quinta-feira, 20 de junho de 2013

Carro

                                 
Aurora, minha Aurora


Sempre somos rápidos para julgar aqueles que cometem erros aparentemente tão tolos ou sem explicação: Mas como isso pode acontecer? Como? Por quê? Nossa!
E por aí vai.
Ficamos horrorizados com as histórias de pais que esquecem seus próprios filhos dentro do carro e na maioria das vezes, infelizmente, o resultado disso é trágico e triste. Meu Deus.
Mas esses pais não esqueceram seus filhos por querer e não fizeram isso de propósito, foi uma fatalidade.
Estamos todos tão habituados a seguir um caminho e a ter uma rotina que não nos damos conta do que estamos fazendo, apenas fazemos. Nos transformamos em autômatos e agimos como tal e se algo sair daquela rotina tão programada, certamente terá sérias e tristes consequências.
É a correria, a rotina, o trânsito e o caos do dia a dia. É a vida nas grandes cidades.
Falo sobre esse assunto porque algo semelhante me aconteceu noite passada, foi com um dos meus gatos, mas foi assustador e me culpei muito por isso. Entendo e respeito os pais e mães que passaram por isso e tomara Deus que esse tipo de coisa não aconteça mais. Amém.
Minhas gatas Aurora e Morena Rosa adoram passear de carro e todos os fins de tarde dou carona para um conhecido que mora no bairro. É um trecho bem curtinho, mas cansativo para um idoso e uma aventura para minhas gatas.
Volto do passeio e abro a porta do carro para Aurora sair, mas Rosinha havia se deitado debaixo do banco e lá ficou.
Fechei o carro, apaguei a luz da garagem, tranquei a casa e segui minha rotina doméstica. Mas sentia que algo estava errado, algo me inquietava.
Antes de me deitar conferi todos os gatos e pensei que minha Rosinha estivesse em sua cadeira ao lado das plantas no quintal dos fundos. Fiquei tranquila; é um dos lugares favoritos dela.
Amanhece o dia e não vejo Rosinha na cama comigo e nem a me pedir comida; fico preocupada.
Vou ao quintal e não a encontro; vou a garagem e nada. Pensei que talvez alguém a tenha levado consigo. A vizinha me chamou uma vez e tomou Rosinha das mãos de um maluco que queria levá-la para casa.
Rosinha é muito meiga, simpática, graciosa e linda, claro.
De repente tive um estalo: Vou olhar dentro do carro.
E lá estava ela! Graças a Deus!
Rosinha tinha se enfiado debaixo do banco para se proteger do calor que faz dentro do carro. Está frio, mas o sol sobre as telhas gera um mormaço sufocante dentro do carro preto.
Abri a porta e ela saiu apressadamente. Correu para os potes de comida e água, estava bem. 
Agradeci ao Criador de todas as coisas, agradeci ao Povo lá de Cima, pedi desculpas a ela.
Minha Rosinha estava bem e passou uma noite dentro do carro, se fosse um dia não sei se aguentaria. Não quero nem pensar nisso.
Vou ficar mais atenta e ainda bem que nada demais aconteceu. Ainda bem.
É isso.

                               
Morena Rosa, minha Rosinha



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