quarta-feira, 24 de abril de 2013

Família

                                      



Eu sou observadora; gosto de observar, ouvir, reparar nos detalhes, nas entrelinhas e assim, formar uma ideia ou opinião.
Somos primeiro julgados pela aparência e como é bem sabido, as aparências enganam, e muito.
Olhamos as pessoas e as julgamos como legais, chatas, calmas, estressadas, metidas, tímidas etc...
Nos perguntamos como serão essas pessoas em suas casas, com seus filhos, cônjuges, suas famílias...
E nós temos a tendência de achar que o outro é mais organizado, que o outro tem uma família certinha, que o outro é isso ou aquilo, mas estamos enganados.
Somos todos iguais em nossas diferenças.
Todos temos família, temos pessoas bacanas e outras nem tanto em nossa família, temos problemas.
Toda família tem aquele que é pau pra toda obra, aquele que reclama de tudo, aquele que se faz de vítima coitadinha, aquele que só faz burrada e traz seus problemas para que a família resolva, aquele que toma a iniciativa e resolve tudo, porque se for esperar pelos outros... É a velha história de sempre, um empurra para o outro aquilo que não quer fazer e usa de mil desculpas e artifícios para justificar seus motivos.
Estava na sala dos professores e ouvia atentamente o que cada um deles falava sobre suas famílias e percebi aliviada que todo mundo tem problemas, todo mundo tem gente folgada e complicada em suas famílias.
Uma professora contava que o cachorro do irmão latia freneticamente enquanto a irmã falava alto debaixo da janela do quarto, a impedindo de dormir.
A mãe reclama de uma coisa, a avó de outra. A filha adolescente folgadinha, a irmã cara de pau que vai tomar café da manhã todos os dias, a sobrinha que pede para ser levada a algum lugar.
Pensei comigo: "Nossa, fulana parece tão séria e centrada, mas tem uma família tão maluca quanto a minha".
Outra professora contou que mora com a mãe porque os irmãos não podem, não têm tempo, espaço ou condições de cuidar dela. Sobrou pra quem?
É sempre assim; todo mundo é família unida até que surjam os problemas e quando surgem, junto vêm as desculpas para não ajudar, participar, resolver.
Ninguém pode fazer nada porque é ocupado com isso ou aquilo, porque tem sua própria família, porque não pode, porque não tem tempo... É uma enxurrada de desculpas e sempre acaba ficando tudo para um só resolver.
Agora, se envolver dinheiro, todo mundo participa ativamente e exige sua parte, claro.
Demos muitas risadas com as histórias contadas pela professora e percebemos que todos temos problemas, por mais que nossa aparência tente mostrar o contrário.
É isso.


                                      



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