quarta-feira, 2 de julho de 2014

Fogão

                              

Fui ao portão para pegar a correspondência e na rua passa uma família pequena; a mulher para e me pergunta: "A senhora tem um fogão pra dar? A senhora sabe de alguém que tem um fogão pra dar? Eu preciso de um fogão".
Eu também!
Estou louca por aquele fogão inox de cinco bocas, (queimadores), mas ainda não deu para comprar.
As pessoas se habituaram, me parece, a querer tudo fácil, dado e conquistado sem o menor esforço. Como dizia papai: "Quer que o mundo acabe num barranco pra morrer escorado".
Sim, têm famílias carentes e que têm muitas necessidades, mas no caso aqui relatado, todos eram jovens e me pareciam bem saudáveis.
E trabalhar? Alguém quer?
É moda o povo invadir a área dos outros, construir, lá se instalar com sua família e suas tralhas e ainda exigir direitos. Na boa, o proprietário daquele lote/terreno pagou por ele e faz o que bem quiser com sua propriedade e não é justo que de repente venha um bando de "pessoas carentes" e exija "seus direitos" recém adquiridos à base de violência, preguiça, comodismo e cara de pau.
Assistia a um vídeo do programa Silvio Santos e ele pede para uma adolescente, com a saia curta e mais justa que Deus, soletrar a palavra "gorjeta" e ela se atrapalha toda: "É com x?".
Olhava as fotos de conhecidos que se tornaram "novos ricos" e um padrão me chamou a atenção: os homens usam as mesmas marcas de roupas e camisetas com números que realmente não sei o significado e as mulheres são todas loiras, a grandiosa maioria, e usam roupas de estampa animal.
Dinheiro compra quase tudo, mas não compra educação e bom gosto, na boa.
As jovens ricas também são todas loiras, usam camisetinha branca justa, saia curtíssima, salto altíssimo e ouvem/curtem o mesmo tipo de artista.
É todo mundo com celular, tablet e toda essa quinquilharia eletrônica a navegar pelas redes sociais e a esquecer a realidade real desse lado real do mundo e da vida.
Acho que sou das antigas, do tempo em que as pessoas se sentavam para conversar de verdade, que apreciavam a companhia das outras por prazer e não para poder ostentar o que tem.
As pessoas estão tão absortas em seus mundinhos particulares conectados a outros mundinhos particulares mas tão de todos.
As pessoas estão ficando tão bobas.
Na boa, meu.
É isso.


                                   

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