse o que ela tinha a me dizer.
Em cada cômodo da casa que eu fosse, ela ia atrás. Fui lá fora para tirar a roupa do varal e Branca vai atrás de mim; senta-se em cima da máquina de lavar e me chama com seus belos e pálidos olhos azuis. Me toca com patinha para que eu volte e mia diferente, ela queria dizer alguma coisa. 
Voltei para casa e calçava o tênis e Branca sempre ao meu lado tentando chamar a minha atenção. Olhei para ela e disse: "Está bem, Branca, não vou mais. Obrigada pelo conselho".
Não fui. Fiquei em casa, tomei o remédio para aliviar essa dor infame e me deitei no sofá para assistir Criminal Minds.
Branca se aproxima de mim e abaixa a cabeça que é para eu beijar.
Beijei.
Foi a melhor coisa que fiz. Ouvi Branca, fiquei em casa e descansei das dores e das tonturas.
Tem gente que não tem sentimentos nem consideração por ninguém; meus gatos têm.
É isso.

Branca em cima da máquina de lavar


quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Pedro Pepê

                                   


Hoje é o aniversário do meu cunhado Pedro, o Pepê.
Pepê é um cara bacana, inteligente, alegre, bom caráter e alguém em que se pode contar e confiar quando o bicho pega.
Fiz um bolo de coco para ele, aliás, coco é uma das coisas que Pepê mais gosta.
Acho que o bolo ficou bom, eu fiz com muito carinho, e em cada colherada de ingrediente, pedi a Deus que olhasse por meu cunhado e lhe fizesse a vida mais tranquila. O cabra já trabalhou muito e merece descanso de toda essa loucura da vida sempre corrida desse meu Santo São Paulo.
Pedi a Deus que o bolo fosse como um remédio bom, e a cada pedaço comido,  uma cura para nossos males. 
Que nos seja dado aquilo que precisamos e não aquilo que queremos. 
Tem diferença sim.
Que seja dado ao meu cunhado Pepê o que ele precisa e que sua vida seja boa, meu Deus.
Amém.

                                

Boreal

Barriguinha cheia
Boreal
                           

Sábado passado escuto a cachorra do vizinho latir muito e quando ela para um pouco, ouço um miado fraquinho, amedrontado e que pedia ajuda.
A princípio pensei que a cachorra latia por causa da molecada que joga bola na rua e que o miado do gato vinha da casa do outro vizinho, que tem gatinhos. Ignorei.
Dali a pouco toca a campainha e é o vizinho dono da cachorra, que me chama enquanto segura um gatinho pequeno, magro, pele e osso, miando muito e em pânico. Tadinho.
Algum nojento, criminoso cruel e malvado largou o gatinho na calçada e atemorizado, o pobrezinho entrou na primeira garagem que viu. Entrou na garagem do vizinho e se escondeu atrás de umas caixas que ele deixa lá.
A cachorra ficou doida e latia muito. O vizinho resolveu verificar e encontrou o pobre felino encolhidinho num canto atrás das caixas.
Ele entregou-me o gatinho, que estava faminto; dei-lhe ração, água e leite e o bichano provou de tudo um pouco. Em menos de uma semana dobrou de peso e está lindo, forte e saudável, graças a Deus.
Dei-lhe o nome de Boreal, em homenagem à minha terrível Aurora. Ele se parece muito com ela, exceto pelas patinhas brancas, que o faz parecer que está usando meias e luvas.
Assistia ao programa ABC Felino do Canal Animal Planet e aprendi que minha Aurora é da raça Seringuete. Essa raça de gatos é muito inteligente, gosta de pular nas costas do dono e adora passear de carro, igualzinho minha felina terrível e favorita.
Dei ao novo felino o nome de Boreal em homenagem a Aurora.
Na Mitologia Romana, Aurora é a deusa do amanhecer e Bóreas é seu filho, o Vento Norte.
Boreal, lembra da Aurora Boreal?
Boreal é o oitavo felino a me adotar. Sei que pode ser exagero, mas o que eu deveria fazer? Largar o gatinho na rua?
Não. Nunca. Tem muita gente ruim nesse mundo véio marvado de meu Deus.
Não posso salvar todos os animais do planeta, mas salvo os que posso.
E sonho em um dia ter meu próprio abrigo para animais abandonados, maltratados e abusados pela pior espécie de animal que tem na Terra, o bicho Homem.
Quisera eu, meu Deus, que todos os bichos do mundo tivessem o cuidado, o respeito e o amor que eu tenho pelos meus. Amém.
Gente? Gente pode trabalhar, gente tem bolsa alguma coisa, gente pode se virar, bicho não.
É isso.


Charmoso
Ainda tímido
                                 

                               


Remédios e Efeitos Colaterais

                               


Tomo muito remédio. Não gosto, mas preciso.
É remédio para controle da hipertensão, remédio para o estômago, para controle da Acromegalia e para controle da Artrose e as dores e entrevamento que ela provoca.
Já não gosto de comer de manhã, raramente como de manhã e agora com esse monte de remédio, aí é que a fome vai embora mesmo.
O ortopedista receitou um remédio caro que necessita de receita com duas vias e mostrar documento para que seja vendido ao paciente/consumidor.
O remédio é indicado para dores neuropáticas e tem efeitos colaterais ruins, como tontura, náusea e vômito. É horrível, sinto-me derrubada, cansada, como se arrastasse um peso amarrado ao meu corpo, principalmente pernas e coluna.
Estou endurecida, entrevada e dolorida.
Com esses sintomas e dores fortes que tenho apresentado, perdi o apetite e até emagreci uns dois ou três quilos nessas mais recentes duas semanas passadas. Não gosto de dizer última semana, última isso, última aquilo. Nada é último, não morri ainda e vou durar muito, se Deus quiser.
O emagrecimento é bom e é necessário manter um peso equilibrado, pois o peso extra sobre as pernas só pioraria as dores e o movimento e prejudicaria o restante do corpo.
Não sei. Não sou alegre nem triste, estou cansada, muito cansada. 
Mas eu acredito que dias melhore virão.
Pelo amor de Deus!
É isso.
                                
                               


segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Vidas Passadas - Revistas

                        



Fui à padaria e passei em frente a uma banca de jornal. Entre as muitas opções de leitura vejo que tem um grande número de revistas que trazem simpatias para o amor, para a sorte, dinheiro, saúde etc... Outras falam sobre as novelas, outras trazem receitas milagrosas que deixam um comilona gorducha com corpinho de modelo e outras maluquices.
Muitas outras sobre pseudo celebridades e bandas de meninos de calças justas, afrescalhados e cabelos arrepiados.
Se isso tudo isso fosse verdade e funcionasse não teria pobre, doente, encalhado, obeso e todo mundo seria feliz.
Mas gostei de umas revistas que falavam sobre vidas passadas e reparei que todo mundo um dia em alguma encarnação foi rei, princesa, guerreiro, nobre e outras bobagens. Percebi que todo mundo foi alguma coisa muito importante, ninguém foi pobre, bandido, pé rapado, pagador de aluguel etc...
Sei lá.
As pessoas gostam de se iludir e se acham sempre muito importantes.
É isso.

                                   

Atribuição

                               



Fui à escola hoje para a atribuição de aulas de 2013.
Encontrei antigos e novos colegas. Alguns me cumprimentaram, perguntaram como eu estou e se volto para a escola esse ano.
Outros colegas me ignoraram, como uma das duas amigas inseparáveis e que se julgam donas da escola.
Uma professora me olhou como se eu fosse nojenta ou tivesse uma doença contagiosa e uma outra, que tem um rei na barriga, levou o filho junto e o moleque cochichava no ouvido dela e segurava sua cabeça para fazer com que a mãe olhasse para mim: "Mãe, essa moça parece homem".
Por ser professora e trabalhar na e com a Educação, a postura dessa colega deixou a desejar. 
Mas como disse o diretor da primeira escola em que trabalhei: "Liga o f... e seja feliz!".
E tanto na chegada como na saída, fui objeto dos olhares de dúvida de pais e mães de alunos que lá estavam para fazer a matrícula de seus doces pimpolhos.
Ficamos das onze horas da manhã até quase as três da tarde fazendo atribuição, escolhendo turmas, organizando os horários e falando sobre as classes especiais que teremos. São alunos com dificuldade de leitura, escrita e interpretação de texto, mas têm também aqueles espertos no meio da turma que são bobinhos para estudar, mas são excelentes para fazer bagunça, desrespeitar o professor e usar sua parafernália eletrônica em sala de aula.
É mais ou menos o que papai falava: "Se faz de morto para ..."
Adorei pisar em solo tão querido, apesar da arrogância de alguns.
Causou-me dores e entrevamento o sentar e levantar das baixas carteiras dos alunos. Senti na pele, e nos meus ossos,  que realmente não dá mais. Infelizmente.
São muitas turmas, muitas aulas, três pisos para subir e descer entre as trocas de professores. Eu não tenho mais saúde para isso. Fico triste.
As aulas iniciarão em primeiro de fevereiro e eu queria tanto ver minha turminha das quintas e sextas que agora estão nas sétimas e oitavas séries.
Não fosse essa dor maldita e esse entrevamento, eu voltaria. Com todos os problemas, com todo o stress, tempo curto e cobrança do coordenador pelas notas e faltas dos alunos, eu trocaria tudo isso por minha saúde de volta.
Veremos.
É isso.

                                   

domingo, 20 de janeiro de 2013

Deus

                             


Era 2004 e nossas aulas do Curso de Letras iniciavam-se. Não conhecíamos ninguém, tudo e todos eram novos para nós.
Aos poucos a sala de aula fica cheia e ainda não temos amizades, apenas dizemos "Boa noite" quando chegamos.
Como boa CDF, sento-me nas primeiras carteiras e a turma do fundão instala-se no lugar de praxe para suas idiotices, para atrapalhar as aulas e a atenção de quem realmente quer estudar.
Um dia me arretei com a infantilidade estúpida de adultos que estavam ali para estudar e um dia ser professores,mas em vez disso, enchiam a paciência com suas tolices; me irritei e disse: "Vocês estão desperdiçando dinheiro! Vocês pagam mensalidade para não estudar?! Melhor vocês comprarem cestas básicas com esse dinheiro e ajudar a quem precisa!"
Pronto, virei a CDF chata da sala.
Os grupos e panelinhas se formam e no meu grupo de alunos mais sérios e dedicados estão minhas amigas Claudia, Marileide, Elisângela, Daniela e o maluco do Chico, que nos fazia rir com suas imitações dos professores. Era hilário.
Tenho saudades dessa época e de nossa turma de Guis, "Os Guinorantes", como nos chamava o  Chico.
Mas logo no início das aulas observo uma moça bonita que chora enquanto olha repetidas vezes para páginas com imagens e textos tirados de sites de pesquisa e vejo que trata-se de uma doença.
Eu não a conhecia e não sabia seu nome e fiquei com receio de perguntar porque ela chorava, mas tomei coragem e perguntei: "Desculpe, posso ver essas folhas?"
Ela me entregou e vi que se tratava de algo sério. Deixei que ela se acalmasse e tomasse a iniciativa de falar, eu não tinha coragem de perturbá-la em sua dor.
Ela disse que a irmã mais velha fora diagnosticada com câncer e estava no início do tratamento, as duas eram muito amigas e se davam muito bem.
Eu a confortei, disse que isso seria só uma prova pela qual a irmã dela passaria e sairia bem. Está vendo esses papeis? Tudo bobagem, sua irmã vai vencer essa batalha!
Nosso curso seguiu, a irmã teve melhoras e pioras e até engravidou de um menino lindo; chegou o fim do nosso curso e o stress e correria com estágios e TCC (trabalho de conclusão de curso). Ela engravidou e eu a ajudei com o seu TCC.
Nos formamos e seguimos nossas vidas, mas sempre mantendo contato por telefone ou por redes sociais.
Em 2009 fiz a fatídica cirurgia de remoção de adenoma (tumor) de hipófise, não deu certo e fiquei em coma. Em alguns momentos eu abria os olhos, mas não falava e demorava a reconhecer as pessoas. Mas em um dia de visita vejo uma moça bonita ao lado do meu leito e aos poucos a reconheci pela voz. Ela me deu forças, me animou, perguntou se eu me lembrava da irmã e disse que eu também sairia dessa como ela.  Minha amiga e colega de faculdade saiu da UTI chorando.
Recebi mais uma visita sua e eu estava sentada em uma poltrona ao lado do leito, me recuperava aos poucos.
Saí desse sofrimento, graças a Deus e quando estava em casa, liguei para ela para agradecer e perguntei pela irmã; estava tudo bem.
Esses dias sonhei com essa amiga e ia escrever para ela, mas fiquei naquela de depois eu faço, não fiz.
Insônia braba, levanto e decido escrever, mas antes passo pelas redes sociais e vejo uma mensagem dela, dizendo que a irmã se fora, e me oferecendo alguns remédios para dor que a irmã usava.
Fiquei muito triste e preocupada. Duas mortes recentes logo no começo do ano. A americana Tanya Angus, acromegálica como eu e a irmã da minha amiga que lutara tanto por sua vida e saúde.
Tomei hoje mais uma dose do remédio que controla essa doença infame que me consome e me rouba a liberdade e às vezes até o gosto de viver.
Dias melhores virão, meu Deus.
Deus e o Povo lá de Cima, receba essas duas moças e que elas tenham paz.
Amém.