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sábado, 13 de junho de 2015

Passarinhos

                                Resultado de imagem para potes revirados pelos ventos

O dia ontem não foi fácil e a noite também não.
Abusei do leite, o que não devia, e me dei mal. Tenho certas manias e hábitos alimentares e quase sempre as consequências não são boas.
Raramente tomo leite, não gosto, mas gosto de cuscuz nordestino com leite; vai entender...
Fiz cuscuz, fervi o leite e me deliciei. E como se não bastasse, inventei de bater manga com leite e foi aí que o "bicho" pegou.
Tudo bem até a hora de deitar. Fui para a cama cedo, a programação da TV estava muito chata e pegajosamente romântica; não, não é pra mim.
Li um pouco e depois o sono chegou. Acordei com uma tosse seca e depois vômito. Levantei e tive que trocar pijama e os lençóis da cama; trabalhão de madrugada.
Fiquei naquele dorme e acorda e com o sono entrecortado por sonhos que continuavam quando eu voltava a dormir. Muito doido.
Pessoas, situações, tantas coisas...
Passarinhos coloridos que vinham ao meu jardim para beijar as flores; eram tão bonitinhos. Mas acordo e lembro que meu viçoso e frondoso jardim não existe mais; sobraram algumas poucas plantinhas raquíticas que lutam para sobreviver. 
Eu vou ficar boa e meu jardim vai voltar a ser florido e frondoso, ah vai!
Levantei, cuidei dos gatos, fiz café. Espero a água chegar para eu botar as roupas na máquina.
Estômago ainda irritado, "cheio", incomodado. Vou fazer um chá.
Sábado de céu azul, ventos mornos e bagunceiros. Será que anunciam chuva ou só vieram fazer bagunça mesmo? Vieram ajudar os gatos na bagunça?
Sempre lembro da minha bisavó e de sua "briga" com os elementos da Mãe Natureza. Os ventos levavam as roupas do varal e as deixavam espalhadas pelo mato. Os ventos empurravam a porta da casa e derrubavam potes e panelas tão cuidadosamente areados por ela.
Era uma bagunça só e bisavó reclamava, brigava e bisavô Francisco balançava a cabeça e sorria: "Oxe, Maria, e tu tá falando sozinha, é?".
"Tô não, Francisco. Tu não tá vendo as artes que esses ventos estão fazendo?"
Acho que herdei da minha bisavó, avó e mãe o gosto pelas plantas, pela Mãe Natureza, por falar com os ventos, por ver e entender o que os práticos e normais não conseguem ver.
Acho que somos uma geração de malucas beleza, graças a Deus.
É isso.



                                 Resultado de imagem para eu passarinho eles passarão   Resultado de imagem para passarinhos


quarta-feira, 10 de junho de 2015

Da padaria

                                 Resultado de imagem para salame com provolone


Bati manga com leite e cozinhei mandioca. Tomates picadinhos com arroz branquinho. Muito bom.
Mas eu queria mesmo era um pão da padaria, talvez mais, com queijo provolone, salame, fatias finas de tomate e um copão de guaraná bem gelado.
Nessa minha vida reclusa, tenho me alimentado muito "natureba" e sinto falta de um pequeno exagero de vez em quando.
Estava meio triste e sei que a tristeza atrai coisas ruins; melhor pensar em coisas boas. Pensei.
Volto no tempo e me entrego às memórias e lembranças da minha curtíssima infância em Pernambuco, ao lado dos meus dois avôs que me amavam tanto.
As pessoas, principalmente os jovens, não têm paciência para ouvir os causos e histórias dos avós e parentes mais antigos; não sabem o que estão perdendo.
Cultura, História e conhecimento de mundo.
Bom...
Tristeza atrai coisas ruins, assim como mágoas e frustrações. Melhor deixar pra lá e seguir em frente. Sigo.
Não podemos mudar o caráter e o coração das pessoas, felizmente ou infelizmente. Melhor mesmo deixar pra lá e seguir em frente, o que é ruim se destrói por si mesmo, diziam meus antigos.
Acho que vou comer um docinho, só pra variar.
É isso.



                                      Resultado de imagem para docinhos

terça-feira, 15 de julho de 2014

Noite de Sono

                          
Clara Blue 


Mais uma noite mal dormida, mas dessa vez os vizinhos não fizeram tanto barulho e se recolheram mais cedo aos seus aposentos reais.
Tomei remédio para dor de cabeça de sinusite; todos "ites" meus doíam e o lado direito do rosto doía e latejava.
Cochilei e acordei achando que já era de manhã, mas ainda era de madrugada. Fiquei na cama com a gataiada e Branca Maria dormiu de conchinha comigo.
Beijei seu pescoço branco, macio, bonito...
Aldebarã deitou-se do outro lado e me olhava com seus olhos redondos. Tão lindo.
Fiquei horas e horas assim e nada do sono chegar. 
Ouço o barulho da moto e depois o barulho do jornal sendo jogado; era cinco da manhã. Fiquei mais um pouco e me levantei. Tomei banho, fiz café e troquei a água e a areia dos gatos.
Sentei-me no sofá para assistir aos telejornais antes de sair para o trabalho e Alice aproveitou para deitar-se em meu colo.
Deu a hora de ir, me despedi dos meus bichanos, pedi a Deus e ao Povo lá de cima que proteja minha casa, minha família, meus gatos. Nos livre de gente ruim, invejosa e má. Amem.
Chego ao trabalho e a moça que trabalha comigo me trouxe café e me ofereceu leite; tomei só o café. A moça da limpeza me deu um abraço bom; fiquei um mês de férias antecipadas por causa da Copa e foi bom rever algumas pessoas, outras nem tanto.
A manhã passa rápido, sinto sono e cansaço. 
Vou fazer promessa, sessão descarrego, arriar ebó pro santo ou qualquer coisa que o valha só para ter um noite de sono tranquila!
A cabeça volta a doer, acabou o efeito do remédio.
Não sinto fome, mas comi uma maçã só para o estômago não reclamar.
É isso.



                                


                                 

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Improviso

                             


Meu Ébano Nêgo Lindo adora presunto, ovos e leite e toda noite me chama até a cozinha e posta-se perto da geladeira; ele sabe que o leite está lá.
Eu não tinha leite de vaca e Ébano não gosta de leite de soja e o jeito foi improvisar. Peguei uma lata de leite condensado, tirei uma pequena quantidade, adicionei água, mexi, diluí bem e dei ao meu mamífero de plantão.
Ébano tomou seu leitinho improvisado e depois foi para a cama para dormir o sono dos justos.
Lembrei-me de como minha avó Mãevelha fazia com o "leite de moça" que mamãe trazia de Recife e fiz o mesmo. Meu Paipreto adorava "leite de moça" com achocolatado e minha avó fazia litros, rendia que era uma beleza.
É isso.

                                 

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Mamíferos carnívoros, herbívoros e onívoros

                                        

Não estou falando sobre animais carnívoros, herbívoros e onívoros, estou falando sobre minha família. Explico.
Minha irmã Rosi me conta que preparava o almoço e perguntou à Beatriz o que ela queria, bife ou carne seca e ela responde: "Os dois".
Rosi tenta manter uma dieta balanceada e meio natureba e prepara carnes brancas como peixe e frango, mas Beatriz sempre pede uma carninha, um bifinho.
Beatriz gosta de dizer: "Eu sou carnívora que nem meu pai".
Eu gosto de um churrasquinho, mas raramente preparo carnes, cozinho legumes e faço saladinhas verdes temperadas com azeite de oliva e vinagre balsâmico. Às vezes me dá vontade de comer carne cozida com legumes e ligo para minha irmã Rosi ou meu cunhado Pepê e pergunto: "Que carne é boa para fazer carne de panela?", e recebo uma aula sobre carnes e cortes. Não entendo desses nomes dados, só sei que é carne e pronto.
Adoro carne seca com cuscuz nordestino.
Uma vez estava cansada de leguminhos e arroz integral e suquinho com soja e fiz uma comida danada de boa, meio mineirinha, sabe? Fiz uma farofa com linguiça e bacon e adicionei feijão e couve; ficou "bão dimais da conta, sô!"
Já falei aqui e repito, mineiros e baianos têm a culinária mais deliciosa do Brasil, acho eu, mas gosto dos bolos Souza Leão, bolo de macaxeira, tapioca com queijo coalho lá do meu Pernambuco e aprendi a apreciar um delicioso churrasco com os gaúchos trilegais.
E falando sobre carnes e outros alimentos, estava me lembrando e rindo sozinha das "inguinóranças" de papai, claro. Em décadas passadas a inflamação era galopante e os preços subiam sem controle, comprar carne era difícil e mamãe improvisava com peixes, frango, linguiça, o tal do Spam e quando a situação financeira estava complicada, mamãe fazia omeletes, ovo frito, cozido...
Papai vinha almoçar em casa e encontrava a mesa posta com arroz, feijão, farinha e ovo. Vixe! Papai ficava doido: "Mas eu trabalho que nem um fio duma égua e não tenho direito que comer um taco (pedaço) de carne?! Num vô cumê não!"
Mamãe ouvia pacientemente e depois dizia: "Oxe Dedé, e tu qué eu me vire em carne ou que vá roubar pra botar carne dentro de casa é? Tu qué que eu faça o que, homi? Quer comer coma, senão, lasque-se!".
Nossa Senhora! E o sermão prosseguia...
Outro alimento muito apreciado por nossa família é o leite. Meus irmãos caçulas Fubá e Renata adoram um leitinho com achocolatados, tomam litros. Rosi também gosta de leite, mas é mais moderada. Por outro lado, há outros de nós que não gostam de leite: eu, Beatriz e Vinícius. Compro leite de soja pra mim e fica muito bom batido com frutas.
Eu compro leite para meus gatos que adoram tomar um leitinho antes de irem para a cama. Ébano Nêgo Lindo se esfrega em minhas pernas e mia olhando para a geladeira, ele sabe que o leite está  lá.
E por falar em meu neguinho lindo, ele está bem melhor, graças a Deus. Comeu a ração que eu fui comprar, pois ninguém queria a que tinha aqui, tomou seu leitinho e agora dorme. 
Eu saí para comprar a ração favorita da gataiada e deixei Ébano deitadinho em um canto fofo que preparei para ele; saí preocupada e pedi a Deus e ao Povo lá de cima que cuidassem do meu gato, que trouxessem saúde para ele. Voltei para casa e o encontrei de pé, andando pelo jardim e cavando minhas plantas; olhei para o céu e agradeci.
Acho que Deus e o Povo lá de cima agiram rapidinho porque não querem ser pentelhados por mim a pedir pela bicharada. Mas eu só peço coisas boas, para mim, para minha família e para as pessoas que gosto. Coisas boas como saúde, solução de problemas que nos aporrinham, paz, alegrias...
Não peço riqueza nem boniteza, mas eu queria ganhar na Mega Sena para ajudar a bicharada carente. 
Amém.

                                          

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Vitamina

                                             


Adorávamos fazer vitamina: maçã, banana, leite e açúcar batidos no liquidificador.
Coloca na mamadeira do meu irmão Fubá e dividia o restante com meus outros irmãos. Somos seis, oficialmente. Extraoficialmente deve ter um bocado espalhado por aí. Só Deus sabe.
Bom...
Nossa prima que já estava em São Paulo há mais tempo que nós aos poucos nos introduzia às "mudérnidades" paulistanas e uma delas foi o liquidificador; ficamos encantados. Era um aparelho pequeno com copo de metal e duas velocidades, depois vieram modelos com copo de vidro ou plástico e mais velocidades e funções, como quebrar gelo.
Eu fazia vitaminas diariamente e as frutas eram compradas na feira de sábado. Às vezes colocava farinha láctea ou Neston o que deixava a vitamina mais gostosa, mais grossinha e com mais "sustança". Usávamos leite tipo C, mais barato e acessível, leite tipo B só quando não tinha mais o tipo C ou quando chegava o bendito dia do pagamento.
A embalagem do leite tipo C era um saquinho com letras azuis e o tipo B em letras verdes.
Um dia fiz vitamina de abacate e coloquei a mesma quantidade de açúcar que colocava nas vitaminas de banana e maçã; ficou ruim e Fubá não quis tomar. Eu tinha pressa, já estava atrasada para ir à escola e portão fecharia às três e cinco. Não me passou pela cabeça provar a vitamina de abacate antes de dá-la a Fubá e eu não entendia porque ele não queria tomar. Disse aos meus irmãos que tentassem dar a mamadeira ao caçula Fubá até a hora de mamãe chegar.
Fui para a escola e deixei meus irmãos em casa com o cachorro Bobbie e graças a Deus mamãe chegou mais cedo aquele dia; ela provou a mamadeira e entendeu porque Fubá não quis tomar, fez outra vitamina mais docinha e mais doce foi a tarde de meus irmãos com mamãe em casa. 
Eu tinha feito tudo muito apressadamente: lavei roupas, arrumei a casa, dei banho em Fubá, fiz a bendita vitamina sem gosto e fui correndo para a escola, era época de provas bimestrais.
Adoro frutas, mas não gosto de abacate. 
Fato curioso é que só nós brasileiros batemos abacate com açúcar e leite; nos outros países Latino Americanos o abacate é comido como salada e é temperado com sal. No México é picado com tomate e cebola e outros temperos é chamado de guacamole.
É isso.


                                         

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Toque

Meu jardim
                                            


Meus gatos têm fixação por água.
Sobem no tanque e ficam longos minutos a observar a água que sai da mangueira da máquina de lavar e escorre pelo ralo.
Quando lavo o quintal, é a mesma coisa; ficam olhando a correnteza formada pela água que escorre das plantas.
Léo Caramelo e Ébano Nêgo Lindo tentam pegar a água com suas patinhas fofas. Já falei para eles que não dá para pegar água, ela escorre.
Termino minhas tarefas e sento próximo à porta e observo meu quintal com minhas plantas cada vez mais bonitas e viçosas; a luz do sol e depois o ocaso deixam a tarde mais bonita.
A noite vem e é hora do leitinho morno de Ébano. Ele me segue pela casa, fica se esfregando em minhas pernas quando estou à pia da cozinha. Pergunto: "Você quer seu leitinho, é meu Nêgo Lindo?". Ele me olha com seus lindos olhos cor de mel e eu dou-lhe o leite morno e gostoso. Já tentei dar a ele leite de soja e de baixa lactose, mas não gostou. Ninguém gostou.
Cansaço.
Vou para a cama, estou muito cansada do meu "pra lá e pra cá" do dia a dia do cotidiano diário (!). Lembrei-me da conversa que ouvi de alguém aconselhando o amigo que estava com uma tosse braba: "Olhe, tu tem que tomar esse remédio todo dia diariamente, visse? Aí tu fica bom".
Insônia.
Insônia somada aos fogos pela vitória do Palmeiras, campeão brasileiro.
Leio. Concluo a leitura de Fahrenheit 451. 
Penso em ligar a TV, mas nesse horário não tem nada que preste: canais religiosos, canais de vendas de produtos e serviços, filmes chatos, e programação chata.
Vou até a cozinha e tomo suco de maracujá. São três e meia da manhã. Adormeço, graças a Deus.
Acordo com as vozes dos garis que varrem a rua.
Tento me mexer na cama mas fica difícil: a gataiada em volta, em cima de mim, na minha cabeça.
Morena Rosa encosta seu queixo quadrado em meu rosto, Ébano Nêgo Lindo coloca a patinha em minha mão, Léo Caramelo esfrega sua cabeça de leãozinho e abaixa para que eu a beije; Aurora encostada em mim, Alice em cima de mim e Branca me olhando com seus olhos coloridos, um de cada cor.
Todos me tocam e eu retribuo o amor, a confiança e o carinho deles com mais carinho.
A bicharada me faz muito bem. 
As pessoas não entendem.
Estou melhor, mas com muita dor ainda. E não apenas dores físicas, mas para estas têm remédios.
É isso.
Lá vou eu esperar um mês e meio para uma consulta com o médico.
Lá vou eu bater os quatro cantos de São Paulo; talvez só bata dois cantos, estou meio a pulso, como dizia papai.
Vou ficar bem.


Léo Caramelo, meu leãozinho
                                          

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Chororô

                                        


Preta preparava a mamadeira de Rafaela e deixou a lata de leite perto da pequena que não hesitou em esticar a mãozinha e pegar a lata.
Preta tomou a lata de Rafaela e ao tirar, cortou o dedinho dela. 
Foi um desespero geral acompanhado de um chororô carregado de culpa e Fubá ainda deu uma bronca em Preta. 
Foi feito um curativo no dedinho e a pequena terrível achava tudo muito divertido.
Disse aos pais corujas que é normal e que preparem-se para tombos, cortes, manchas roxas e outras artes que serão feitas por Rafaela, se Deus quiser.
Rafaela é esperta, linda, inteligente, braba e muito "térrivi", como diria papai.
É minha sobrinha.




                                  

Pão de Ló & Goiabada

                                      


O pão de ló é um bolo fofo e esponjoso e que não leva leite nem margarina ou manteiga.
A receita é muito simples:
4 a 5 ovos
150g de açúcar
170g de farinha de trigo
fermento em pó (opcional)
Bate-se as claras em ponto de neve, adiciona-se as gemas, o açúcar e a farinha. Assar em forma untada e enfarinhada.
Mamãe fazia pães de ló e os assava em formas improvisadas de latas de sardinha e goiabada. Assava no forno à lenha e ficavam fofinhos, cheirosos e deliciosos.
Enquanto mamãe prepara os pães de ló, Mãevelha preparava seu forte, cheiroso e delicioso café e meu Paipreto, Maximino e eu aguardávamos impacientes para saborear tudo.
Na nossa época goiabada em lata era um luxo e as latas eram lavadas depois de vazias e serviam como utensílios domésticos. Eu adora comer na lata.
Gostava também do doce "Marrom Glacê" e o achava menos doce e enjoativo que a goiabada.
É isso.


                               

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Carestia, Compras, Dicas e Receitas

Pinhão
                                          
Fui ao Atacadão para as compras do mês, como dizia mamãe: "Está acabando tudo, graças a Deus".
Estou no corredor dos azeites e óleos e estranho o preço caro do óleo de soja.
Vou ao corredor do leite e estranho agora o preço do leite de soja.
Estranho o preço do café, do feijão, do arroz e de outros produtos e alimentos.
Estou no corredor do leite condensado e creme de leite e vejo uma promoção do creme de leite Nestlé na embalagem de um litro; pego duas caixas e percebo uma moça a me observar. Eu sorrio e ela pergunta: "O que a senhora vai fazer com esse creme de leite?"
As pessoas me julgam por minha aparência durona-nada bonita-acromegálica, mas eu as derrubo com um sorriso. É minha arma: o sorriso.
Eu digo que vou fazer sorvete caseiro e ela pergunta como se faz, quanto rende, se fica bom, que ingredientes e todos os detalhes pertinentes à uma receita.
Estou com a lista de compra em mãos e uma caneta; rasgo a lista ao meio e passo a outra metade e a caneta para a moça anotar a receita do sorvete caseiro com creme de leite.
Ela ficou animada com a facilidade e simplicidade da receita e disse que faria quando chegasse à casa.
Um moço galego de olhos azuis, gordinho e muito simpático também entra na conversa.
Vou ao setor de frutas, verduras e legumes e vejo pinhão. Adoro.
Minha irmã Rosi não gosta de pinhão, jaca, pinha, abacaxi, banana e muitas outras coisas boas. Acho que ela é adotada ou sofre de algum distúrbio gastronômico. 
Volto ao corredor do leite para pegar leite de vaca para meus bolos, pudins e afins e um senhor reclama da carestia das coisas: "Mas tá muito caro demais! Num tá, moça?"
Esse me chamou de moça, gostei dele.
Digo: "Está sim. O senhor viu o preço do feijão e do óleo de soja? Caro demais! O Brasil produz tanta soja, eu vi no Globo Rural, e o óleo e o leite de soja são tão caros".
Termino as compras e vou à lanchonete do Atacadão; lá tem um ótimo, forte e quente café que tomo acompanhado de um pão de queijo bem grandão. Adoro!
Faço meu pedido e encontro o simpático galego gorducho que me dá dicas de como cozinhar o pinhão, que em Atibaia onde mora tem pinheiros e ele atira pedras com estilingue para derrubar os pinhões, que o pessoal do Sul assa o pinhão na brasa, mas aqui em São Paulo nós cozinhamos com água e sal, que tem um mercadão que vende produtos mais baratos, que o saco da batata custa tanto, que o guaraná tal custa tanto...
Tomo meu café, me despeço do prestativo tagarela e me direciono ao caixa que acha interessante os pacotes de ração seca e molhada para gatos. Ela me conta um causo seu sobre gatos e conversamos enquanto os produtos passam pela esteira. 
Pago as compras, coloco no carro e vou para casa.
Descarrego as compras, guardo e me canso.
Os gatos ficam alvoriçados e doidos pela ração, abro o pacote, coloco nos seus pratinhos, eles olham, cheiram, olham para mim e miam, como quem diz: "Que porcaria de ração é essa?"
Comprei uma ração básica e uma Whiskas mais os sachês de ração molhada também Whiskas.
Comeram a ração favorita.
Eles gostam de Whiskas, Cat Chow, Friskies e uma ração pastelzinho que é em forma de nuggets. 
Gataiada enjoada essa minha. É como diz meu irmão Naldão: "Do lixo pro luxo".
É isso.