segunda-feira, 2 de julho de 2012

Quermesse

                                         


Festas juninas e agora julinas. As quermesses e as festas italianas continuam.
Papai dizia "creméssi".
Sábado fomos à quermesse da comunidade onde meu irmão mora; foi muito legal. Tinha algodão doce, vinho quente, bolos, pudins, pastel, "carne louca" e outras guloseimas.
A molecada prefere ficar na barraca da pescaria, que é do meu irmão Fubá.
Beatriz pescou alguns prêmios e no meio deles veio um potinho com líquido para fazer bola de sabão. 
Comecei a soprar e as crianças pequenas se encantaram tentando pegar a bolas de sabão. Uma garotinha de pouco mais de um ano andava cambaleante, tentando coordenar os passos com a vontade louca de chegar mais perto do potinho em minhas mãos. Ela tentava equilibrar uma lata de guaraná em suas mãozinhas.
A mãe segurava outro bebê de poucos dias de vida. Pensei comigo: "Nossa! Não dava para esperar até a menininha crescer um pouco para ter outro filho? Oh viço!"
A menininha colocou a lata de guaraná no meu colo e esticou as mãozinhas pedindo o potinho de sabão e eu disse que era da minha sobrinha, mas ela balançou negativamente a cabeça e disse: "É meu".
Dei-lhe o potinho de fazer bolas de sabão.
Tentei depois andar pela rua movimentada e cercada por barracas que vendiam as mais variadas guloseimas, mas fui empurrada, xingada e olhada pelas pessoas que não entendiam minha mobilidade reduzida. Fiquei com medo de cair e voltei à barraca do Fubá e me sentei no banco; minha irmã Rosi pegava as coisas para mim.
As pessoas me olhavam, encaravam, algumas faziam comentários maldosos. Como sempre.
Um grupo de meninas entre dez e doze anos andava carregando um narguilé e fumando aquela coisa estranha e soltando baforadas. Elas tinham um olhar de desafio e provocação; senti muita negatividade naquela atitude de crianças que pensam que são adultas.
A rua abriu-se para dar espaço aos casais que dançariam a quadrilha. Estavam todos vestidos a caráter e foi muito engraçado e divertido. Até Rafaela prenda minha estava vestida de caipirinha.
Percebo alguém tocar meu braço e perguntar: "Professora, quando a senhora volta?". Era um aluninho meu da quinta série. Senti uma emoção boa e uma saudade boa que me fizeram esquecer por um momento aqueles olhares e comentários cruéis que me machucam tanto.
Comprei um algodão doce feito na hora, sai quentinho e é uma delícia. Fubá comprou para mim bolo de milho e curau e eu guardei para levar para casa. Depois comi um pastel e uma "carne louca". 
Usei como bandeja a lousa que Beatriz ganhou na pescaria e, claro, virei motivo de chacota do meu cunhado Pepê. Ele falou pra todo mundo que eu coloquei uns cinco pasteis, seis bolos, algodão doce, oito espigas de milho em cima da enorme lousa e comi tudo! Palhaço.
A lousa é dessas pequenininhas de brincar, óbvio, e é claro que eu não conseguiria comer tanta coisa de uma vez só! 
Mas foi divertido e semana que vem tem mais.
É isso.


                                   


                                    

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