quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Internação

                                 


Recebo ligação do Hospital das clínicas; devo me internar amanhã cedo.
É algo pelo qual espero há algum tempo. É algo necessário e não algo que eu queira ou quisesse ou tenha querido. Seja lá qual for a conjugação verbal mais adequada.
Queria era ter saúde. Queria ser e estar livre de tudo isso.
Livre de médicos e medicamentos. Livre de exames e procedimentos. Livre de remédios e seus efeitos colaterais desagradáveis.
Mas navegar é preciso.
Permita Deus que tudo se resolva, que encontrem o melhor diagnóstico e o melhor tratamento. Que eu fique boa, que recupere a saúde e consequentemente, recupere minha vida, meu trabalho, minha rotina, minhas coisas.
Não entendo como pode ter gente que adora ficar doente, adora se internar só para poder bancar a vítima coitadinha. Sei lá. Cada um, cada um.
Mas eu não entendo.
Não gosto de hospitais, internações e todas as coisas envolvidas. Qual a graça em ser, estar ou ficar doente?
Se é uma doença que nos acomete, vamos ao tratamento. Mas querer ficar doente é... estranho.
Desabei quando soube que a internação será amanhã. Eu já esperava por isso, claro. Mas mesmo assim desabei.
Sou humana, demasiado humana!
Não sou tão fria, prática, "seca ou ruim" como minha aparência acromegálica pode, erroneamente, dar a entender. Tenho sentimentos muitos.
Bom, dando uma de Pollyana: Tudo tem o lado bom. Vou ficar livre por uns dias do barulho e das horrendas músicas dos vizinhos xucros.
Mas vou ficar sem a companhia dos meus gatos queridos e amados.
Vou arrumar o resto das coisas.
Até a volta.
Que todos fiquem bem.
Amem.


                                

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