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quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Pernas

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Fiz o exame de eletroneuromiografia nas duas pernas.
É um procedimento chatinho e desconfortável, mas foi preciso fazer.
Agulha (eletrodo) é colocada nas pernas e pequenos choques são dados para avaliar a resposta do nervo.
Já havia feito esse exame como parte dos exames pré operatórios para a cirurgia de artrodese, coluna, e recentemente voltei a ter os mesmos sintomas de antes: fraqueza nas pernas, dor, formigamento...
O exame em si foi rápido, o médico foi educado e conhecia Acromegalia. Comentei com ele que tive muita dificuldade até conseguir o diagnóstico correto e que até hoje muitos médicos dizem nunca terem ouvido falar sobre a doença, infelizmente.
Bom...
Voltei para casa com as pernas meio pesadas e mais "mortas" que de costume; deitei no sofá e cochilei.
Ainda tem mais exame pela frente e vou fazer tudo o que puder para ter uma vida e saúde razoáveis. Minha meta é andar livre, leve e solta; sem andador ou bengala. Vou conseguir.
Detesto essa situação, essa doença, essas dores, essas dificuldades.
Não me entrego, mas têm dias que fica bem difícil me manter firme e forte.
Queria ter ido ao supermercado para comprar minhas frutas, mas não deu.
Tem um caminhão vendendo frutas na Rua Curuçá, Vila Maria, e se eu estiver bem, darei uma passada por lá no sábado. Tem menos trânsito e menos motoristas estressadinhos e impacientes para com quem um dia já foi como eles: velozes e furiosos.
É isso.




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sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Carinho

                            

Fui a três farmácias no bairro para comprar meu remédio para controle da hipertensão e nenhuma delas tinha o que eu queria; fui à Droga São Paulo, na Vila Maria e encontrei.
Eu havia ido à drogaria da Vila Maria no feriado e não tinha o medicamento, o motivo alegado foi que era feriado e não haviam feito reposição dos remédios. 
Legal. Então quer dizer que durante feriados ninguém fica doente, ninguém nasce, ninguém morre e os problemas também tiram folga?
Passei pela ruas paralelas à Avenida Guilherme Cotching e vi casas antigas e ainda sobreviventes ao boom imobiliário de prédios. São casas simples, com quintal grande e muitas plantas. Senti saudades dos tempos antigos.
Volto para casa e encontro no caminho uma aluna minha, Isabel.
Isabel é uma aluna exemplar, educada, gentil, estudiosa e gostava de me ajudar a fazer a chamada e a colocar as informações na lousa.
Ela sempre pergunta quando eu voltarei para a escola e eu não vejo a hora.
Aproximo da minha rua e vejo de longe a molecada jogando bola, diminuo a velocidade e peço para tirar os cones que bloqueiam a rua; dois deles vêm ao meu encontro: "Oi, professora, tudo bem com a senhora? Quando a senhora volta?"
Perguntei se eles estavam indo bem na escola e se as notas eram boas; pelas carinhas que fizeram...
Tão pequeninos, tão lindinhos e tão danadinhos.
Eu disse: "Vão para casa direitinho, seus terríveis"
Eles sorriram e eu fiquei com um aperto no coração.
Tanto cabra safado com saúde e eu batalhando pela minha. Mas ficarei bem, tenho fé.
Claro que nem tudo são flores; têm aqueles alunos maldosos, cruéis e preconceituosos, mas eu pego a melhor parte e as coisas boas e as uso como minha ferramenta de trabalho.
Estou doida para voltar a trabalhar e estudar, e vou conseguir.
Amém.

                             

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Açaí

                                      

Estou me sentindo muito mal, hoje.
Fisicamente, emocionalmente e outros "mentes".
Devaneios tolos a me torturar...
Fui à Vila Maria e passo pela Avenida Guilherme Cotching, a principal via do bairro, e vejo ipês, outras árvores que desconheço os nomes e um pé de jaca pequeno e carregado. Lindo!
As jacas ainda estão em formação, estão pequenas e verdinhas.
Havia ido ao consultório médico na Rua Tuiuti e estacionei na Praça Silvio Romero, algumas pessoas falam "Silva Romero", caminho lentamente e paro para descansar e observar um árvore grande que está na beira da calçada; é uma jaqueira!
Uma jaca grandona, madura lá meio da árvore, lá no alto... Ah, se eu pudesse!
Ainda é possível ver jaqueiras, mangueiras, bananeiras, goiabeiras pelas cimentadas ruas de São Paulo. Ainda bem.
Fui ao Carrefour da Vila Maria/Vila Guilherme e de lá volto para casa, paro no farol da Praça Santo Eduardo com a Avenida Guilherme Cotching para seguir pela Rua Curuçá; decido parar em uma frutaria famosa da região. 
Caço uma vaga. Em São Paulo é assim: caça-se uma vaga. Achei na esquina com a Rua Eli.
Ou seria com a Rua Dias da Silva? 
Não lembro.
Bom...
Entrei na frutaria que tem o mesmo nome da praça: Santo Eduardo.
Entrei, sentei-me na cadeira de plástico e aguardei ser atendida. As mocinhas uniformizadas se entreolhavam e tiravam no par ou ímpar para ver quem me atenderia. Sou acromegálica, não mordo!
Uma delas me traz o cardápio e o coloca sobre a mesa também de plástico. Observo os preços: sucos, lanches, bebidas, salgados... Tudo caro demais! Um copo de suco custa oito reais, um beirute custa trinta e dois reais.
Já que cobram tão caro deveriam investir em melhor treinamento e atendimento de seus funcionários e trocar aquelas frágeis e horrendas cadeiras e mesas plásticas!
Pedi uma tigela com açaí e granola, pedi a grande, mas não conseguir terminar tudo. Zóião.
Pedi para colocar em uma embalagem e a mocinha disse: "É cobrado dois e cinquenta pela embalagem, tudo bem?"
"Tá, né?"
Perguntei se além da granola viria outro acompanhamento e a resposta foi: "Tem banana, frutas vermelhas, leite condensado, leite em pó... É só acrescentar mais dois e cinquenta, tudo bem?"
"Só a granola está bom, com dois e cinquenta eu compro uma dúzia de banana!".
Fui ao caixa para pagar a conta e encontro uma colega da faculdade, perguntei se estava na área da Educação e ela disse que não compensa, não vale a pena; é muito trabalho e cobrança por um salário baixo. Ela ganha mais trabalhando com o pai na pequena empresa da família.
E assim caminha a Humanidade mal educada de nosso país. País que não investe em Educação, em salários dignos para os professores, em boas escolas, em uma boa estrutura. Melhor assim, pois povo sabido é ameça ao governo. Povo abestado é mais fácil para manipular e vota fácil fácil em candidatos palhaços, em mulheres frutíferas e por aí vai.
É o Brasil sil sil
Tudo bem, tudo bem, tudo bem...
Não está tudo bem porcaria nenhuma!
Voltei para casa e a gataiada sabe que cheguei e correm todos para detrás da porta; miam, correm, esbarram uns nos outros e todos correm para o local onde estão os potes de comida e água. Coloco mais ração e troco a água, faço carinho, converso e separo eventuais trocas de tapas e patas entre Aurora e Morena Rosa e Ébano Nêgo Lindo e Léo Caramelo. Família grande tem desses problemas.
Coloquei mais comida para Betanilson ( o peixinho beta) e deixei seu aquário mais aconchegante, coloquei uma pedra e uma plantinha natural, não gosto de nada artificial. Betanilson se aconchega entre a pedra e a planta e ali ele descansa. Percebi que estava muito vazio e o peixinho precisava de um cantinho, de um aconchego.
E quem não precisa?
É isso.

                                      

terça-feira, 24 de julho de 2012

Hipertensão/Pressão Alta

                                                  
                 
Sou hipertensa.
Recentemente tenho estado hiper-mega-super-plus-hipertensa.
A pressão alta afeta rins, coração, cérebro e é causa de inúmeros problemas de saúde que podem até levar à morte.
A pressão alta somada a outros fatores contribuíram para com a morte prematura de mamãe, ela tinha apenas cinquenta e cinco anos.
A Acromegalia também intensifica os problemas já existentes, ela piora o que já é ruim.
Fui ao bairro da Vila Maria para resolver algumas pendências mas tive que voltar para casa, comecei a me sentir muito mal e a pressão ficou muito alta e tive uma sensação de desmaio. É uma agonia, um mal estar tremendo e pensei comigo: "Meu Deus, será que eu vou morrer?.
Não, agora não. Ainda tenho muito o que fazer.
Não posso ir agora; penso nos meus gatos, nos meus livros, nas coisas que quero realizar, nas viagens que quero fazer. Ainda mais agora que resolvi deixar meu lado Gregor Samsa e pensar em mim, viver por mim. A vida toda me anulei e me preocupei com os outros, com a fragilidade dos outros, em resolver o problemas dos outros porque me achava forte e responsável pela vida dos outros. Não sou super-humana, sou apenas demasiadamente humana.
Os outros vão bem, obrigada. Os outros vivem suas vidas, continuam fazendo suas burradas e a vida continua. Comigo ou sem migo os outros vivem muito bem.
Não estou me tornando uma pessoa má, sempre fui boazinha demais e aí está meu erro. Ajudar sim e quando realmente necessário, mas virar capacho de gente folgada exploradora não dá! Papai dizia: "Se fazer de morto pra comer o fiofó do coveiro".
Vou cuidar de mim. Eu morro e a vida continua, tudo e todos continuam.
Bom...
Preciso voltar à cardiologista que terá vaga na agenda só em setembro. Tentei agendar consulta com outros médicos, mas a maioria deles não aceita mais meu plano de saúde e/ou mudou de endereço. Como diz meu sobrinho Vinicius: "Que doga!"
Isso porque eu pago convênio médico há uma década, imagine se fosse pelo SUSI (SUS), como dizia papai?!
Que país é esse que cobra as maiores taxas de juros e impostos do mundo e que não investe em saúde, educação, transporte e outras coisas importantes para o bom funcionamento de uma nação?!
A corrupção rouba tudo.
Vou tomar mais uma dose do remédio anti-hipertensivo, tomar meu banho noturno e me agasalhar com minha gataiada.
Vou viver muito ainda.
Vou trabalhar, viver, lutar e ser forte que nem uma cavala, como diz minha sobrinha Beatriz.
Vou ver todos meus sobrinhos e sobrinhas cidadãos de bem, formados, lindos e com uma vida honesta, digna e boa.
Amém.


                                          

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Ruas de São Paulo

São Paulo
                                             
Papai saía muito cedo para ir ao trabalho. Saía de madrugada e caminhava pelas ruas escuras do bairro de muitas chácaras até o ponto de ônibus.
Papai se despedia de mamãe e Mãevelha, que já estavam de pé preparando o café para quando nós acordássemos.
Lá pelas seis e meia mamãe saía para o trabalho que ficava perto de nossa casa.
Papai nos olhava enquanto dormíamos e fazia seus pedidos a Deus e a Padim Ciço do Juazeiro; pedia que ambos protegessem sua família, sua casa e o acompanhasse até o trabalho e o trouxesse de volta são e salvo para casa. Amém.
Papai sempre trazia um pacote de bolacha ou pão sovado. 
Papai falava sobre as ruas do bairro onde trabalhava e eu adorava ouvir e viajar na imaginação: Rua Taquari, igual ao nome da fazenda onde nasci; Rua dos Trilhos, e eu imaginava trens indo e vindo; Rua da Moóca, e eu me perguntava que nome era esse, Baixada do Glicério e eu me perguntava: "Por que baixada? E o que é Glicério?", Largo da Concórdia, Rangel Pestana, Rua do Gasômetro, Santa Cecília, Brás, Parque Dom Pedro, Vila Maria, Penha...
Eu dizia para mim mesma que um dia iria conhecer todas as ruas de São Paulo, principalmente as que papai tanto falava.
De todos bairros e ruas, gosto do charmoso e bucólico bairro da Penha, foi para lá que fomos quando nesse Santo São Paulo chegamos. Passamos pela longa Avenida Amador Bueno da Veiga, passamos pela Rua Itinguçu até chegarmos à casa do tio Manoel Gomes. O tio dizia que morava na Vila Ré, mas suas filhas diziam que era Jardim Popular. O que importa é que ambos ficam na região da Penha.
Quem sabe um dia eu não volte a morar na Penha?
Tomara meu Deus, tomara.


                                           

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Trabalho

                                             


Levantei-me cedo e começo a arrumar a casa, principalmente a área dos gatos. Acredito que pessoas que tenham animais em suas residências devem primeiramente amá-los e respeitá-los e depois mantê-los limpos e alimentados.
O local onde a bicharada usa como sanitário deve ser mantida sempre limpa; isso é bom para saúde do bicho quanto para a de seu dono.
É isso.
Bom...
Arrumava o quintal, colocava roupas na máquina... Lembrei-me da época em que mamãe trabalhava como faxineira nas empresas e como diarista nas casas de família.
Achava interessante falar casas de família, pois dava a impressão de serem casas grandes, bonitas, com sala com TV e estante cheia de livros, piso e azulejo.
Era assim que imaginava a casa dos meus sonhos, bem ao contrário da nossa casinha simples de quintal de terra, piso vermelhão e banheiro do lado de fora!
Eu também gostava das casas mais simples do bairro; casas com muros baixos, janelas abertas sem grades, roupas penduradas no varal secando ao vento e com muitas plantas nos jardins. Eu achava tudo aquilo muito lindo.
Mas eu achava chique mesmo eram as casas da parte rica do bairro e saía a tocar as campainhas e oferecer meus serviços de faxineira diarista. Eu tinha meus doze ou treze anos e achava bonito o trabalho de mamãe; queria ser igual à ela.
Mas nenhuma dona de casa quis meus serviços, eu era muito novinha e não tinha experiência, segundo elas. 
Mal elas sabiam que desde que botei os pés no meu Santo São Paulo que trabalho; cuidando de irmão pequeno, fazendo mamadeira pra um, lavando roupa e passando roupa pra fora (no bom sentido), indo à reunião de pais e mestres (deveria ser reunião de irmãs e mestres), levando irmãos ao posto de saúde para vacinas, pesos, medidas e leite em pó, indo à Vila Maria e à Penha para pagar as prestações feitas nas Casas Bahia e ir ao Banco do  Brasil para mandar dinheiro para os familiares dos nordestinos que a Sum Paulo chegavam em busca de uma vida melhor.
Uma vez mamãe me levou ao seu trabalho, em uma fábrica de lâmpadas, e eu ajudei a colocar as lampadinhas coloridas nos terminais dos fios e depois vê-las acesas a piscar. Era um espetáculo de luz e cor. Lindo!
É isso.


                                                

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Penha & Vila Maria

Avenida Guilherme Cotching. Vila Maria
                                             


Penha e Vila Maria são bairros próximos ao nosso.
Tatuapé também, mas sempre encontrávamos e fazíamos tudo o que precisávamos na Penha e Vila Maria. Correios, bancos, lojas, cinemas...
Preferíamos a Penha pelo fato de o ônibus para lá ser menos "demorante" do que o ônibus para a Vila Maria.
Minha sobrinha Beatriz fala "demorante" para dizer demorado.
As cartas que mamãe ou eu escrevíamos eram levadas aos Correios e postadas por mim. Não havia agência dos Correios no meu bairro naquela época.
Geralmente eu fazia vários serviços para os nordestinos que conhecíamos. Eu ia ao Banco do Brasil para mandar dinheiro para as famílias deles em Pernambuco, ia aos Correios para mandar cartas e pacotes para as famílias deles, ia às lojas para pagar carnês de prestações deles. Eu era faz tudo, pau pra toda obra e ainda ia à escola, cuidava da casa, dos irmãos e arrumava tempo para lavar roupa pra fora (no bom sentido).
Eu fazia esses serviços para os rapazes e eles sempre me davam o dinheiro da condução e um trocado para eu comprar alguma coisa. Eu gostava de ir ao cinema São Geraldo na Avenida Penha de França ou então no outro cinema que ficava perto da Rua Santo Afonso, também no mesmo bairro. Hoje esses cinemas não existem mais, pois agora temos o Shopping Penha, o Shopping favorito de Beatriz.
Eu deixava tudo pronto em casa e avisava meus irmãos para não irem para a rua. Só poderiam ir até o portão para ver se mamãe estava chegando. Os deixava alimentados e com a TV ligada para assistir desenhos animados.
Eu seguia um ritual para dar tempo de fazer tudo, assistir a um filme e ainda chegar em casa antes de mamãe.
Eu ia ao Banco do Brasil, depois aos Correios, lojas e por fim e se sobrasse dinheiro suficiente, ia ao cinema.
Caminhava até o ponto final do ônibus que ficava, ainda fica, ao lado do Mercadão da Penha e muitas vezes deixava para ir no próximo ônibus só para entrar no Mercadão e passear pelos corredores e apreciar as bancas de frutas, flores e animais.
Já deixei de ir ao cinema para usar o dinheiro para comprar porquinhos da Índia, peixinhos e passarinhos.
Mamãe ficava doida comigo e dizia: "Mas tu não tem juízo mesmo. Em vez de comprar alguma coisa pra tu, vai comprar bicho. Tu não tem jeito não".