sexta-feira, 28 de junho de 2013

Oncologia

                             


Tenho andado distraída, impaciente e indecisa...
Parafraseando Renato Russo...
Escrever é uma das minhas paixões, assim como ler, preparar guloseimas, cuidar de plantas e bichos etc...
Mas tenho escrito pouco, bem menos do que costumava escrever quando criei esse blog. Eu escrevia de cinco a sete postagens diárias e uma atrás da outra, mas agora a produção caiu e ando meio sem ânimo.
Por mais que tente parecer normal, agir com normalidade e naturalidade, lá está a Acromegalia a me lembrar que não dá. Os olhares e comentários onipresentes, onipotentes e oniscientes. A maldade humana. A tacanheza humana.
Lia textos sobre Chico Xavier e assisti a uma entrevista sua e ele menciona a Acromegalia. Assustador.
Ele diz que voltamos a esse mundo com alguma consequência ou mazela de vidas passadas. Acredito e respeito e como sempre digo, cada um na sua e respeito a tudo e a todos.
Por exemplo, pessoas que cometeram suicídio voltam com algum problema de saúde relativo à causa mortis de sua vida passada. Pessoas que se afogaram voltam com problemas respiratórios, pessoas que dispararam tiro contra a própria cabeça voltam com tumores na região e com a Acromegalia. Faz sentido.
Mais uma vez, não defendo bandeiras ou faço apologia à essa ou àquela religião, apenas relato o que acredito e respeito. 
Relatei em uma das primeiras postagens o drama, agonia e sofrimento vividos por mim durante o coma e em uma das agonias vi meu cérebro e crânio espatifados por uma bala de revólver.  Foi tão intenso e tão real. Ao meu ver, eu só tinha metade do crânio e metade do rosto e quando acordei fiz sinal para minha irmã me dar um espelho; fiquei surpresa ao ver que meu crânio e rosto estavam intactos.
Minha irmã me perguntou de onde tirei essa ideia maluca de ter apenas metade do rosto e eu apenas chorei; não podia falar, estava entubada e cheia de fios, canos e tubos enfiados pelo meu corpo.
Recebo carta da equipe Gamma-Knife do Hospital Santa Paula, onde faço a radiocirurgia neurológica, e sou informada sobre alterações no atendimento. 
Há um novo Instituto de Oncologia que contará com os serviços de quimioterapia e radioterapia; que bom.
O Hospital Santa Paula tem ótimos médicos e o atendimento é muito humano e respeitador, bem ao contrário de muitos açougues que carregam o nome de hospital.
Mas uma coisa boba me incomodou: o termo "oncologia" no envelope endereçado a mim. Instituto de Oncologia Santa Paula.
Bobagem minha, é apenas um nome, um termo, uma palavra. 
Oncologia, cancro, câncer.
É um nome que assusta, que carrega uma carga pesada, um fardo doloroso, um peso quase insustentável.
Sempre carregamos nossa cruz, por mais pesada que nos pareça ser e por mais leve que nos pareça ser a cruz do outro.
Carrego minha cruz, meu fardo, meu peso. 
Um dia esse peso será mais leve e a caminhada também.
Eu só queria ter mais ânimo, mais vontade, mais coragem.
Eu só queria ter menos cansaço, menos desânimo, menos dor.
Vou ficar bem. Acredito.
É isso.


                                        

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