terça-feira, 19 de março de 2013

Diferente

                            



Sempre leio mensagens de acromegálicos comentando sobre o blog e fazendo perguntas sobre minha história com a Acromegalia. Respondo à todas elas educada e respeitosamente, como acho que deve ser.
Participo de um grupo de apoio a acromegálicos, mas o problema é que esse grupo é de pessoas falantes da língua inglesa e nem todos os pacientes falantes da língua portuguesa falam ou entendem a língua.
Decidi criar um grupo para falantes da língua portuguesa e o grupo assim foi batizado: "Acromegálicos de Língua Portuguesa".
O grupo está no Facebook e aos poucos recebe novos participantes que dividem suas experiências e trocam informações com os demais.
Lendo o que dizem os outro acromegálicos, cheguei à conclusão, até onde sei, que a cirurgia para a remoção do adenoma (tumor) de hipófise deu certo para todo mundo, menos para mim.
Todos relatam uma cirurgia sem complicações e rápida e que tiveram alta três ou quatro dias depois. Menos eu.
Por que não deu certo comigo?
Será que alguém teve culpa nisso?
Eu sempre acho que o neurocirurgião que realizou minha cirurgia exagerou, errou e quis mostrar serviço; ou todas as alternativas estão corretas.
Meu tumor era grande, estava muito próximo à veia carótida e ao nervo óptico e foi retirado aproximadamente noventa e cinco por cento (95%).
Será que não foi muito?
Será que o forte sangramento foi causado pela retirada excessiva do tumor?
Será que o forte sangramento foi causado por estar em um local muito arriscado?
Será que se tivesse retirado menos quantidade do tumor tudo o que passei teria sido evitado?
Será que o médico era inexperiente, embora muito autoconfiante? Até demais.
Muitos profissionais orgulham-se de suas profissões e dizem de boca cheia: "Sou um neurocirurgião! Sou um dotô adevogado! Sou isso, sou aquilo..."
Mas o fato de carregar um diploma ou um título não é garantia de sabedoria, capacidade e experiência.
Arrogância e falta de conhecimento podem ser uma combinação fatal, ou quase.
Como falei em postagens anteriores, têm médicos que se acham Deus.
Ou será que a Acromegalia pegou mais pesado comigo?
São tantas perguntas sem respostas claras e objetivas!
Todos os outros pacientes acromegálicos com quem converso batalham contra a doença e seus efeitos, como eu, mas a maioria leva uma vida razoavelmente tranquila; trabalham, cuidam de suas famílias etc...
Nenhum deles têm uma artrose galopante que lhes rouba os movimentos lenta e dolorosamente.
Nenhum deles têm dezenas de parafusos sustentando suas colunas.
Sei lá.
Ás vezes acho que todos estão em melhores condições físicas que eu.
Acabei de me levantar do sofá para colocar mais ração para Léo Caramelo e não foi fácil não. Demorou até conseguir ficar de pé e sem apoio, minha perna direita dobra e é difícil esticar a perna com o joelho a doer.
Não, não estou reclamando disso. Não sou de chorar as pitangas, mas acho mesmo que a Acromegalia pegou pesado comigo, bem pesado.
É isso.


                                

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