quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Na ativa

                            



Volto à ativa depois de um tempo meio parada.
Fui à clínica, tomei as injeções, falei com o médico, peguei mais um laudo, levei para escola, fui ao banco para pagar as contas e, como era de se esperar, sobrou conta e faltou dinheiro, graças a Deus.
Voltei para casa, liguei para o Estadão; não recebi os jornais de ontem e de hoje. Serão entregues, disse a simpática atendente.
Beleza.
Os efeitos das injeções começam a se manifestar: sono, moleza, cansaço e ânsia de vômito. 
Já tomei bastante água. Aliás, o que mais tem espalhadas pela casa e pelo carro são garrafas d'água. Adoro água, sou a Maria das Águas e não à toa nasci no dia 22 de março, o Dia Mundia da Água.
Encontrei o coordenador pedagógico quando chegava à escola, muito simpático. Falei com o diretor, entreguei o laudo para a secretária, fui abraçada pela inspetora de alunos e fui cumprimentada por alguns dos danadinhos. Saudades...
Vontade louca de subir aquelas escadas, entrar em uma sala de aula, responder às mesmas perguntas de sempre, desde que aluno é aluno e professor é professor: "É pra copiar?... Vai valer nota? Que dia é hoje? É para fazer em dupla? Pode ser dupla de três? Por que a senhora nunca falta?"
E por aí vai...
Mas a senhora aqui tem faltado muito, tem sido afastada muito, tem problemas de saúde muitos, causados por uma doença rara de múltiplas facetas.
Derrubei algumas lágrimas externas; disfarcei.
Desabei por dentro, levantei os olhos aos céus e perguntei: "Deus, por que tu tá fazendo isso comigo, mano?"
Deus é brasileiro, paulistano e corinthiano. 
É nóis.
Senti-me só. Tão só.
Pego o telefone, procuro alguns nomes na agenda, os mais próximos. Estão desligados, fora de área, na caixa postal...
Queria ouvir uma voz, apenas dizer alô, dizer que está tudo bem, falar sobre o tempo, as chuvas, alguma coisa, qualquer coisa.
Consegui falar com meu irmão caçula, que é muito rápido e prático, pelo menos comigo: "Tá tudo bem?... Tá... Então tá bom..."
Deveria ir ao supermercado, mas não deu. Não tenho condições, estou mole, cansada...
Volto para casa, desço para abrir o portão, sou recebida pelo meu séquito felino. Minha terrível Aurora vem na frente, claro. Senta-se em meu colo, me faz um chamego, senta-se no banco do carona enquanto guardo o carro.
Entro em casa, encontro meu negão lindo moído, cansado, sonolento. Não tem jeito, por mais eu fale, peça, ameace botar de castigo, meu neguinho lindo é marrudo por natureza.
Vou deitar um pouco, minha cabeça dói.
Minha alma também.
É isso.



                                   

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