segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Atribuição

                               



Fui à escola hoje para a atribuição de aulas de 2013.
Encontrei antigos e novos colegas. Alguns me cumprimentaram, perguntaram como eu estou e se volto para a escola esse ano.
Outros colegas me ignoraram, como uma das duas amigas inseparáveis e que se julgam donas da escola.
Uma professora me olhou como se eu fosse nojenta ou tivesse uma doença contagiosa e uma outra, que tem um rei na barriga, levou o filho junto e o moleque cochichava no ouvido dela e segurava sua cabeça para fazer com que a mãe olhasse para mim: "Mãe, essa moça parece homem".
Por ser professora e trabalhar na e com a Educação, a postura dessa colega deixou a desejar. 
Mas como disse o diretor da primeira escola em que trabalhei: "Liga o f... e seja feliz!".
E tanto na chegada como na saída, fui objeto dos olhares de dúvida de pais e mães de alunos que lá estavam para fazer a matrícula de seus doces pimpolhos.
Ficamos das onze horas da manhã até quase as três da tarde fazendo atribuição, escolhendo turmas, organizando os horários e falando sobre as classes especiais que teremos. São alunos com dificuldade de leitura, escrita e interpretação de texto, mas têm também aqueles espertos no meio da turma que são bobinhos para estudar, mas são excelentes para fazer bagunça, desrespeitar o professor e usar sua parafernália eletrônica em sala de aula.
É mais ou menos o que papai falava: "Se faz de morto para ..."
Adorei pisar em solo tão querido, apesar da arrogância de alguns.
Causou-me dores e entrevamento o sentar e levantar das baixas carteiras dos alunos. Senti na pele, e nos meus ossos,  que realmente não dá mais. Infelizmente.
São muitas turmas, muitas aulas, três pisos para subir e descer entre as trocas de professores. Eu não tenho mais saúde para isso. Fico triste.
As aulas iniciarão em primeiro de fevereiro e eu queria tanto ver minha turminha das quintas e sextas que agora estão nas sétimas e oitavas séries.
Não fosse essa dor maldita e esse entrevamento, eu voltaria. Com todos os problemas, com todo o stress, tempo curto e cobrança do coordenador pelas notas e faltas dos alunos, eu trocaria tudo isso por minha saúde de volta.
Veremos.
É isso.

                                   

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