segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Educação & Respeito

A semana nem bem começou e já sinto-me tão cansada.
Na verdade, a semana começa no domingo mas acho estranho, pois esse dia foi feito para o churrasco, almoço na casa da mãe, da sogra, da tia...
Então, para mim a semana começa mesmo é na segunda-feira; dia que também são iniciados, ou pelo menos prometidos e tentados, os regimes, o parar de fumar e várias outras promessas sempre interrompidas e nunca cumpridas.
Bom...
Hoje fui à Farmácia Alto Custo buscar meu remédio, Sandostatin LAR. Vou lá todo mês e sempre a mesma reação das pessoas. Me olham como se eu fosse muito estranha, muito diferente ou de outro planeta. E elas? São perfeitas?
Ontem, domingo, fui com minha sobrinha ao hipermercado de nome francês e para variar, a mesma reação das pessoas. Fico pensando e me pergunto: "Sou mesmo tão estranha assim?!". Além da habitual reação desses seres imaculados, me deparei também com a falta de educação dessas pessoas de rostos bonitos e normais. Será?
Há várias vagas de estacionamento que são divididas nas seguintes categorias: Deficiente físico, grávidas e idosos. E todos que estacionarem nesses locais devem colocar no carro, de forma visível, o cartão de autorização emitido pelo Detran, órgão responsável pelo trânsito de São Paulo.
Mas acontece que é difícil encontrar uma vaga de deficiente que já não esteja ocupada por uma pessoa "normal" e mal educada. 
Então por que gastei tanto para fazer os procedimentos de modo legal? Perícia médica com médicos do Detran, aula com carro automática da auto escola, perícia com o médico indicado pela auto escola, prova prática no pátio do Detran. E claro que tudo isso é pago e muito bem pago. Mas adianta alguma coisa no quesito estacionamento em vaga marcada?
Parece que não.
Sempre tem alguém muito saudável que deixa seu carro na vaga que seria minha e de outras pessoas que passaram por tudo o que passei. Temos o direito que nos é garantido por lei. Mas alguém respeita essa bagaça?! E o Detran e o CET? Não veem isso? 
Não, acho que não, mas se eu estacionar irregularmente aí sim, eu serei multada!
Estou no hipermercado aguardando a vaga para estacionar meu possante quando um playboy enfia seu carrão potente na minha frente e age normalmente. Perguntei ao jovem se ele era idoso, deficiente físico ou se estava grávido. Ele me mandou fazer uma coisa que eu não estava preparada para fazer naquele momento. Mas...
Vou ao banco e o carro do gerente está aonde? E ainda por cima com uma corrente fechando o caminho e ao mesmo tempo protegendo o carro. Cá entre nós, um gerente de banco com aquele carrinho safado?! Poderia investir em coisa melhor.
Sei, sei que, segundo Karl Marx  "O valor de um produto não tem nada a ver com suas características físicas". 
Bom, estaciono em frente ao banco e entro e a simpática atendente que tem a árdua função de entregar senhas que nos garantirão uma boa hora em fila, olha para mim e diz:
"Senhora, a senhora não pode estar estacionando na frente do banco. É irregular".
"E estacionar na vaga de deficiente físico é regular?!".
"Mas é o carro do gerente, senhora".
"Exatamente. Se o gerente não tivesse estacionado de forma irregular eu também não teria estacionado de forma irregular!".
Outro absurdo que vejo nas intermináveis filas de banco e de outros locais é o grande número de supostas gestantes com barriguinha tanquinho, cofrinho de fora e bundinha empinadinha. Quando perguntadas se sabem que aquele caixa é preferencial elas dizem que estão gestantes. Tá. E para mim gravidez não é doença, é uma dádiva com a qual não fui agraciada. Mas...Beleza.
Não entendo esse país emergente que não pune rigorosamente as pequenas infrações. É, as pequenas infrações mesmo, pois assim evitaria as grandes infrações.
É gente fingindo que está dormindo só para não dar lugar no busão e no metrô para quem tem direito de usar; é gente estacionando em local proibido; é gente fingindo o que não é só para levar vantagem...Meus Deus!
Que país é esse?
Estamos varrendo o lixo para debaixo do tapete!
As coisas estão mais fáceis hoje que na minha época de infância e adolescência. Mais acessibilidade aos bens de consumo, mais consumismo, mais conforto, mais poluição, mais ganância, mais exibicionismo e menos educação e respeito.
E a estranha sou eu. :D










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