quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Abraço

Estive bem triste esses dias. 
Choveu muito esses dias.
A chuva e o tempo fechado, o céu cinzento e carregado confundiam-se com meus sentimentos. Estavam carregados, cinzentos...
Chovia lá fora e dentro de mim.
Sinto-me como Tântalo, aquele que, desejando muito uma coisa, sempre a ver escapar quando está prestes a alcançá-la.
Fui Tântalo a vida inteira, mas também não quero ser Midas ou Íxion e cansei de ser Sísifo.
Tudo tem que valer a pena se a alma não for pequena, já dizia Fernando Pessoa.
Bom...
Mas a chuva uma hora deixa de cair e cede lugar ao sol. Desanuvia, estia, lá vem o sol.
Minhas gatas percebem minha tristeza e me seguem por toda a parte. Penso que querem comida, água, leite ou querem que eu troque a areia sanitária. Mas já fiz tudo isso e elas continuam a me seguir e a miar.
Sento - me no sofá e uma a uma senta-se ao meu lado e fazem gracinhas que me fazem rir. Levanto-me e vou para a cozinha preparar um bom café. Coloco a água para ferver e escuto um miado dengoso, charmoso, manhoso. Vou ver o que está acontecendo e vejo Branca Maria me chamar com o olhar. Me aproximo  e ela estende o bracinho para me alcançar; me toca com a patinha me pedindo para chegar mais perto. 
Branca Maria fica de pé e envolve seus braços no meu pescoço. É um abraço.
Um abraço de conforto, de aconchego, de bem querer.
Abraço Branca Maria de volta. Faço-lhe carinho, dou-lhe amor e agradeço-lhe pelo abraço vindo em tão boa hora. Deus e o povo lá de cima viram minha agonia e me mandaram um aconchego, um dengo, um chamego, um abraço por Branca Maria.
Uma pessoa muito querida de outro plano sempre canta uma cançãozinha simples quando recebe um abraço bom, forte e verdadeiro, é assim:
"Mas um abraço dado de bom coração, vale mais que uma bença, uma bença, uma benção".
Tenho respeito, curiosidade e fascínio por todas as religiões, culturas e povos. Então, assim como respeito a tudo e a todos, exijo o mesmo respeito de volta. Simples.
Já disse e não me canso de repetir: Ninguém precisa amar os animais como eu amo, mas todos têm a obrigação de respeitá-los.
Meu avô, meu amado avô Paipreto dizia que Deus descia à Terra disfarçado de bicho bruto (animais, na linguagem do meu avô) para ver como as pessoas tratavam Suas Criaturas. 
Se depender de mim, Deus, Você nem precisa se dar ao trabalho de descer à essa Terra de gente tão má, mesquinha, falsa moralista, preconceituosa...Mas tem gente boa também, eu sou uma delas (sem falsa modéstia. se a beleza de coração, alma e caráter transfigurarem-se em beleza exterior, eu seria a criatura mais bela desse mundo de meu Deus).
Mas se as pessoas perfeitas não me veem assim, minha bicharada vê. E o povo lá de cima também, assim como as pessoas boas daqui: Silvia, Azenilda (Amiguinha), Cláudia, Rosi, Cleusa, Pedro, Preta...
E tem gente boa por demais, graças a Deus!
Um abraço cheio de chamego, aconchego, bem querer e bençãos a todos.













Um comentário:

  1. Oh, meu Deus, que coisas ricas e lindas são estas, Senhor???? Parabéns pela foto e pelo texto, Reji, e obrigada. Beijos mil.

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