terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

7 Vidas

                                            


Quando vou ao hospital Santa Helena sou reconhecida pelos enfermeiros, médicos e até pelas senhoras da cozinha e da limpeza. 
Trato a todos com educação e respeito e brinco com a moça da cozinha dizendo que ela fez confusão e trouxe o almoço errado. Digo a ela que o meu prato é uma picanha com alho e uma cerveja bem gelada e não aquela comida insossa, hipo sódica (com pouco ou nenhum sal). 
Na minha última cirurgia, e queira Deus que tenha sido a última mesmo, fiquei todo o tempo na U.T.I. e uma das médicas me reconheceu e falou sobre o trabalho que dei à toda equipe médica.
Ela disse que eu usei pelo menos umas três das sete vidas de gato que tenho. Era para eu ter ido, eu cheguei bem perto da morte ou ela chegou bem perto de mim, não sei. 
A doutora disse que peguei infecção generalizada, que meus rins pararam de funcionar, meu pulmões não funcionavam e eu respirava por aparelhos. Dei um trabalhão a eles e tive um trabalhão imenso, gigantesco para voltar à vida. 
Depois que ela saiu eu fiquei com aquilo na cabeça e fiquei triste. Lembrar e falar do meu coma sempre me deixa triste.
Algumas horas depois veio o Dr. Chico e me deu os parabéns por mais uma cirurgia; me chamou de guerreira e eu disse a ele, que também é pernambucano:
Sou mameluco
sou de Casa Forte
sou de Pernambuco
sou Leão do Norte
Acho que usei todas as forças de todos os leões nortistas e nordestinos para poder estar aqui, deste lado da vida.
E se usei três das minhas sete vidas, pretendo fazer o melhor dessas quatro vidas que me restam. 
Se Deus quiser.
E como mamãe gostava de dizer: "Que os anjos digam amém".


                                                  

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