segunda-feira, 16 de julho de 2012

Educação

                                             


Educação vem de berço, já diziam os antigos.
Os pais educam, ensinam a respeitar, a cumprimentar as pessoas quando estas vão visitá-los ou são visitadas.
Os pais ensinam os filhos as palavrinhas mágicas e básicas de uma boa educação: "Olá, Com licença, Desculpe, Obrigado/a, Tchau".
Li um artigo na revista Veja onde o autor relata a visita de uma mãe e seu pimpolho ao seu apartamento. O autor tinha um brinquedo de infância guardado na estante e que virou objeto de desejo do pimpolho mal educado.
O menino quis porque quis o brinquedo e a mãe, sem pedir licença e autorização, pegou e deu ao filhinho mimado e sem educação. Na hora de ir embora, o autor esperou que a mãe dissesse para o filho devolver o objeto, mas ela disse: "Quando o fulaninho pega uma coisa, não larga mais!".
Quem está errado, o filho ou a mãe? Quem dá o exemplo? Quem educa? Quem impõe limites?
Fui ao Carrefour da Vila Guilherme/Vila Maria e, pra variar, pouquíssimo caixas abertos, muitos caixas fechados e filas enormes. Só fui ao hipermercado porque estava mesmo na região e precisava comprar ração para meus gatos. A ração acabou e eles se recusaram a comer a ração baratinha que comprei para emergências como essa; ninguém quis comer e todos se uniram e fizeram greve de fome. Quem disse que os animais não têm inteligência?! Os meus são gênios!
Bom...
Estavam na minha frente na fila uma moça com sua filha de sete anos e uma bela moça de nome Renata. A menina me olha, cutuca a mãe, cochicha no ouvido e em seguida ambas se viram em minha direção e me olham demoradamente. Estou absurdamente acostumada com isso, mas igualmente cansada, invocada, de saco cheio mesmo!
Não sou membro de nenhum circo dos horrores (freak show), não sou tão estranha assim. Sou?
Essas pessoas que me devoram com o olhar faminto por defeitos e imperfeições não têm elas mesmas defeitos e imperfeições?!
Que saco!
Sou educada, mas hoje, por alguma razão que só Freud explica, decidi parar de fingir que não percebo os olhares que tanto me incomodam; disse à mãe da menina: "Se você e sua filha quiserem perguntar alguma coisa, perguntem. Ficar olhando não é educado".
A mãe não gostou: "Quem tá olhando? Eu?! Magina! E minha filha só tem sete anos, é uma criança!"
"Pois é, a educação começa cedo".
Não sou de barracos, confusões e afins e procuro me aproximar e falar de uma forma educada e respeitosa, mas as pessoas não pensam e não agem assim antes de me magoarem!
Conheço acromegálicos que se recusam a sair de casa, que ficaram depressivos e com síndrome do pânico. Eu respeito e entendo perfeitamente bem essas pessoas, não é fácil ser celebridade às avessas, ser observado com uma espécie rara de animal.
Eu fico muito triste muitas vezes, mas não vou deixar de sair de casa, resolver meus problemas só porque ignorantes julgam sem se preocupar em conhecer o problema dos outros.
Pânico tenho eu quando não consigo pagar minhas contas no dia do vencimento; os juros são de dar medo!
Pânico me causa a Sociedade consumista, egoísta, autocentrada, fútil e ostensiva que temos hoje. Gente cuja maior preocupação é o status, o exibicionismo, a arrogância e se achar melhor que o outro. São tão vazias.
Como diz o ditado: "Comem mortadela e arrotam caviar".
E eu não gosto de nenhum dos dois.


                                         

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixem comentários, adoro saber o que pensam sobre o blog. Obrigada ;-)