quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Perícia

Fui hoje à escola na qual trabalho para levar o laudo médico e agendar nova perícia.
Pedi à secretária para fazer o agendamento o mais rápido possível; eu não queria ver meus alunos da 5ª e 6ª série que desceriam em breve para o intervalo. No meu tempo era hora do recreio.
Não quis vê-los para não chorar e nem fazê-los chorar. 
Gosto do meu trabalho, gosto de transmitir o que aprendi, gosto de bancar a durona e logo em seguida aquiescer...os alunos já perceberam isso há muito tempo.
Não é fácil ser professor/a; o comportamento e o respeito dos alunos para com a escola, para com os colegas e para conosco mudou bastante, e para pior. Infelizmente.
Mas há as pequenas preciosidades; aqueles alunos aplicados, que fazem a lição direitinho e mantêm os cadernos em ordem. Vejo-me nesses alunos CDF (tradução não é necessária).
Bom...
Entrego o laudo à secretária e ela pergunta se estou bem. Sempre respondo que sim; as pessoas também têm seus problemas e o fato de alguém perguntar ao outro se está tudo bem é mera formalidade para se iniciar uma conversa educada. Mas têm os hipocondríacos, aqueles que gostam de reclamar de tudo e de todos; aqueles que têm dor aqui e ali e em toda parte, mas que estão e são muito saudáveis e vão demorar a morrer. Não me levem a mal, mas o que pode-se esperar de uma pessoa que vive doente, dorida, sofrendo?!
Não, não estou bem. Mas sempre digo o contrário. 
Não são só os problemas físicos; para doenças temos remédios e cirurgias, mas...
Enquanto pede meus dados pessoais para agendar a data da perícia, a secretária me diz que há professores que quando não estão afim de trabalhar, pegam um atestado com algum médico amigo. Simples.
E eu tão afim de trabalhar!
Aí chega a hora da perícia e o simpático médico me diz que posso muito bem trabalhar e que ninguém faz cirurgia todo dia. Tá. Todo dia não, mas estou indo para 6ª e talvez a 7ª cirurgia em um período de dois anos e isso sem contar as internações por conta de hipertensão, edema cerebral (meningite), infecções, etc...
Conheço uma dondoca cinquentona que parece uma pomba gira desvairada; nunca fez cirurgia nenhuma, mas tem uma dorzinha....Essa nobre senhora com excesso de fogo no rabo não trabalha justamente por causa dessa dorzinha. Tadinha.
Pergunto-me: qual é o parâmetro usado pelos médicos peritos? Acho que já fiz essa pergunta dezenas de vezes e desculpo-me pela repetição.
Sou honesta demais?
Sou boba demais?
De novo: Que país é esse?
Volto ao meu blog, se Ébano desocupar o notebook.











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