sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Penha & Vila Maria

Avenida Guilherme Cotching. Vila Maria
                                             


Penha e Vila Maria são bairros próximos ao nosso.
Tatuapé também, mas sempre encontrávamos e fazíamos tudo o que precisávamos na Penha e Vila Maria. Correios, bancos, lojas, cinemas...
Preferíamos a Penha pelo fato de o ônibus para lá ser menos "demorante" do que o ônibus para a Vila Maria.
Minha sobrinha Beatriz fala "demorante" para dizer demorado.
As cartas que mamãe ou eu escrevíamos eram levadas aos Correios e postadas por mim. Não havia agência dos Correios no meu bairro naquela época.
Geralmente eu fazia vários serviços para os nordestinos que conhecíamos. Eu ia ao Banco do Brasil para mandar dinheiro para as famílias deles em Pernambuco, ia aos Correios para mandar cartas e pacotes para as famílias deles, ia às lojas para pagar carnês de prestações deles. Eu era faz tudo, pau pra toda obra e ainda ia à escola, cuidava da casa, dos irmãos e arrumava tempo para lavar roupa pra fora (no bom sentido).
Eu fazia esses serviços para os rapazes e eles sempre me davam o dinheiro da condução e um trocado para eu comprar alguma coisa. Eu gostava de ir ao cinema São Geraldo na Avenida Penha de França ou então no outro cinema que ficava perto da Rua Santo Afonso, também no mesmo bairro. Hoje esses cinemas não existem mais, pois agora temos o Shopping Penha, o Shopping favorito de Beatriz.
Eu deixava tudo pronto em casa e avisava meus irmãos para não irem para a rua. Só poderiam ir até o portão para ver se mamãe estava chegando. Os deixava alimentados e com a TV ligada para assistir desenhos animados.
Eu seguia um ritual para dar tempo de fazer tudo, assistir a um filme e ainda chegar em casa antes de mamãe.
Eu ia ao Banco do Brasil, depois aos Correios, lojas e por fim e se sobrasse dinheiro suficiente, ia ao cinema.
Caminhava até o ponto final do ônibus que ficava, ainda fica, ao lado do Mercadão da Penha e muitas vezes deixava para ir no próximo ônibus só para entrar no Mercadão e passear pelos corredores e apreciar as bancas de frutas, flores e animais.
Já deixei de ir ao cinema para usar o dinheiro para comprar porquinhos da Índia, peixinhos e passarinhos.
Mamãe ficava doida comigo e dizia: "Mas tu não tem juízo mesmo. Em vez de comprar alguma coisa pra tu, vai comprar bicho. Tu não tem jeito não".


                                            

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