segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Médicos e Médicos

Fui à farmácia para tomar minha dose mensal de Sandostatin-LAR (acetato de octreotide).
É um remédio importado e distribuído pelo governo nas Farmácias Alto Custo. A dose que tomo, de 20mg, custa aproximadamente R$ 6.000.00 (seis mil reais).
Me pergunto como um remédio pode custar tão caro e descubro que têm remédios que custam até R$ 60.000.00 (sessenta mil reais). Por quê?
Do que são feitos esses remédios? Por que custam tanto?
Meu endocrinologista disse que são remédios feitos para doenças raras e que estes medicamentos não são vendidos em farmácias comuns; por isso o alto custo.
Quando descobri a Acromegalia iniciei o tratamento com Dostinex 5mg (cabergolina). Ao ler a bula do remédio,estranhei. Dostinex é para controlar altos níveis de prolactina, mas acontece que eu não tinha problemas com a prolactina e sim o GH (Growth Hormone - Hormônio do Crescimento)!
Bom...Meu oftalmologista indica-me seu amigo e colega endocrinologista. Eu não estava satisfeita com o endócrino e nem com seu colega neurocirugião que por sua vez disse que eu tinha uma pequena inflamação na região da hipófise e que não era nada demais. Esse distinto senhor neurocirurgião disse também que não recomendava cirurgia de coluna.
Troquei de médicos e até a data de hoje foram um total de 10 internações hospitalares e 5 cirurgias.
A pequena inflamação era um tumor que não aparecia claramente nos exames de imagem mas que produzia altíssimas taxas de GH. O normal para minha idade é de até 267 e eu estava com 1.300!. O tumor (adenoma de hipófise) foi removido parcialmente em agosto de 2009 e me deixou em coma por 27 dias. Sangrei muito, entrei em choque, tive parada respiratória e fui entubada. Já relatei sobre o coma em postagem anterior.
Acordei e tive que reaprender a falar, comer, andar...Eu era como criança que aprende aos poucos. Meu cérebro reaprendia tudo de novo.
Já a cirurgia de coluna ocorreu antes da neurocirugia. Foi realizada em maio de 2009 e correu tudo bem, graças a Deus.  Hoje tenho duas hastes e 21 parafusos de titânio segurando meus ossos no lugar e evitando que minha coluna fique torta, como já foi. Ainda tenho mobilidade reduzida mas não corro o risco de perder os movimentos como antes.
Se eu não tivesse comentado com meu oftalmologista, estaria hoje com a doença descontrolada e com graves consequências e se tivesse seguido os conselhos inúteis e desumanos do primeiro doutor da coluna, talvez hoje não pudesse andar.
Há médicos e médicos.
Sentia que esses doutores me atendiam por atender e o faziam de forma a se livrarem o mais rápido possível de mim. Diziam que estava tudo bem, para eu não me preocupar.
Não sejamos hipocondríacos mas não sejamos hipócritas.
Temos o direito de um atendimento médico digno e humano. Seja pela saúde pública, seja pelo plano particular.
Hoje sou gata escaldada. Se vou a um médico e não gosto dele/a, simplesmente não volto mais e procuro outro/a.
Sinto falta do Dr. Fábio Rogério Righetti, meu oftalmologista. Ele não está mais atuando na área médica, segundo fui informada no seu antigo consultório.
Era ótima pessoa e muito educado e atencioso. Mas continuo paciente de seu colega e amigo, o Dr. Sandro Lopes Farias.
Dr. Sandro dá suas broncas, fica feliz quando os resultados dos exames são bons e me dá esperanças.
Preciso voltar à minha cardiologista, Drª Vera Lopes Nunes. Ela cuida do meu coração há quase uma década e adora pedir vários exames. Segundo ela, é para garantir que tudo está bem e se não estiver, fazer o tratamento certo.
Há médicos e médicos.

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