sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Carinho

                            

Fui a três farmácias no bairro para comprar meu remédio para controle da hipertensão e nenhuma delas tinha o que eu queria; fui à Droga São Paulo, na Vila Maria e encontrei.
Eu havia ido à drogaria da Vila Maria no feriado e não tinha o medicamento, o motivo alegado foi que era feriado e não haviam feito reposição dos remédios. 
Legal. Então quer dizer que durante feriados ninguém fica doente, ninguém nasce, ninguém morre e os problemas também tiram folga?
Passei pela ruas paralelas à Avenida Guilherme Cotching e vi casas antigas e ainda sobreviventes ao boom imobiliário de prédios. São casas simples, com quintal grande e muitas plantas. Senti saudades dos tempos antigos.
Volto para casa e encontro no caminho uma aluna minha, Isabel.
Isabel é uma aluna exemplar, educada, gentil, estudiosa e gostava de me ajudar a fazer a chamada e a colocar as informações na lousa.
Ela sempre pergunta quando eu voltarei para a escola e eu não vejo a hora.
Aproximo da minha rua e vejo de longe a molecada jogando bola, diminuo a velocidade e peço para tirar os cones que bloqueiam a rua; dois deles vêm ao meu encontro: "Oi, professora, tudo bem com a senhora? Quando a senhora volta?"
Perguntei se eles estavam indo bem na escola e se as notas eram boas; pelas carinhas que fizeram...
Tão pequeninos, tão lindinhos e tão danadinhos.
Eu disse: "Vão para casa direitinho, seus terríveis"
Eles sorriram e eu fiquei com um aperto no coração.
Tanto cabra safado com saúde e eu batalhando pela minha. Mas ficarei bem, tenho fé.
Claro que nem tudo são flores; têm aqueles alunos maldosos, cruéis e preconceituosos, mas eu pego a melhor parte e as coisas boas e as uso como minha ferramenta de trabalho.
Estou doida para voltar a trabalhar e estudar, e vou conseguir.
Amém.

                             

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