quarta-feira, 23 de maio de 2012

Carestia, Compras, Dicas e Receitas

Pinhão
                                          
Fui ao Atacadão para as compras do mês, como dizia mamãe: "Está acabando tudo, graças a Deus".
Estou no corredor dos azeites e óleos e estranho o preço caro do óleo de soja.
Vou ao corredor do leite e estranho agora o preço do leite de soja.
Estranho o preço do café, do feijão, do arroz e de outros produtos e alimentos.
Estou no corredor do leite condensado e creme de leite e vejo uma promoção do creme de leite Nestlé na embalagem de um litro; pego duas caixas e percebo uma moça a me observar. Eu sorrio e ela pergunta: "O que a senhora vai fazer com esse creme de leite?"
As pessoas me julgam por minha aparência durona-nada bonita-acromegálica, mas eu as derrubo com um sorriso. É minha arma: o sorriso.
Eu digo que vou fazer sorvete caseiro e ela pergunta como se faz, quanto rende, se fica bom, que ingredientes e todos os detalhes pertinentes à uma receita.
Estou com a lista de compra em mãos e uma caneta; rasgo a lista ao meio e passo a outra metade e a caneta para a moça anotar a receita do sorvete caseiro com creme de leite.
Ela ficou animada com a facilidade e simplicidade da receita e disse que faria quando chegasse à casa.
Um moço galego de olhos azuis, gordinho e muito simpático também entra na conversa.
Vou ao setor de frutas, verduras e legumes e vejo pinhão. Adoro.
Minha irmã Rosi não gosta de pinhão, jaca, pinha, abacaxi, banana e muitas outras coisas boas. Acho que ela é adotada ou sofre de algum distúrbio gastronômico. 
Volto ao corredor do leite para pegar leite de vaca para meus bolos, pudins e afins e um senhor reclama da carestia das coisas: "Mas tá muito caro demais! Num tá, moça?"
Esse me chamou de moça, gostei dele.
Digo: "Está sim. O senhor viu o preço do feijão e do óleo de soja? Caro demais! O Brasil produz tanta soja, eu vi no Globo Rural, e o óleo e o leite de soja são tão caros".
Termino as compras e vou à lanchonete do Atacadão; lá tem um ótimo, forte e quente café que tomo acompanhado de um pão de queijo bem grandão. Adoro!
Faço meu pedido e encontro o simpático galego gorducho que me dá dicas de como cozinhar o pinhão, que em Atibaia onde mora tem pinheiros e ele atira pedras com estilingue para derrubar os pinhões, que o pessoal do Sul assa o pinhão na brasa, mas aqui em São Paulo nós cozinhamos com água e sal, que tem um mercadão que vende produtos mais baratos, que o saco da batata custa tanto, que o guaraná tal custa tanto...
Tomo meu café, me despeço do prestativo tagarela e me direciono ao caixa que acha interessante os pacotes de ração seca e molhada para gatos. Ela me conta um causo seu sobre gatos e conversamos enquanto os produtos passam pela esteira. 
Pago as compras, coloco no carro e vou para casa.
Descarrego as compras, guardo e me canso.
Os gatos ficam alvoriçados e doidos pela ração, abro o pacote, coloco nos seus pratinhos, eles olham, cheiram, olham para mim e miam, como quem diz: "Que porcaria de ração é essa?"
Comprei uma ração básica e uma Whiskas mais os sachês de ração molhada também Whiskas.
Comeram a ração favorita.
Eles gostam de Whiskas, Cat Chow, Friskies e uma ração pastelzinho que é em forma de nuggets. 
Gataiada enjoada essa minha. É como diz meu irmão Naldão: "Do lixo pro luxo".
É isso.


                                              

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